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Salvador e o lockdown que não veio

Por Fernando Duarte

Salvador e o lockdown que não veio
Foto: Bahia Notícias

Salvador vai entrar em uma semana de restrições mais duras, após um mês do chamado "lockdown à baiana". Por mais que a sociedade tenha reclamado desse fechamento de atividades, a capital baiana nunca viveu sob lockdown. No máximo sob a ameaça interminável de um, aparentemente para cumprir fins pedagógicos. Agora a cidade se prepara para flexibilizar a reabertura, mesmo que o principal índice considerado publicamente, a ocupação de leitos de UTI adulto, não tenha caído.

 

Desde a semana passada havia essa perspectiva otimista do prefeito Bruno Reis. Ele sinalizou o escalonamento da reabertura, informação confirmada pouco tempo depois pela gestão municipal com o indicativo de um "faseamento". Era o que o empresariado - do micro ao mega - precisava ouvir para diminuir a pressão para retomar a normalidade. Por mais que tenhamos avançado no controle de novos casos e que a vacinação tenha entrado num ritmo menos lento, estamos longe de viver sem o risco de novos fechamentos.

 

Em julho de 2020, quando a flexibilização após a primeira onda foi iniciada, os protocolos de abertura apresentavam critérios objetivos para que o processo acontecesse gradualmente. A prefeitura de Salvador prometeu fazê-lo ao longo dessa semana e deve ser aguardado com muita expectativa. Primeiro porque saberemos o que vai abrir e quando vai abrir. Segundo por estarmos vivendo com uma ótica mais racional no enfrentamento à Covid-19, sem o que alguns cientistas chegaram a chamar de "teatro da pandemia". Passado mais de um ano do início da crise, estamos (ok, parte da sociedade, mas não a sua totalidade) habituados a lidar com as medidas para conviver com a normalidade possível.

 

Por mais que estejamos avaliando o momento como otimista, é preciso manter os pés fincados no chão. É possível que tenhamos que passar por novas restrições no futuro, para evitar o descontrole absoluto da doença. O esforço e o sacrifício exigidos durante todo esse tempo não são fáceis de medir. Ainda assim numa intensidade infinitamente menor do que o valor de cada uma das milhares de vidas perdidas. Se Salvador conseguir passar por essa crise sem ter que efetivar um lockdown, a capital baiana será um ponto fora da curva. Em meio a tantas notícias ruins, é algo a se celebrar.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (29) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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