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Restrições não são bem-vindas, mas talvez sejam necessárias

Por Fernando Duarte

Restrições não são bem-vindas, mas talvez sejam necessárias
Foto: Bahia Notícias

Na última semana, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, voltou a ser explícito ao alertar sobre o aumento expressivo do número de casos de Covid-19 na capital baiana. Mesmo sabendo que é uma decisão impopular, o gestor frisou que não descarta novas medidas restritivas, ainda que, quase dois anos depois do início da pandemia, não há cristão (ou não cristão) que suporte mais restrições. O cenário desse início de 2022 é ligeiramente diferente dos meses mais críticos de 2020 e 2021, porém é necessário manter cuidado para evitar o que lutamos tanto contra: o colapso do sistema de saúde.

 

O grande trunfo do atual momento é o avanço da vacinação. A população soteropolitana e baiana aderiu, ainda que não integralmente, a mobilização pelo imunizante. O resultado disso é que o aumento das hospitalizações não acompanham a mesma velocidade do número de novos casos. É um alento em meio a um país repleto de pessoas que insistem em negar a gravidade da pandemia, ao mesmo tempo que vivemos um apagão de dados confiáveis - sim, o Ministério da Saúde e o ataque cracker do início de dezembro ainda vão prejudicar as estratégias para enfrentar a crise sanitária.

 

Por enquanto, apenas o prefeito de Salvador falou publicamente de retornar algumas restrições. O governador Rui Costa não trouxe o tema ainda, especialmente quando os impactos das chuvas do final do ano ainda não foram totalmente superados. Entretanto, diante da postura comedida de Rui ao longo da pandemia e até mesmo o cancelamento do Carnaval de Salvador em 2022 de maneira unilateral, diferente do que aconteceu ao longo das decisões mais sensíveis até então, as ações do governador permitem inferir que ele não deve ficar muito distante da posição de Bruno Reis sobre o tema.

 

Entre os entes federativos, prefeitura e governo do estado mantêm certa sintonia no enfrentamento à pandemia. Algo que, infelizmente, não é possível esperar do governo federal. Estamos à mercê de dirigentes descredibilizados pelas próprias atitudes e teremos que lidar com isso até o fim da crise ou até o fim do governo (com o risco de que a reeleição perpetue o problema por mais tempo do que o agradável). Agora, com a possibilidade de uma nova onda, algumas questões parecem se tornar inevitáveis:

 

Quem optar por não tomar vacina deve ter amplo acesso ao sistema público de saúde? Cabe aos governos e prefeituras pagarem a conta da postura negacionista dos ocupantes do Planalto e da Esplanada dos Ministérios? É de responsabilidade dos contribuintes lidar com as consequências de um governo que desrespeita as próprias instituições para manter uma postura ideológica? Até quando vamos suportar o peso de sermos brasileiros em meio a maior crise sanitária da história? São respostas que só o tempo irá nos dar.

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