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Marca Bahia Notícias

Notícia

Momo fica sem chave e políticos ficam sem holofotes de Carnaval

Por Fernando Duarte

Momo fica sem chave e políticos ficam sem holofotes de Carnaval
Rei Momo de 2019 | Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Era para ser Carnaval. Era para a segunda-feira trazer as repercussões do dia mais político da festa, o domingo, quando o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o governador Rui Costa fariam o circuito de entrevistas nas emissoras de rádio e televisão no Campo Grande e as alfinetadas gerariam tensões para serem desfeitas nas entrevistas seguintes. Infelizmente, nada disso vai acontecer em 2021. No meio do caminho, uma pandemia nos obrigou a pular uma das datas mais coreografadas da cena política local.

 

É certo que os anos ímpares não são tão importantes para as disputas eleitorais. Seria a estreia de Bruno Reis no circuito da folia, após oito anos de predomínio dos holofotes sobre ACM Neto. Em alguns anos, o ex-governador Jaques Wagner e o próprio Rui conseguiram equilibrar a disputa. Porém a posição de folião inveterado do ex-prefeito o colocou no centro das atenções, seja na condição de organizador da festa, seja como um autêntico curtidor, sempre cercado pelos “camisas pretas”, ou pelo círculo mais próximo conhecidos como Menudos.

 

No caso da base do governo, seria um ano para apresentar e preparar o eventual sucessor de Rui. Com o nome de Wagner reapresentado para disputar a eleição, era provável que o hoje senador fosse a tiracolo nas entrevistas e acabasse mais presente no Carnaval do que nos últimos anos. Querendo ou não, a simples menção pelos artistas na passagem dos trios elétricos também funciona como um termômetro da empatia da população com o político. Ainda que ao longo dos últimos anos pouca ou nenhuma manifestação negativa tenha sido registrada.

 

A suspensão desse ato no calendário político-eleitoral na Bahia aumentará a expectativa com o Carnaval de 2022, quando esperamos que a pandemia tenha sido controlada e todos tenham voltado a uma vida normal. Será também ano de urnas abertas, o que gerará uma expectativa muito grande. Quando a Folia de Momo ainda era muito relevante para os anúncios de candidatura, ocorreram lançamentos que depois foram apenas confirmados pelos partidos. A festa perdeu prestígio nesse sentido, mas nunca deixou de ser relevante para testes de popularidade.

 

Como reza uma lenda de que na Bahia o ano só começa depois do Carnaval, espero, sinceramente, que não vivamos um eterno 2020 até que a chave seja entregue ao Momo no ano que vem. Normalmente o reinado dele não chega a ser o melhor de todos, mas pelo menos serve de alento para a dura realidade que vivemos.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (15) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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