'Vamos sair arrasados da crise', diz dirigente de associação de planos de saúde
Por Cláudia Colucci | Folhapress
Empresas já começam a atrasar ou a pagar só uma parte dos boletos dos planos de saúde, e a saída das operadoras tem sido a negociação caso a caso para evitar o cancelamento do contratos durante a pandemia.
Para o economista Marcos Novais, 34, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), garantir a permanência dos inadimplentes até o fim de junho seria insustentável para o setor.
"Vamos sair arrasados dessa crise. Milhões de CNPJs vão morrer. Um salvo-conduto para todos deixarem de pagar é o pior dos mundos. A gente não vai durar nada. No individual, a gente está dando conta de negociar", afirma. A Abramge reúne 136 operadoras de saúde, com 150 hospitais pelo país.
Para ele, o setor continuará sangrando mesmo no pós-crise do coronavírus, porque muitas das empresas contratantes vão fechar, ou enfraquecer muito, e, ao mesmo tempo, haverá muitas cirurgias eletivas canceladas agora que serão feitas mais adiante.
"É provável que eu tenho menos recursos entrando no caixa das operadoras e mais saindo. Vai ser um desafio sem precedentes. O pós-crise será tão grande quanto a crise."