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Os erros e acertos que deixam Bolsonaro com a 'mão na faixa'

Por Fernando Duarte

Os erros e acertos que deixam Bolsonaro com a 'mão na faixa'
Foto: Reprodução / Jovem Pan

O PT não fez uma autocrítica. Esse é o principal problema do candidato Fernando Haddad no segundo turno. Para a maioria dos correligionários dele, as recentes revisões da história do partido servem como a “mea culpa”, cobrada publicamente pelo senador eleito do Ceará, Cid Gomes (PDT). Não servem. E essa falsa condição de defensores perpétuos da moralidade fez com que Jair Bolsonaro (PSL) colocasse as “mãos na faixa” como o próprio deputado federal brincou, ao falar sobre a disputa no segundo turno.

 

Cid Gomes disse que o PT vai “perder feio”. Ainda não sabemos se será verdade. O que se sabe é que desde a aposta no discurso de golpe a Dilma Rousseff até a insistência na inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tudo pareceu minimamente orquestrado para que o partido se tornasse o salvador da nação. Só não combinaram com a nação.

 

Jair Bolsonaro deve ser questionado por suas opiniões racistas, homofóbicas e misóginas, e isso não pode ser esquecido. Porém, caso se confirme a eleição dele no próximo dia 28, provará que conseguiu sustentar melhor do que ninguém um discurso antipetista que catalisou toda a insatisfação do povo brasileiro com a “esperança” pregada por Lula e seus aliados ao longo de quase 30 anos, contando as candidaturas derrotadas do próprio líder máximo do PT desde 1989.

 

Além desse efeito catalizador, Bolsonaro soube usar bem as mídias sociais e o poder que a desinformação trouxe ao eleitor médio. A estratégia também foi utilizada pelos adversários, porém o deputado federal foi quem melhor aproveitou as plataformas para espalhar seus posicionamentos. Boa parte deles é reprovável, frise-se. Mas pouco importa, se a ideia é defenestrar o PT do poder. Talvez seja essa a lógica mais presente na disputa de 2018.

 

O PT errou ao tentar classificar o eleitor do adversário como “burro”, “desinformado”, “fascista” ou qualquer outro adjetivo utilizado para desqualificar quem opta por outro caminho que não “a verdade e a vida” do petismo. Tanto que, por mais que haja até então uma sugestão de ameaça à democracia – reforçada no próprio discurso de Bolsonaro, que também não demonstra ter se arrependido de qualquer um dos absurdos ditos no passado –, essa preocupação não parece estar presente nas rodas de conversas políticas.

 

A eleição só é vencida quando as urnas se fecham. É isso que espera e prega a democracia, virtude tão citada durante a campanha de 2018 como ameaçada, seja pelo lado pró-Bolsonaro, seja pelo lado pró-Haddad. Por enquanto, o capitão do PSL tem mostrado que tem mais chances de dormir no último domingo de outubro como presidente da República. E, se isso acontecer, será eleito também pelas barbeiragens do PT.

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (18) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM e RB FM.