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Eleição de Geraldo Jr. à presidência da Câmara prova que político não pode se acomodar

Por Fernando Duarte

Eleição de Geraldo Jr. à presidência da Câmara prova que político não pode se acomodar
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

A Câmara de Salvador elege nesta quarta-feira (31) o presidente para o próximo biênio. Sem surpresas ou sobressaltos, Geraldo Jr. (SD) será conduzido ao posto após uma intensa articulação e movimentos precisos que deixaram de escanteio o até bem pouco tempo atrás favorito na disputa, o vereador Kiki Bispo (PTB). No entanto, a eleição da Mesa Diretora do Legislativo soteropolitano ensina uma lição importante: não existe zona de conforto na política.

 

Geraldo Jr. foi reeleito vereador em 2016 e assumiu, logo após a posse, uma cadeira como titular de Secretaria Municipal de Trabalho, Esportes e Lazer. Na teoria, se manteve afastado da Câmara tempo suficiente para perder espaço no processo de escolha da presidência. Na prática, soube usar o vento favorável para compensar essa distância. Alguns movimentos foram explícitos. Outros, nem tanto.

 

Era simbólico o distanciamento de Geraldo Jr. das questões do Legislativo. Tanto que, em momentos relevantes, retornou à Casa para votar. Para além disso, o vereador estreitou o relacionamento com os colegas ao atender rapidamente demandas deles junto à secretaria e, principalmente, durante a campanha eleitoral de 2018.

 

Tanto que o primeiro bloco de apoios anunciado por ele era formado por candidatos a deputado federal e estadual e que tiveram auxílio dele durante a corrida. Apesar de publicamente marchar com as indicações do prefeito ACM Neto (DEM) – algo bem inteligente -, o futuro presidente da Câmara criou interlocuções com todos os demais candidatos. Assim, fortaleceu o próprio nome para quando a fatura chegasse. Não tardou e Geraldo Jr. “cobrou” a reciprocidade dos companheiros.

 

Como a preferência era que a base governista não fosse rachada, o futuro presidente anunciou 11 apoios no dia seguinte à exoneração na secretaria e colocou Kiki para trás na disputa. Na sequência, tornou irreversível o processo que o alçou à condição de candidato único, restando ao adversário recolher a postulação.

 

Nesse processo, além da articulação forte de Geraldo Jr., com aval do Palácio Thomé de Souza e que o viabilizou para presidir a Câmara, a lição que fica para Kiki Bispo é que permanecer no Legislativo não o deixou mais competitivo do que o futuro presidente. Segundo aliados, Kiki entrou numa zona de conforto e acreditou que naturalmente estaria cotado para assumir o Legislativo. Se enganou. Quando tentou contornar a mobilização de Geraldo Jr., já era tarde demais.

 

A eleição acontece hoje para tentar agilizar o processo de transição. Com a candidatura consolidada, não valeria a pena insistir no eventual desgaste da futura Mesa Diretora. Assim, em janeiro de 2019, Geraldo Jr. ascende ao posto a que tentou chegar em outras oportunidades. Com os méritos de ter aprendido com os próprios erros. E com os erros de outros.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (31) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM