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Bruno Reis deve ter cuidado para não virar 'boi de piranha' ao integrar chapa de José Ronaldo

Por Fernando Duarte

Bruno Reis deve ter cuidado para não virar 'boi de piranha' ao integrar chapa de José Ronaldo
Foto: Betto Jr / Ag Haack / Bahia Notícias

O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), voltou a ter o nome citado para ocupar uma das vagas restantes na chapa do pré-candidato do DEM, José Ronaldo, ao Palácio de Ondina. Reis estaria cotado para ser candidato a vice-governador; ou ao Senado, caso o veto de Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) a Irmão Lázaro (PSC) seja mantido. No entanto, a indicação do vice-prefeito parece mais uma tentativa de transformá-lo em “boi de piranha” para tentar manter uma unidade na base de apoio ao prefeito ACM Neto (DEM).

 

Os defensores da ideia de que Bruno Reis deve estar na chapa argumentam que é necessário ter alguém umbilicalmente atrelado a Neto – candidato natural da oposição até abril e que decidiu não participar do pleito deste ano. O atual vice-prefeito da capital baiana ascendeu de assessor de ACM Neto ao posto de um dos principais articuladores do democrata e, ao colocá-lo na disputa em 2018, o chefe do Palácio Thomé de Souza participaria mais efetivamente da campanha. No entanto a simples presença dele na chapa não atingiria esse objetivo.

 

Outros fatores precisam ser levados em consideração na formação da chapa de José Ronaldo nesse caso, incluindo o fato do vice-prefeito estar filiado ao DEM. Com duas vagas reservadas para integrantes de um mesmo partido, a engenharia para abrigar aliados caminha para inviabilizar a costura de alianças pragmáticas para percorrer os rincões da Bahia em meio ao favoritismo do candidato à reeleição, o governador Rui Costa (PT).

 

Mesmo vencido esse empecilho da presença dupla do DEM na chapa, ainda seriam necessárias argumentações suficientes para convencer Bruno Reis a arriscar amargar uma derrota desnecessária nas urnas em 2018. Após quase ganhar de presente a prefeitura de Salvador, expectativa frustrada com a permanência de ACM Neto no cargo, Reis tenta alicerçar a candidatura dele a prefeito em 2020. Porém, uma eventual derrota enfraqueceria as suas articulações com os partidos, que ganhariam um suporte para questionar apoios no futuro.

 

Como vice, todavia, Bruno Reis tem a vantagem de não precisar renunciar ao posto para ser candidato em 2018. Por não ser ordenador de despesas, ele pode ficar como vice sem participar de eventos públicos ao longo da corrida eleitoral – o que ele já faz desde o último dia 7, data-limite para tanto.

 

Depois de auxiliar na construção da base de apoio do prefeito e possivelmente da chapa proporcional da oposição, Bruno Reis deve almejar um período menos turbulento politicamente. Disputar a eleição em 2018 é uma ideia ruim, especialmente se resta apenas o posto de vice-governador – entrar em embate cujo resultado negativo parece bem previsível é, no mínimo, inconsequente. Caso o papel seja substituir Irmão Lázaro por força das negociações do DEM no plano federal (entenda aqui), o vice-prefeito de Salvador pode entrar para a história do pleito de outubro como um “sacrifício” para uma causa maior. Um sacrifício que o próprio Neto não esteve disposto a fazer.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (17) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.