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Surto de barbárie e violência choca, porém será infelizmente superado rápido

Por Fernando Duarte

Surto de barbárie e violência choca, porém será infelizmente superado rápido
Foto: Reprodução/ Bruno Galvão

Os últimos dias do noticiário foram marcados por casos de violência. Mais uma vez. E violências dos mais diversos níveis. Desde um empresário espancado nas proximidades de casa por garis que recolhiam o lixo e foram importunados por ele a um policial torturado e morto no bairro onde cresceu. Dois episódios de violência que chocaram e ainda demoram para serem digeridos pela população, esteja ela ligada ou não a um dos casos. A morte do policial, inclusive, teria gerado um efeito em cadeia, com outras mortes cujas relações com o crime contra o agente não foram descartadas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia – uma espécie de vingança parda, à espreita por uma oportunidade para reforçar a lógica do “bandido bom é bandido morto”. Outra violência que tomou contas das redes sociais foi menos bárbara, porém tão impressionante quanto: um homem quase acabou impedido de pagar um almoço para uma criança em condição de vulnerabilidade em um centro comercial da capital baiana. O ato contra essa criança, inclusive, explica um pouco sobre a sociedade tão desigual quanto a nossa e tão violenta quanto a nossa. Todos esses casos ocuparam as manchetes dos principais jornais e veículos de imprensa e, possivelmente, ainda estarão em destaque ao longo dos próximos dias. Precisamos falar sobre esses temas para que haja algum aprendizado sobre eles. O problema é que, diante de tantos novos casos, rapidamente esses três listados aqui serão superados ou esquecidos pela maioria das pessoas que, de alguma forma, foram impactadas pelas notícias. Lembremo-nos, por exemplo, do caso do garoto David Fiúza, desaparecido em outubro de 2014 e até hoje sem qualquer explicação. Ou do jovem alvo de um murro na semana que antecedeu o Carnaval de Salvador em 2018 e cujo maior pecado foi passar no lugar errado na hora errada. Ou da chacina do Cabula, como ficou conhecido o suposto confronto entre polícia e assaltantes de banco que deixou 12 pessoas mortas em fevereiro de 2015. Qualquer exercício mental nos permitiria lembrar outros tantos casos de violência que nos deixaram inertes e sem reação diferente do que indignação. Porém dificilmente o fazemos. Não porque somos pessoas más ou coisa do tipo. Apenas internalizamos que a violência até rompe uma parte do nosso tecido social, mas que é recomposto através de dolorosas costuras. A não ser que a vítima seja alguém ao nosso lado. Aí, não há remédio que cure a cicatriz. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (13) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.