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Marca Bahia Notícias

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A desimportância e a disputa fratricida das prévias tucanas

Por Fernando Duarte

A desimportância e a disputa fratricida das prévias tucanas
Foto: Reprodução/ Facebook

Embrião do que viria a ser o questionamento sobre a lisura das urnas brasileiras, o PSDB viu o pesadelo de 2014 se tornar realidade com o aplicativo que desenvolveu para as prévias neste domingo (21). Se as urnas eletrônicas tiveram atestado o seu bom funcionamento depois que Aécio Neves tentou desmoralizar a eleição daquele ano, as prévias de 2021 se tornaram uma piada pronta. Deram errado e acabaram adiadas por tempo indeterminado e com uma disputa fratricida exposta.

 

O Brasil acompanhava intrigado o embate entre João Doria e Eduardo Leite, com uma tentativa de azarão com Arthur Virgílio. Não que mobilizasse o país inteiro, dado o potencial de votos dos tucanos em 2018, menos que 5%. É que os eixos paulista e fluminense da imprensa pautaram as prévias como se fossem uma eleição presidencial e não um esforço do PSDB em ser mais importante do que é. Independente do resultado, o tucano vitorioso faria um esforço hercúleo para que as cicatrizes não impedissem uma nova candidatura ao Palácio do Planalto. Tudo isso em meio a uma polarização entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, que já coloca em escanteio qualquer aposta em uma terceira via.

 

Na Bahia, as atenções nas prévias não eram necessariamente do tucanato local. O futuro secretário-geral do União Brasil - e ainda presidente nacional do DEM -, ACM Neto, mantém os olhos bem atentos no embate interno dos aliados históricos. Parte da estratégia dessa chamada terceira via depende de quem sair das prévias do PSDB. Se Doria sair vencedor, será um candidato difícil de construir pontes - ainda que garanta ser o contrário disso. Se Leite vencer, o trauma do fratricídio vai deixá-lo enfraquecido. E ACM Neto e o União Brasil dependem de uma candidatura viável à presidência para não serem tragados pela dicotomia lulopetista e bolsonarista.

 

Esse adiamento, inclusive, pode provocar mais um empurrão na definição na nova casa do presidente Jair Bolsonaro. Aliados dele o estimularam a esperar a conclusão das prévias do PSDB para bater o martelo definitivo, já que o PL paulista era um dos entraves para o casamento ser formalizado. Ou seja, por mais desimportante que a escolha do candidato tucano à presidência da República seja, ela acaba atraindo atenções diversas. Não na mesma proporção que o eixo Rio - São Paulo - Brasília dá, mas ainda assim relevante nessa disputa de desinteressantes.

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