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Bahia teve dia de caos – e não foi visita de Bolsonaro que causou

Por Fernando Duarte

Bahia teve dia de caos – e não foi visita de Bolsonaro que causou
Foto: Lucas Arraz/ Bahia Notícias

O dia começou calmo em Salvador. A cidade amanheceu com a notícia de que a greve dos rodoviários chegou ao fim. Porém a tempestade voltou rápido. A paralisação dos caminhoneiros provocou filas imensas nos postos de combustível e o medo de desabastecimento trouxe caos em diversos pontos da cidade. E não apenas em Salvador. São diversos os municípios que registraram problemas com a falta de gasolina nos postos, a exemplo de Vitória da Conquista, Jequié e Barreiras, que começaram a ter problemas desde a quarta-feira. O iminente risco de falta de combustível fez voltar a imagem de um Brasil da década de 1980, quando itens básicos faltavam nas prateleiras. Por enquanto, os registros sobre falta de alimentos são escassos – há ainda níveis de estoque que permitem abastecimento por pouco dias. O problema é que a perspectiva de resolução da greve dos caminhoneiros não é otimista. A associação responsável pelas negociações com o governo federal assegurou que não acredita na palavra dos políticos e aguarda a publicação de eventuais reduções fiscais no Diário Oficial. Já o Senado não pareceu estar disposto a apreciar a matéria relacionada ao PIS/Cofins num curto espaço de tempo. Até o momento em que este texto era escrito, os sinais eram de que os senadores só votariam na próxima semana. Além dos caminhoneiros, outros motoristas aderiram às manifestações contrárias ao reajuste dos combustíveis e a classe média também parece simpática aos protestos. Essa era a expectativa quando se falava em parar o país. Aconteceu com um movimento subjugado pelos governantes. Agora, há a necessidade de “correr atrás do prejuízo” para evitar que o caos não seja instalado em definitivo. Não recomendo que a esquerda comemore a pressão contra o governo de Michel Temer, como começaram a aparecer nas redes sociais. O impacto dessa paralisação não atinge apenas simpatizantes do impeachment de Dilma Rousseff. Falando nesse segmento, inclusive, o pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), desembarcou em Salvador no meio da situação caótica relatada. Diferente da promessa, o número de seguidores dele não rendeu mobilizações espetaculares pela cidade – apenas uma cena repetida de outros aeroportos e momentos reservados no Grande Hotel Stella Mares, escolhido pelo grupo para sediar o encontro. Para quem esperava que o caos chegaria por meio de Bolsonaro, os caminhoneiros roubaram esse protagonismo dele. Este texto integra o comentário desta sexta-feira (25) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Clube FM e Irecê Líder FM.