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Marca Bahia Notícias

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Próximo desafio da base é consenso sobre eleição da Assembleia

Por Fernando Duarte

Próximo desafio da base é consenso sobre eleição da Assembleia
Registro de 2018 que divulgou acordo selado | Foto: Divulgação

Há um impasse na Assembleia Legislativa da Bahia sobre quem será o novo presidente. De um lado, um grupo que apoia a permanência de Nelson Leal (PP) no comando. Do outro, aqueles que evocam um acordo, feito ainda em 2018, que garantia a sucessão dele por Adolfo Menezes (PSD) após o fim do primeiro biênio. O tema promete movimentar os bastidores da política baiana e envolve os dois maiores partidos da base aliada do governo.

 

O vice-governador João Leão fez ouvidos moucos sobre o entendimento para a eleição de Adolfo Menezes. Presidente do PP na Bahia, ele usa o argumento de que a pandemia atrapalhou os planos de Nelson Leal à frente da Assembleia. No entanto, por mais que haja essa defesa forte, o próprio Leão admite que é primordial que o comando da Casa permaneça com a base aliada do governo. É uma fala tangencial - para não falar uma desculpa esfarrapada -, já que é impossível que a base de Rui Costa eleja alguém do minúsculo grupo de oposição. Até porque a minoria prefere assistir de camarote a disputa dos adversários.

 

O PSD ainda não cobrou a fatura. Sabe que é necessário aguardar o momento certo para que o acordo volte à tona sem fragmentar uma base fragilizada após um resultado nas principais cidades da Bahia abaixo da expectativa. Como o maior partido do arco de alianças de apoio ao governador, os movimentos precisam ser ainda mais calculados, para não parecer uma cisão antes do tempo. Nem mesmo o principal interessado no processo, Adolfo Menezes, tem falado com frequência sobre o assunto.

 

Nelson Leal evita tratar de reeleição. Aguarda, entre outras coisas, o desenrolar de uma consulta feita pelo PTB ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a reeleição no Congresso Nacional dentro de uma mesma legislatura. A depender do resultado articulado por Davi Alcolumbre para ficar mais dois anos à frente do Senado, o benefício pode chegar a Leal, que teria menos entraves para argumentar com os pares. Por isso empurrar com a barriga é um meio-termo que não amplia a tensão com o virtual adversário, mas também não descarta a possibilidade de ganhar esse bônus no comando do Legislativo baiano.

 

O bombeiro oficial para contornar essa situação é o governador Rui Costa. Ele falou publicamente sobre o assunto há algum tempo e demonstrou ter confiança que PP e PSD cumpririam o acordo que deu a presidência a Leal e a sucessão para Menezes. Mesmo que seja uma questão interna da Assembleia, a resolução desse conflito passa pelos partidos e pelas alianças formadas para tanto. Depois da eleição de 2020, esse será o primeiro grande desafio de Rui.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (2) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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