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MP-BA vai abrir investigação para encontrar corpo de Davi Fiuza, afirma promotora

Por Cláudia Cardozo / Bruno Luiz

MP-BA vai abrir investigação para encontrar corpo de Davi Fiuza, afirma promotora
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai abrir um procedimento de investigação criminal (PIC) para tentar localizar o corpo do adolescente Davi Fiuza, desaparecido desde outubro de 2014, após uma operação policial realizada no bairro de São Cristóvão, em Salvador, onde ele vivia. 

 

De acordo com a promotora Ana Rita Nascimento, o PIC será instaurado porque já indícios suficientes para mostrar que os sete policiais denunciados pelo MP-BA por envolvimento no crime (veja aqui) foram responsáveis pelo sequestro e cárcere privado do jovem. Agora, após a acusação formalizada, será o momento de investigar qual o paradeiro de Davi. Segundo a promotora, o procedimento será conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco).

 

“Esse PIC é para acharmos o que chamaria de pontas soltas dentro do próprio inquérito, para que a gente logre êxito em achar o próprio Davi, com vida ou não”, afirmou a Ana Rita, justificando que não cabia levar, por mais “dois ou quatro anos”, o inquérito que resultou na primeira denúncia, somente para comprovar a provável morte do jovem. 

 

Segundo a denúncia, a dificuldade de encontrar o corpo de Davi está no fato de que os policiais militares acusados de envolvimento no crime desligaram o GPS da viatura em que o adolescente foi colocado. A pena para eles, casos sejam condenados, é de no máximo 5 anos para os crimes de sequestro e cárcere privado, mas pode ser aumentada com outras qualificadoras. 

 

A denúncia foi distribuída para a 2ª Vara de Crimes Praticados contra o Menor, e não para a Vara do Júri justamente porque não houve acusação de assassinato – esta vara processa apenas casos de homicídio. Agora, cabe ao juiz responsável pelo processo decidir se abre a ação penal contra os sete PMs ou arquiva o caso. 

 

REDUÇÃO NO NÚMERO DE PMs DENUNCIADOS
Além de não ter havido denúncia por homicídio, ao contrário do relatório final da Polícia Civil para o inquérito sobre o caso, que indiciou os agentes por homicídio duplamente qualificado, o Ministério Público também reduziu para sete o número de policias acusados – o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pediu o indiciamento de 17. 

 

Segundo a promotora, a quantidade foi menor porque o MP avaliou que apenas sete PMs realmente estiveram nos locais indicados pelo GPS para onde Davi teria sido levado dentro de uma viatura da polícia. No entanto, todos os 17 participaram da operação ocorrida no dia do desaparecimento do adolescente. 

 

INDIGNAÇÃO MATERNA
A mãe de Davi Fiuza, Rute Fiuza, reagiu com indignação à notícia de que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) não denunciou os PMs por homicídio (veja aqui). Para ela, o Ministério Público age como ‘fascistas’.
 

“A PM mata e o MP [Ministério Público] sepulta com a sua caneta. O Ministério Público tem 100% de culpa das desgraças que acontecem em nosso país porque é completamente omisso. O MP tem o dever de fazer a correção da PM”, defendeu a mãe do jovem, que acredita que o filho foi sequestrado e depois morto.
 

Segundo a promotora Ana Rita Nascimento, no entanto, não há indícios com substância para acusá-los pelo crime (leia aqui). 

 

DENUNCIADOS
Segundo o Ministério Público, foram denunciados os seguintes policiais pelos crimes de sequestro e cárcere privado: Moacir Amaral Santiago, Joseval Queiros da Silva, Genaro Coutinho da Silva, Tamires dos Santos Sobreira, Sidnei de Araújo dos Humildes, George Humberto da Silva Moreira e Ednei da Silva Simões. A denúncia foi feita pelos promotores de Justiça Ana Rita Nascimento e Gildásio Galrão e distribuída para a 2ª Vara de Crimes Praticados contra o Menor.