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Marca Bahia Notícias

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ACM Neto indica tom para 2022: apostar no duelo entre 'novo' e 'velho'

Por Fernando Duarte

ACM Neto indica tom para 2022: apostar no duelo entre 'novo' e 'velho'
Foto: Reprodução/ Zoom

Na última sexta-feira (9), o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), reuniu a imprensa da capital baiana para “matar a saudade”, segundo o discurso. Foram quase dois meses submerso após o episódio envolvendo a chegada do ex-afilhado João Roma (Republicanos) ao Ministério da Cidadania, que pressionou o presidente nacional do DEM como avalista de uma aproximação do partido com Jair Bolsonaro. A conversa bem informal apresentou alguns dos pontos a serem explorados até as urnas em 2022 e tentou mantê-lo como uma voz ativa na cena local.

 

Na verdade, ACM Neto escolheu um momento menos ruim da pandemia para retomar a agenda política de pré-candidato ao governo da Bahia. Mesmo que insista na tese de que não é hora de tratar sobre a disputa eleitoral, o ex-gestor soteropolitano deu o principal tom de quando colocar o carro nas ruas: vai explorar a diferença entre o novo, que ele diz representar, e o passado, que estaria impregnado no ex-governador Jaques Wagner, potencial adversário na corrida pelo Palácio de Ondina. Essa é a linha mestra do processo, ainda que não seja a única.

 

Em mais de uma oportunidade no bate-papo, o ex-prefeito se colocou como representante de uma nova geração de políticos. Ainda que seja herdeiro de um clã com tradição longa na Bahia, esse discurso já emplacou em duas oportunidades em Salvador e agora estará presente no debate estadual. É parte da estratégia rascunhada e que serve de total contraponto ao projeto que tende a ser encabeçado por Wagner no PT, ladeado por outros nomes bastante experimentados como o senador Otto Alencar (PSD), que tem preferência para disputar a reeleição na chapa da atual situação na Bahia.

 

É uma ficha importante na bolsa de apostas para ver quem chega à frente na briga pelo governo estadual. Trata-se quase que uma disputa geracional, evidenciada não apenas na idade dos envolvidos, mas também na forma como se apresenta à população. Desde o uso mais adaptado das redes sociais - repetindo o modelo Bolsonaro - até a construção discursiva de inovação, gestão disruptiva e pioneirismo, já testada por ACM Neto no período em que esteve à frente da prefeitura de Salvador.

 

Não dá para medir os resultados práticos dessa estratégia antes das urnas. É uma espécie de tentativa e erro que exige cautela e parcimônia, sob o risco de ser o “cavalo paraguaio”, apelido pejorativo utilizado pelos adversários para o eventual desempenho positivo do ex-prefeito nas pesquisas de opinião feitas muito antes da eleição. Uma coisa é certa: ACM Neto é candidatíssimo ao governo da Bahia e sugerir ou fingir o contrário é estar deslocado totalmente da realidade.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (12) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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