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Entrevista

Topografia difícil de Jequié deve impedir instalação de aeroporto de médio porte na região, diz Leur Lomanto Jr

Por Gabriel Lopes

Topografia difícil de Jequié deve impedir instalação de aeroporto de médio porte na região, diz Leur Lomanto Jr
Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados

Em análise desde o segundo semestre do ano passado, o futuro do aeroporto municipal de Jequié, no Médio Rio de Contas, na Bahia, já tem um indicativo no horizonte. Em outubro de 2023 técnicos da Infraero Aeroportos visitaram o terminal para avaliar a possibilidade de ampliação do atual aeroporto ou a construção de um novo equipamento de médio porte a nível regional. Em entrevista ao Bahia Notícias na semana passada, o deputado Leur Lomento Júnior (União), que tem base política em Jequié e participou da visita técnica, indicou que a topografia do município deve dificultar a instalação de um equipamento nesse molde.

 

Ainda segundo o parlamentar baiano, os gestores aguardam um parecer técnico conclusivo por parte da Infraero para que o martelo seja batido na questão. Além disso, Leur ressalta que outros municípios da região poderiam ter condições de receber a estrutura do aeroporto.

 

"Nós estivemos lá na cidade e levamos os técnicos da Infraero. Estamos aguardando um parecer técnico mais conclusivo no que diz respeito ao aeroporto da cidade, mas tudo leva a crer que devido a topografia difícil da nossa cidade, cercada por montanhas, você não tem condição de fazer um aeroporto de médio porte, que é o desejo de toda uma região. Hoje é um grande clamor em toda a nossa região com um aeroporto que possa fazer e operar voos regionais, trazer mais ligação da nossa região com o resto do Brasil", disse durante o bate-papo com a reportagem.

 

"Há algumas outras opções tanto na cidade de Jaguaquara, no entroncamento de Jaguaquara, como no sentido Manoel Vitorino e outras opções que teria condições de topografia melhor para se instalar um aeroporto regional. Mas nós estamos esperando", acrescentou.

 

E ainda falando sobre o município, o deputado comentou a expectativa para a eleição municipal de outubro em Jequié e seu apoio ao atual prefeito e pré-candidato a reeleição, Zé Cocá (PP). Leur Lomanto Júnior também falou sobre atuação em Brasília e possibilidade de instalação da "CPI da ViaBahia" no Congresso Nacional. Confira na íntegra abaixo:

 

Deputado, para começar eu queria saber do senhor como foi o primeiro ano dessa nova legislatura na Câmara dos Deputados. Em especial uma avaliação da postura do governo Lula, como está essa tratativa com o Congresso?

O resultado das eleições colocou o Congresso, apesar de o presidente Lula ter vencido as eleições presidenciais, é um Congresso de centro-direita na sua maioria. Então obviamente o presidente teve que abrir um diálogo com a Câmara e o Senado no sentido de trazer uma governabilidade para o país. E no caso específico do nosso partido, o União Brasil, que é um partido independente na sua maioria apesar de ter membros do partido dentro do governo, é um partido que dentro da Câmara dos Deputados atua de forma independente, essa é a é a posição da maioria da bancada até por conta do próprio resultado eleitoral, n[os temos parlamentares de diversos lugares do país, a gente tem procurado atuar de forma independente. Aquilo que o partido identifica que seja interessante para o Brasil o partido está pronto para apoiar mas aquilo que ele discorda também tem a liberdade de estar discordando do governo.

Mudou a forma de relacionamento com o Congresso. O presidente Bolsonaro diferentemente do presidente Lula optou por uma relação de fortalecimento do parlamento dando autonomia em participação ativa principalmente nas definições do orçamento. O presidente Lula já veio com o entendimento diferente procurando fazer um governo de coalizão ofertando espaço para os partidos políticos e tentando diminuir o poder que o Congresso tem na elaboração e na distribuição do orçamento. Obviamente isso gerou um atrito nesse primeiro ano com o Congresso de uma forma geral, mas o presidente [da Câmara] Arthur Lira tem procurado fazer essa interlocução junto com o governo e também com os demais líderes partidários para estreitar. Houve um ganho por parte do parlamento com relação a essa autonomia orçamentária diante do governo Bolsonaro. Então tirar isso e como foi uma opção no início do presidente Lula por mudar a forma de relacionamento com o Congresso sendo mais uma partilha de cargo de poder com os partidos do que o fortalecimento do parlamento através do orçamento obviamente gerou um atrito muito grande mas Arthur Lira tem procurado ser um dos interlocutores junto com os demais líderes para tentar encontrar uma solução do melhor relacionamento possível junto com o governo.


Um outro assunto que divulgamos aqui na semana passada é sobre uma possível CPI da ViaBahia. Esse diálogo ficou muito forte no ano passado na Assembleia Legislativa da Bahia, mas não avançou porque se falou sobre competências e ser uma concessão federal. Então o senhor começou a coletar assinaturas para enviar um requerimento ao presidente Arthur Lira solicitando essa CPI para apurar as irregularidades na prestação de serviços nas BRs 324 e 116. O que temos de novidade?

