Após morte de 4 motoristas de app, sindicato recomenda que evitem área do crime
O Sindicato dos Motoristas por Aplicativo (Simactter-BA) recomenda que os trabalhadores da categoria evitem fazer corridas no bairro de Santo Inácio e Mata Escura, em Salvador. O alerta é feito após a morte de quatro motoristas nessa sexta-feira (13) e se estende até que o crime seja esclarecido.
"São bairros em que a violência é grande, mas nunca esperamos que isso pudesse acontecer. Essa monstruosidade", afirmou Átila Santana, presidente do sindicato ao jornal Correio.
Os corpos dos trabalhadores foram encontrados dentro de sacos de plástico na localidade conhecida como Paz e Vida, na manhã de ontem. Todos apresentavam sinais de golpes de facão.
Já identificados pelo Instituto Médico Legal (IML), as vítimas são Alison Silva Damascena dos Santos, de 27 anos, Sávio da Silva Dias, 23, Daniel Santos da Silva, 31 e Genivaldo da Silva Félix, 48. As informações iniciais indicam que os motoristas foram acionados, por meio de aplicativos de corrida, por dois travestis. Em seguida, ao chegar na comunidade, eles eram rendidos por três pessoas não identificadas.
O grupo chegou ainda a acionar um quinto motorista, mas ele conseguiu fugir e pediu socorro aos policiais no Batalhão de Guardas do Presídio da Mata Escura. Segundo informações do Correio, ele contou aos agentes que seu carro havia sido abandonado na localidade e os PMs da 48ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Sussuarana) foram averiguar a denúncia.
No local, além dos quatro corpos em sacos plásticos e do carro do motorista que fugiu, acharam um segundo carro abandonado e um rastro de sangue em direção a um barraco próximo. Então, dentro do barranco, encontraram um gambá morto em cima de uma cama nos fundos do imóvel, que tinha várias poças de sangue espalhadas. O perito do Departamento de Polícia Técnica (DPT), Marcos Mousinho, confirmou que foi ali que a tortura às vítimas ocorreu.
Quanto aos carros dos motoristas, quatro dos cinco já foram encontrados pelos agentes.
De acordo com a publicação, a Polícia Civil diz que ainda apura com as empresas Uber e 99 se os motoristas eram cadastrados em seus serviços. As assessorias de imprensa das empresas informaram estar apurando os fatos e colaborando com as investigações.