Três joias da coroa no futuro secretariado de Salvador
Por Fernando Duarte
Ao menos três secretarias da futura gestão de Salvador têm sido tratadas como “cruciais” para o desempenho de Bruno Reis nos meses iniciais no comando do Palácio Thomé de Souza. Uma delas foi recorrente nas entrevistas concedidas pelo prefeito eleito após o pleito, para cuidar da área de geração de emprego e renda. Tanto que ganhou uma pasta exclusiva, associada ao desenvolvimento econômico. No entanto, outras duas secretarias são citadas como apostas do futuro gestor: Educação e Inovação e Tecnologia.
Mesmo que a reforma administrativa tenha seguido um padrão “feijão com arroz”, sem tantas mudanças, como escrevi recentemente, há o esforço de ampliar a atuação da prefeitura em áreas específicas do que esse grupo político chama de “Salvador do futuro”. Geração de emprego é um dos calos do município, atrelada a uma redistribuição da renda na capital baiana - que até teve o pior desempenho do PIB nos últimos 18 anos registrado pelo IBGE essa semana. O gestor que conseguir enfrentar esses dois problemas terá um capital político relevante e seria essa a busca de Bruno Reis.
Já a área de inovação e tecnologia, que funcionou como um apêndice da área de sustentabilidade ao longo dos últimos anos, ganhou robustez de uma secretaria específica. Salvador tenta correr atrás do prejuízo para tentar criar e manter ecossistemas para o desenvolvimento de startups e o crescimento de empresas de tecnologia e a iniciativa de formar uma pasta direcionada às áreas é uma sinalização do grau de importância que a administração pretende dar.
A expectativa, inclusive, é que as duas pastas sejam ocupadas por alguém de fora do circuito regular da política. Na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), o bolão de apostas indica a atração de um nome da iniciativa privada para comandá-la. A ideia seria “sacar” alguém sem vinculação com partidos, iniciativa similar à adotada por ACM Neto na primeira gestão, que trouxe nomes como Guilherme Bellintani e Alexandre Pauperio - que mostram os extremos do “sucesso” nesse processo de seleção, pois o primeiro seguiu carreira e o segundo acabou submergindo politicamente.
Para a área de educação, não há uma indicação muito clara de qual caminho será tomado. No entanto, o entorno de Bruno Reis admite que o ano contínuo 2020/2021 trará uma carga extra de trabalho, o que explica a atenção especial. Aos poucos, a névoa sobre como se comportará a gestão do futuro prefeito começa a ser dissipada.
Este texto integra o comentário desta sexta-feira (18) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.