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Pesquisa deixa no ar: agora é a vez do doido?

Por Fernando Duarte

Pesquisa deixa no ar: agora é a vez do doido?
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Como se não bastasse o cenário distópico em que o Brasil é governado por Jair Bolsonaro (PSL) – algo improvável de ser pensado há alguns anos -, a pesquisa Bahia Notícias/ Paraná Pesquisas apontou a possibilidade de o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) poder ser eventualmente favorito para a prefeitura de Salvador. Falta muito tempo para a corrida eleitoral, porém essa “liderança” de Isidório, ainda que transitória, sinaliza que não vivemos em um país de amadores: quando você acha que não pode ser surpreendido, sempre é possível cair da cadeira.

 

Porém nem só os números gerais de Isidório no levantamento chamam a atenção. No cenário mais próximo da realidade, com uma pulverização de candidatos – e tendo o vice-prefeito Bruno Reis como candidato do DEM -, o pastor sargento lidera em estratos específicos. Ele aparece à frente entre os homens, com 19%, entre pessoas de 16 a 44 anos, que varia de 15,9% a 21,7%, e entre os eleitores apenas com ensino fundamental e médio, com variações entre 15,5% e 20,8%. É um sinal que o “doido” possui uma certa influência entre as camadas menos instruídas, público cujo impacto social da Fundação Doutor Jesus é mais facilmente perceptível.

 

O detalhamento do cenário 1, com 10 candidaturas, mostra também algumas curiosidades. O vice Bruno Reis aparece à frente entre pessoas entre 45 e 59 anos, com 14,3%, enquanto a deputada federal Lídice da Mata (PSB) lidera entre os maiores de 60 anos, com 19,7%. Não dá para identificar claramente as razões para que esses dois despontem nessas estratificações. No caso de Bruno Reis, os valores sugerem um empate técnico entre os demais candidatos. Já Lídice tem uma vantagem muito maior que a margem de erro, o que mostra certa cristalização do nome dela na faixa etária mais velha.

 

Há também certa proximidade entre os dois quando se trata de pessoas com ensino superior. Lídice seria opção para 16,9% desses eleitores e Bruno Reis para 15,9% - Alice Portugal (PCdoB) também aparece à frente de Isidório nesse escopo, o que mostra que o parlamentar do Avante reduz expressivamente a sua participação quando acontece o avanço na escolaridade. No caso da pesquisa divulgada ontem, não foi questionada a faixa de renda, apenas se é parte da população economicamente ativa, o que dificulta inferirmos se o pastor sargento seria mais popular entre os mais pobres.

 

Outros dois candidatos despontam em estratos específicos. Irmão Lázaro (PL) aparece em segundo lugar entre pessoas entre 16 e 24 anos de idade, com 12,3%. Como cantor gospel, o ex-deputado possui um alcance ampliado em redes sociais, por exemplo, o que explicaria esse percentual relevante. Já Guilherme Bellintani pontua bem entre homens, com 11,2%, atrás apenas de Isidório, Bruno Reis e Lídice, e aparece como opção para 1,3% das mulheres – parte disso explicável com a função dele junto ao Esporte Clube Bahia.

 

A pesquisa registra uma fotografia de um momento. Dificilmente esses cenários vão se manter até outubro de 2020. Contudo os dados dão alguns sinais de como os eleitores podem vir a se comportar nos próximos meses. Se nada mudar, terá chegado a vez do “doido”?

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (20) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30.