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Fernando Guerreiro relembra transição para gestão pública e reestruturação da FGM: “Me colocar num lugar de artista-gestor”

Por Eduarda Pinto

Fernando Guerreiro relembra transição para gestão pública e reestruturação da FGM: “Me colocar num lugar de artista-gestor”
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

O diretor teatral e presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, relembrou o momento de sua chegada ao cargo público, há mais de uma década. Em entrevista ao Bahia Notícias, o gestor definiu que além da estruturação da organização, um dos principais desafios do seu início de carreira pública foi se adaptar ao serviço público. 

 

Guerreiro relembra que, até então, Salvador não possuia uma política cultural reconhecida e pouco se investia na área. “Quando eu cheguei na Fundação, a palavra era desafio, ou quase loucura. Eu definiria assim, porque quase não existia uma Fundação, praticamente. A gente tinha um orçamento anual de R$ 500 mil reais, a grande maioria das pessoas que estavam lá trabalhavam porque era um cabide de emprego, ficaram lá 4 horas por dia. Então foi um processo de reestruturar, fazer a fundação voltar e principalmente, criar uma política cultural para o município de Salvador”, destaca. 

 

Em termos pessoais, o gestor define que precisou se adaptar ao cargo de gestor estatal e assumir uma nova persona junto aos colegas da classe artística. “Agora, eu, Fernando pessoalmente, tive dois grandes desafios. Primeiro, controlar a minha velocidade. ‘O que é isso?’ O ritmo do serviço público é perigosíssimo. Você não pode ir atropelando as coisas, porque a burocracia tem uma dinâmica própria e necessária por que aquilo ali não é meu, aquilo não é privado”, conta. 

 

“E segundo, me colocar num lugar de artista-gestor. Eu tinha que dizer não para meus colegas e minhas colegas. Então isso foi muito doloroso a vida inteira, porque se eu pudesse eu aprovava todos os projetos, eu recebia todo mundo, dava dinheiro para tudo, então quando você é da área e recebe um colega de trabalho dentro de algum processo ou de alguma seleção, é muito complicado”, completa.

 

Guerreiro conclui ainda ressaltando que, no cenário atual, a dificuldade é manter o alto padrão de entregas do setor cultural soteropolitano. Ele conta que a dinâmica entre a Saltur, dirigida por Isaac Edington; a Secretária de Cultura, gerida por Pedro Tourinho; e a própria Fundação Gregório de Matos, colocaram a capital baiana de volta no radar do país. 

 

“A gente fica assim: ‘O que é que a gente vai inventar? O que a gente vai conseguir agora?’”, diz. “Então hoje o desafio é fazer uma discussão do que é essencial. Ter a coragem de deixar algumas coisas em segundo plano e priorizar outras, justamente para que a gente não se perca na Babilônia”, completa.

 

Confira o trecho: