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Estado firma contrato de R$ 4,3 milhões para revisar barragens de rio na Chapada, que enfrenta crise hídrica

Por Francis Juliano

Estado firma contrato de R$ 4,3 milhões para revisar barragens de rio na Chapada, que enfrenta crise hídrica
Foto: Divulgação / CPT-BA

A Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia (Sihs) assinou contrato com a empresa Geotechnique Consultoria e Engenharia Ltda para revisar os projetos de seis barragens sazonais [temporárias] localizadas no Rio Utinga, na Chapada Diamantina.

 

O custo foi estimado em R$ 4,3 milhões, com vigência do contrato em 360 dias, finalizando em 11 de novembro de 2026, conforme documento assinado pela titular da Sihs, Larissa Gomes Moraes.
 

Segundo a pasta, a medida busca reforçar a segurança hídrica, atualizar estudos técnicos e melhorar a infraestrutura das barragens, que abastecem comunidades rurais e urbanas ao longo do Rio Utinga.

 

Com cerca de 70 km de extensão, o rio atravessa os municípios de Utinga, Wagner, Lajedinho, Lençóis e Andaraí.

 


Foto: Divulgação / CPT-BA

 

CRISE HÍDRICA PREOCUPA
A situação do Rio Utinga tem se agravado nos últimos anos. Em outubro, a Comissão Pastoral da Terra na Bahia (CPT-BA) divulgou nota alertando para o estado do rio, que vive secas recorrentes desde 2012. No dia 7 de outubro, moradores chegaram a bloquear um trecho da BA-142 para denunciar que a parte baixa do rio estava há dois meses sem água.

 

Segundo a CPT, a crise hídrica se tornou um conflito político, marcado pela distribuição desigual da água, mais influenciada pela capacidade econômica de produtores rurais e pela localização dos empreendimentos do que pelas necessidades da população.

 

EXPANSÃO DA MONOCULTURA 
A comissão aponta que o fator mais crítico para o agravamento das secas é a expansão acelerada da monocultura de banana, especialmente na parte média e alta do Rio Utinga. A cultura demanda grandes volumes de água, cerca de 40 litros por planta por dia.

 

Entre 2010-2014 e 2019-2025, a área cultivada saltou de 271,53 hectares para 1,4 mil hectares, um aumento de 428,3%.

 


Foto: Divulgação / CPT-BA

 

Com a redução drástica do fluxo do rio, moradores de diferentes municípios passaram a depender de carros-pipa para atender necessidades básicas. Na comunidade Volta do Américo, em Lençóis, houve um período de nove dias sem água.

 

Diante do colapso, o Inema anunciou em 8 de outubro a restrição de 40% dos volumes outorgados, exceto para consumo humano e animal.

 

A CPT afirma ainda que há descontrole no uso da água subterrânea, com pouca informação sobre a localização e o número de poços profundos explorados.

 

Ainda segundo a entidade, as políticas governamentais têm priorizado ações que aumentam a oferta hídrica, mas não enfrentam a lógica produtiva que estimula a expansão da monocultura, o que reforça um cenário de injustiça hídrica, já que tecnologias como captação subterrânea são inacessíveis para grande parte das famílias rurais.