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Marca Bahia Notícias

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Opinião: Casa Civil e Saeb erram, tratam deputados como cordeirinhos e ainda culpam a imprensa

Por Fernando Duarte

Opinião: Casa Civil e Saeb erram, tratam deputados como cordeirinhos e ainda culpam a imprensa
Foto: Morgana Sampaio/GOVBA

Há uma semana, o governo Jerônimo Rodrigues fez uma barbeiragem típica de amadores na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Após forçar a votação da urgência de dois projetos, incluindo um relativo a reajuste de servidores públicos, com anuência da liderança do governo, Jerônimo remeteu ao Legislativo um pedido para retirada desse mesmo projeto da pauta – sem qualquer justificativa. Seria constrangedor, para dizer o mínimo. Porém, em se tratando de uma Casa que se tornou mera carimbadora de decisões, foi desmoralizador.

 

E isso não é responsabilidade da Assembleia em si – muito menos da presidente Ivana Bastos. É fruto da forma desastrada com que o governo lida com a bancada da maioria. O episódio envolvendo a votação de urgência de um projeto que seria retirado da pauta é apenas o exemplo mais recente. Semanas atrás, a mudança das taxas cartoriais seguiu o mesmo padrão, com a liderança do governo assegurando um acordo costurado pela Casa Civil com os envolvidos – que não existia de fato. O resultado: Jerônimo vetou um projeto que ele mesmo encaminhou ao Legislativo baiano.

 

O bate-cabeças expôs que o amadorismo com que o entorno de Jerônimo trata o governo. Especialmente a Casa Civil, esvaziada se comparada à época em que um todo-poderoso Rui Costa dava as cartas e o catapultou à candidatura ao governo da Bahia em 2014. Afonso Florence continua no posto por “gratidão” de Jerônimo, ao tempo em que se faz necessário manter um deputado federal petista na administração para o equilíbrio com suplentes.

 

O amadorismo também se estendeu à Secretaria de Administração, cujo titular Rodrigo Pimentel acabou de chegar e não pode assumir o ônus dos erros alheios. A troca de Edelvino Góes, inclusive, aconteceu após o próprio Jerônimo criticar publicamente o edital de leilão do antigo Colégio Estadual Odorico Tavares, tornado sem efeito no mesmo dia em que foi publicado. Ou seja, havia insatisfação latente e a exposição foi o que se tornou público.

 

Como se não bastassem a sucessão de erros administrativos e a condução atabalhoada da relação institucional entre governo e Assembleia Legislativa – vide os episódios do reajuste dos servidores e a alteração das taxas cartoriais -, a Casa Civil e a Secretaria de Administração resolveram culpar a imprensa por divulgar atos processuais da gestão. Tanto que, em uma postagem com animais falantes (tratando o eleitorado como crianças), ambas classificaram como falsas informações publicadas no Diário Oficial da Assembleia.

 

Há quem não consiga enxergar e há quem não queira enxergar. Talvez ambos estejam no governo da Bahia. Pena que esses erros subjuguem a imprensa, os deputados estaduais e o eleitorado. Grupos pouco necessários para uma boa avaliação do governo.