Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

"Cumpre ordens acima de tudo", diz novo advogado sobre Cid

Por Folhapress

"Cumpre ordens acima de tudo", diz novo advogado sobre Cid
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O novo advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, afirmou nesta quarta-feira (16) que ele é um "militar cumpridor de ordens".
 

O QUE ACONTECEU:
 

O advogado Cezar Bitencourt assumiu a defesa de Mauro Cid na noite desta terça-feira (15). É a terceira troca na defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
 

Ele declarou que Cid é um oficial "que cumpre ordens acima de tudo" e que militares também cumprem ordens ilegais e injustas. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.
 

Bitencourt também diz que Cid é um "grande injustificado". Ele deve se encontrar hoje com o militar para definir uma estratégia de defesa.
 

Cid está preso desde maio. Ele é suspeito de participar do esquema de desvio e venda de joias recebidas pela Presidência e adulteração de certificados de vacina.
 

Ordem ilegal, ordem injusta, militar cumpre também. Acho que não pode é cumprir ordem criminosa. "Vamos avaliar onde apareceu [ordem criminosa], se apareceu, se ele tinha consciência disso, mas são questões de foro íntimo", disse.
 

Mauro Cid é um militar, ele cumpre ordens acima de tudo. Vamos examinar os fatos, saber quem é quem, até onde vai a responsabilidade de um e de outro.
 

Ele é um grande injustiçado, está indevidamente recolhido no Exército. É absurdo que esteja trancafiado dentro de uma cela dentro do Exército.
 

'SE FOR NECESSÁRIO, NÃO ABRIMOS MÃO DA DELAÇÃO'
 

A possibilidade de delação premiada de Mauro Cid "não está no horizonte" da defesa, mas não é descartada. É como considera Bitencourt, em entrevista à CNN Brasil, também na manhã de hoje. Ele disse que reconhece a delação como "instituto jurídico legal", mas a vê como "aberração" e que iria tratar da possibilidade com Cid.
 

INVESTIGAÇÃO SOBRE DESVIO DE JOIAS
 

Na sexta-feira (11), operação da PF mirou Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, além do advogado Frederick Wassef e do assessor Osmar Crivelatti.
 

Segundo a PF, Cid vendeu dois relógios de luxo em junho de 2022, nos EUA, por US$ 68 mil. Os objetos haviam sido presenteados ao Brasil. Os valores foram depositados na conta de seu pai no exterior, o general Cid, mostrou a investigação.
 

Uma nova tentativa de vender joias nos EUA ocorreu em fevereiro deste ano. Segundo a PF, um kit de ouro saiu do país ilegalmente em dezembro de 2022, rumo aos EUA, para onde Bolsonaro e comitiva viajaram no fim do mandato. Em fevereiro, as joias foram leiloadas, mas não houve interessados.
 

A PF aponta que os recursos gerados com as venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.
 

Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valoresTrecho da manifestação da PF ao STF (Supremo Tribunal Federal)
 

A PF pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e o da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
 

A defesa do ex-presidente afirmou que o ex-presidente "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos" e colocou a movimentação bancária de Bolsonaro à disposição das autoridades.
 

OPERAÇÃO 'RESGATE'
 

Mauro Cid também atuou em uma "operação resgate" sigilosa para recuperar um kit de joias presenteado pela Arábia Saudita. Um relógio que compunha o kit já havia sido vendido.
 

A "operação resgate" foi motivada por uma decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que mandou Bolsonaro devolver as joias presenteadas ao Brasil.
 

O kit foi devolvido em 4 de abril, mas não houve menção de que as joias haviam saído do Brasil ou que haviam sido comercializadas.
 

"A operação encoberta permitiu que, até o presente momento, as autoridades brasileiras não tivessem conhecimento que os bens foram alienados no exterior, descumprindo os normativos legais, com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-Presidente Jair Bolsonaro, e posteriormente recuperados para serem devolvidos ao Estado brasileiro", afirmou a Polícia Federal, em manifestação ao STF.