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Visita de Bolsonaro ao Legislativo teve ausência de Heleno e bate-papo com Kátia

Por Gustavo Uribe, Thiago Resende e Daniel Carvalho | Folhapress

Visita de Bolsonaro ao Legislativo teve ausência de Heleno e bate-papo com Kátia
Foto: Reprodução / G1

A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, nesta terça-feira (5), teve uma ausência sentida por deputados e senadores. Apelidado de "sombra presidencial", o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, não integrou desta vez o séquito presidencial.

A ausência do militar, que costuma marcar presença em todas as agendas externas de Bolsonaro, ocorreu no dia seguinte ao ter sido chamado de "auxiliar do radicalismo" do escritor Olavo de Carvalho. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), autor da crítica ao general, não teve também participação ativa na visita de Bolsonaro.

"Falei, cumprimentei e disse que não podia ficar até o final, porque eu tinha uma reunião com economistas do BID (Banco Interamericano Desenvolvimento)", relatou Maia à reportagem, enquanto deixava o Legislativo.

A crítica de Maia foi feita em reação à declaração de Heleno de que, diante de uma radicalização da esquerda, a edição de um novo AI-5 teria de ser estudada. O instrumento, adotado durante a ditadura militar, resultou em forte repressão, com cassação de direitos políticos e fechamento do Congresso.

"Pode colocar que o general Ramos veio", respondeu o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, diante do silêncio de Bolsonaro quando perguntado sobre a ausência de seu principal conselheiro político.

Como já se tornou praxe, o presidente fez o trajeto ao Senado a pé, usando um colete à prova de balas. Ele visitou o Legislativo para entregar um pacote econômico que flexibiliza regras orçamentárias.

Novamente insatisfeito com os veículos de imprensa, não quis responder a perguntas e preferiu murmurar uma canção. "Como é o Zum Zaravalho?", perguntou a auxiliares presidenciais, em uma referência a música que costuma ser entoada em escolas militares.

"Presidente, responde 'pato, bola, macaco'. Como é o projeto? 'Pato, bola, macaco'", orientou Ramos sobre como Bolsonaro deveria responder aos jornalistas que o questionavam.

No Senado, Bolsonaro se dirigiu ao gabinete do presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Antes da cerimônia de entrega, engatou uma conversa com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que integra a oposição ao seu governo e que o criticou durante a campanha eleitoral.

"Você viu que eu estou de colete?", disse para a senadora que foi sua adversária na última disputa presidencial, mostrando o aparato de segurança. Ele também comentou com ela que sua viagem ao continente asiático foi "cansativa".

Na cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que deixaria a palavra final para Alcolumbre, já que ele é o "dono da casa", em uma referência ao Senado. Alcolumbre, por sua, vez lembrou que Bolsonaro já foi deputado federal.

"Não deseje a minha cadeira, ela é de kryptonita", respondeu Bolsonaro a Alcolumbre, referindo-se ao metal considerado o ponto-fraco do herói dos quadrinhos super-homem.

Após a cerimônia, Bolsonaro foi ao plenário da Câmara, onde era promovida sessão solene em homenagem ao Dia do Nordestino. No local, fez questão de vestir um chapéu de vaqueiro.

"Ele nem gosta de nordestino", comentou um funcionário legislativo que estava no plenário.

No retorno ao Palácio do Planalto, devido à insistência dos jornalistas, o presidente respondeu a uma única pergunta, embora de forma lacônica. Ele foi questionado se estava otimista com a tramitação da proposta de reforma administrativa.

"Olha a minha cara", afirmou, sorrindo.