Nós demos início a coleta de assinaturas porque é necessário 171 assinaturas para que a gente possa dar entrada no requerimento da criação da CPI que vai para uma fila e o presidente Arthur Lira depois analisa e junto com a mesa diretora e dentro dos requisitos que ele tem que avaliar juridicamente se tem cabimento, se dá prosseguimento ou não a instalação da CPI. Essa questão da ViaBahia é um processo que vem se alongando há muitos anos, desde 2009 quando a ViaBahia chegou aqui para assumir a concessão das BRs 116 e 324, e que vem deixando muito a desejar, não cumprindo com as suas obrigações, não cumprindo com o seu contrato. Desde que sou deputado estadual nós cobramos isso, inúmeras audiências públicas, audiências com diversos ministros, em diversos governos que se passaram e nenhuma solução é dada. A cobrança da população, por nós parlamentares que algo precisa ser feito, que precisa ser investigado, que precisa acontecer e que precisa ser solucionado é muito grande, principalmente na minha região, na região de Jequié, são muitos acidentes que ocorrem toda semana, acidentes fatais, vidas que foram perdidas justamente por uma irresponsabilidade desta empresa que vem envergonhando a Bahia.

Nós tivemos a iniciativa, conversamos com os vários parlamentares da Bahia que também estão de acordo e apoiando a CPI e agora lançamos um trabalho de convencimento dos demais colegas para conseguir as assinaturas, as 171 assinaturas para que a gente possa dar entrada no requerimento e aí fazer um grande trabalho de apelo a mesa diretora, ao presidente Arthur Lira, para que coloque em prática essa CPI e que seja um instrumento positivo para solucionar esse grave problema que é a questão da concessão da BR-116 e da BR-324.

 

Vou aproveitar que o senhor citou Jequié para puxar o papo sobre política, já pensando também em eleição municipal. O prefeito Zé Cocá, seu aliado, deve disputar a reeleição, tem uma base consolidada na Câmara e boa avaliação na cidade. E ele deve ter um candidato de Antonio Brito como adversário, apoiado é claro pelo governo do Estado, é o Alexandre Iossef. Como está esse tabuleiro em Jequié?

Nós temos uma aliança muito sólida com o prefeito Zé Cocá, é meu amigo pessoal,  estivemos juntos desde o início da sua primeira campanha para prefeito. Tem feito uma grande administração na cidade Jequié, hoje quem mora e quem visita sabe que é uma cidade de franco crescimento e de uma mudança muito grande e eu fico muito feliz de como deputado federal ter procurado ajudar bastante, já coloquei mais de R$ 60 milhões de recursos de emendas de obras em diversas áreas. E hoje obviamente isso tudo traduz numa avaliação extremamente positiva da população com a administração do prefeito Zé Cocá. Então ele se torna o candidato extremamente forte, competitivo por tudo que ele construiu ao longo desses quase quatro anos de gestão. Estamos apoiando ele, o nosso partido União Brasil, e os demais partidos que compõem o nosso grupo político de Jequié também irão marchar com o prefeito Zé Cocá para a reeleição por entender que ele representa, a cidade precisa dar continuidade a esse crescimento, a esse novo momento político, administrativo, econômico que Jequié vem atravessando nos últimos anos. E hoje tem adversário, o candidato do deputado Antônio Brito, o Alexandre. E eleição a gente se disputa no voto. Eu sempre costumo dizer que na política não existe política ganha e nem política perdida. O que existe é trabalho. É mostrar a população aquilo que foi feito e o que precisa ainda ser feito, trabalhar. E no final a população democraticamente vai decidir o que ela deseja com os destinos da nossa cidade de Jequié.

 

Ainda falando de Jequié, algum avanço naquelas tratativas do Aeroporto da cidade? Eu lembro que a discussão era se ampliaria o municipal ou se construiria um novo?

Nós estivemos lá na cidade e levamos os técnicos da Infraero. Estamos aguardando um parecer técnico mais conclusivo no que diz respeito ao aeroporto da cidade, mas tudo leva a crer que devido a topografia difícil da nossa cidade, cercada por montanhas, você não tem condição de fazer um aeroporto de médio porte, que é o desejo de toda uma região. Hoje é um grande clamor em toda a nossa região com um aeroporto que possa fazer e operar voos regionais, trazer mais ligação da nossa região com o resto do Brasil. Há algumas outras opções tanto na cidade de Jaguaquara, no entroncamento de Jaguaquara, como no sentido Manoel Vitorino e outras opções que teria condições de topografia melhor para se instalar um aeroporto regional. Mas nós estamos esperando, aguardando ainda um parecer oficial da Anac, da Infraero com relação a possível ampliação do atual aeroporto Vicente Grilo. Hoje o aeroporto está em funcionamento, inclusive recentemente teve a sua iluminação recolocada. Não tenho a informação se já está homologada também a utilização noturna já que já temos a iluminação, mas o fato é que a gente continua aguardando uma posição mais concreta por parte dos órgãos com relação a possibilidade ou não de uma ampliação lá no aeroporto Vicente Grilo.