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Novela de Lídice chega ao fim com 'última cartada' e demonstração de força do PSD

Por Fernando Duarte

Novela de Lídice chega ao fim com 'última cartada' e demonstração de força do PSD
Foto: Divulgação

O resultado da novela da senadora Lídice da Mata (PSB) na chapa do governador Rui Costa (PT) chegou ao final esperado: a socialista será candidata a deputada federal e ponto. Sem mais delongas, apesar de setores do PSB terem ameaçado, em mais de uma oportunidade, deixar a base aliada do PT e tentar novamente uma carreira solo. “Cão que ladra, não morde”. Talvez seja o ditado que melhor resume os últimos instantes na disputa de forças entre o partido e aqueles que compõem a base de Rui.

 

Em 2014, impulsionada pela então candidatura de Eduardo Campos, Lídice foi lançada candidata ao governo contra Rui. Mesmo com a morte de Campos no meio da campanha, a socialista se viu obrigada a se manter na disputa. Ou a senadora fazia isso ou perderia o comando do PSB na Bahia para Geddel Vieira Lima (lembre aqui) ou até mesmo para a candidata ao Senado da época, Eliana Calmon, uma infiltrada do Rede Sustentabilidade entre os socialistas. Como se sabe, esse voo solo foi bem similar ao 14-Bis de Santos Dumont. Caiu logo após sair do chão.

 

Passados quatro anos, a senadora voltaria a ter uma nova oportunidade de ser candidata fora do escrete petista. Porém a fatura a ser paga diante de um governador menos político que Jaques Wagner seria muito cara para um partido com a pequena musculatura do PSB. No entanto, nesse contexto, Lídice optou por insistir no discurso da candidatura, uma forma de não parecer ter entregado os pontos, ainda que a exclusão dela da chapa de Rui fosse sabida há muito tempo. Entre manter vivas as expectativas de militância e jogar a toalha nas fases iniciais do processo, a socialista escolheu a primeira opção.

 

A senadora, todavia, ainda tentou um lance arriscado para persuadir Rui a escolhê-la em detrimento a Angelo Coronel (PSD), que ganhou a vaga articulado com o padrinho, senador Otto Alencar. Propôs ao governador que Coronel ocupasse a suplência do PSB e, após um ano no Senado, uma licença para uma secretaria ou para estruturar o partido tornaria o atual presidente da Assembleia Legislativa da Bahia senador. Para Lídice, era um último suspiro. Para o PSD, provavelmente, uma piada.

 

Rui deixou para os social-democratas a condução dessa derradeira tentativa de Lídice. Se ela convencesse Otto de que a proposta era viável, certamente Coronel não completaria a chapa de Rui, apresentada na última semana. Na disputa de patentes, coube ao general Otto a definição. Lídice ficou de fora e, se Rui continua sendo o comandante do processo, é bom ficar de olho para que o posto de marechal não seja tomado de assalto.

 

 Este texto integra o comentário desta quarta-feira (4) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.