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Dono do grupo Libra diz à PF que coronel arrecadava dinheiro para Temer

Dono do grupo Libra diz à PF que coronel arrecadava dinheiro para Temer
Foto: Imagem / Grupo Libra

Alvo da Operação Skala, o empresário Gonçalo Torrealba declarou à Polícia Federal (PF) que o coronel aposentado João Baptista Lima Filho arrecadava dinheiro para o presidente Michel Temer (PMDB). Torrealba foi ouvido no âmbito do inquérito que apura o favorecimento de empresas no porto de Santos. Segundo informações de O Globo, o dono do grupo Libra contou aos agentes que o coronel chegou a ir pessoalmente à sede do grupo para solicitar repasses financeiros para uma campanha do peemedebista. Torrealba disse não se lembrar da data exata, uma vez que esse encontrou ocorreu há mais de 15 anos, mas disse que o objetivo era financiar uma das campanhas de Temer à Câmara Federal. Segundo o empresário, na época, ele se recusou a fazer o repasse sob a justificativa de que a empresa não trabalhava com doações para candidaturas individuais, apenas para partidos políticos, a exemplo do PMDB. Ainda assim, ele contou que esse foi o início de sua relação com Lima, com quem esteve por diversas vezes em eventos sociais e a quem pediu ajuda para conseguir uma reunião com o então ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo (PMDB), em 2015. De acordo com a publicação, Araújo disse à PF que não se recorda de encontros com o coronel, mas confirmou que recebeu Torrealba para discutir um pedido de prorrogação dos contratos da empresa com o governo – a publicação menciona que apesar de possuir uma dívida de R$ 2,8 bilhões com a União, a Libra garantiu a extensão de seus contratos até 2035 por meio de uma decisão assinada por Araújo. Ao responder um questionário de 50 perguntas da PF, em janeiro deste ano, Temer negou que o coronel, seu amigo há mais de 30 anos, tenha recebido recursos para ele. "O Sr. João Baptista me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos. (...) Conheço o Sr. João Baptista Lima Filho desde a época de minha primeira gestão como Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, em 1984, oportunidade em que o Sr. João Baptista foi meu assessor militar", respondeu o presidente. As perguntas não contemplavam a relação de Temer com Torrealba porque na época o inquérito só investigava o suposto favorecimento da empresa Rodrimar por meio de um decreto assinado no ano passado. O grupo Libra só entrou na história depois que a PF recuperou uma investigação, arquivada em 2011, na qual o peemedebista era suspeito de receber propina das empresas portuárias. Além de Torrealba e Lima, Antonio Celso Grecco, José Yunes, Wagner Rossi, Milton Hortolan, Eduardo Luiz de Brito Neves, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Maria Eloisa Adhenson Brito Neves, Rodrigo Borges Torrealba, Ana Carolina Borges Torrealba e Celina Borges Torrealba foram alvo de mandado de prisão determinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, no último dia 29 (veja aqui). No entanto, Gonçalo, Rodrigo e Ana Carolina não foram presos porque estavam no exterior, "mas dispostos a se apresentarem à autoridade policial" assim que retornassem. A prisão foi motivada para recolher os depoimentos dos investigados. Depois disso, todos foram soltos (saiba mais aqui).