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Entrevista

Recém-chegado à Câmara, Joceval faz projeção otimista para bancada baiana do Cidadania - 08/08/2022

Por Bruno Leite / Gabriel Lopes

Recém-chegado à Câmara, Joceval faz projeção otimista para bancada baiana do Cidadania - 08/08/2022
Foto: Reginaldo Ipê / CMS

Recém-chegado à Câmara dos Deputados após assumir a vaga deixada por Abílio Santana, Joceval Rodrigues faz projeção otimista para a bancada baiana do Cidadania, seu partido, e do PSDB na Casa Legislativa. Para o pleito de outubro, os dois partidos decidiram se aglutinar em uma federação partidária e de acordo com Rodrigues há possibilidade de as legendas elegerem ao menos três deputados federais.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o vereador que foi alçado à condição de deputado no último mês, indica que a federação tem uma "gama" de candidatos que podem impulsionar a votação da chapa proporcional. "Muito bom mesmo, nós podemos fazer três deputados federais pelo fato de o PSDB, com o deputado Adolfo [Viana], que já teve mais de 100 mil votos, juntando com os candidatos que nós temos, o Cidadania está com um quadro muito bom para federal e somando com o PSDB nós podemos garantir essa segunda ou até a terceira vaga", disse ao demonstrar entusiasmo.

 

Vereador de quarto mandato em Salvador e agora alçado ao posto de deputado federal, Joceval Rodrigues também é presidente estadual do Cidadania na Bahia. Ele detalhou o processo que o levou ao Congresso Nacional, projetos de sua autoria que já estão em tramitação na Câmara, suas principais bandeiras para a eleição e política nacional. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

 

Há algumas semanas o senhor assumiu o posto de deputado federal, com essa saída do deputado da Abílio Santana, eu queria saber do senhor, qual é a sensação de enfim sentar na cadeira depois de três tentativas, você ficou na suplência, como tem sido essa experiência na Câmara Federal?

Primeiro eu quero dizer que a mudança é só o tamanho, porque lá a proporção é muito grande, a quantidade de projetos, a quantidade de demandas, também você trata de assuntos que são nacionais então isso requer uma atenção maior com é uma complexidade. Porém a lógica é a mesma porque para quem está há quatro mandatos no Legislativo, você acaba pegando um ritmo, né? E pegando também um conhecimento sobre o que acontece, como essa questão de composição política, essa questão de ideologia, posicionamentos ideológicos muda. Só mesmo a casa. Eu estou achando muito legal, até porque eu fui um dos vereadores que mais aprovaram o projeto na câmara de Salvador e estou tendo a oportunidade agora de aprovar projetos que vão influenciar a vida das pessoas do Brasil. Dos 23 projetos que eu apresentei oito já foram aceitos como projetos de grande relevância, e projetos que conseguiram passar pelo crivo da Casa Federal. Eu assumi no dia 14 e foi uma repercussão muito grande, do meu povo, do pessoal do Sudoeste da Bahia, Itambé, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas. E aí vários segmentos que me apoiam e profissionais liberais começaram a mandar e nós fizemos aí um mutirão, começamos analisar. Nós demos entrada em 23 projetos, oito já estão tramitando no Congresso Nacional. São projetos que visam resultados na qualidade de vida das pessoas, tipo defesa da vida. Nós estamos estudando o desfibrilador virar uma uma lei nacional, esse projeto, nós estamos também levando para o âmbito nacional, já existe um projeto mas não teve a central de libras como colocada. Nós estamos colocando também o projeto que foi aprovado em Salvador de políticas públicas para a comunidade surda. È um projeto que vem tendo uma discussão muito grande, pois alguns deputados tinham dado entrada em um projeto parecido mas que não tinha como atingir de forma tão completa como o que nós demos entrada.

 

O Cidadania compôs uma federação com o PSDB, partido que também tinha alguém pleiteando a vice de ACM Neto. O que pesou para a escolha de Ana Coelho?
O PSDB foi sondado como todos os outros partidos que fazem parte do arco de alianças que apoiam hoje o candidato ACM Neto. Então eu vi que o PSDB tem um foco em aumentar a sua bancada junto com Cidadania, que é o nosso foco e o Republicanos tem um outro foco que seria vice, então foi medido a fome de cada partido, no bom sentido. Isso foi muito importante para eles, mas também para nós pois para mim significa uma empreendedora, uma mulher do segmento empresarial, uma mulher que já foi testada também no associativismo.

 

Como foram as negociações com o deputado Abílio Santana? Ele chamou o senhor para conversar? O afastamento dele foi motivado pelo quê?
Não houve nada de articulação. O Abílio Santana é do segmento evangélico, o filho de Abílio foi candidato a vereador de Salvador e conversaram. Ele disse: 'gente, eu estou sentindo falta do meu pai aqui tocando a campanha comigo, está ficando muito lá em Brasília”. E aí eu já divido com isso ainda mais Brasília, eu estava preso aqui na Câmara de Salvador até sem poder pegar a estrada e tudo, então estando em Salvador e estando em Brasília em tempo de campanha para mim é o mesmo. Para mim o impacto foi menor porque eu nunca estive na Câmara Federal, então eu estou podendo fazer campanha no local onde eu estou almejando. E aí é uma pré-campanha direta, porque eu estou tratando lá de tramitação de projetos, tratando de comissões e tudo que eu vou fazer a partir de fevereiro do ano que vem. Então para mim foi bom e para ele também, foi a junção de duas necessidades. Não houve um acordo maior ou qualquer outra coisa, nós entendemos que para mim era interessante e para ele é interessante estar aqui. Somos amigos, Abílio foi meu segundo suplente e muita gente não sabe: em 2014 eu era o primeiro suplente de Uldurico Júnior e ele o segundo suplente então quando Uldurico teve essa questão do processo eu cheguei para ele e disse ‘ó, estou lutando’, mas ainda estava muito frágil essa interpretação legal da questão do mandato. Hoje eu estou assumindo lá, Brasília, sem ter nenhum dano ao meu mandato em Salvador, mas naquela época, em 2014, eu tinha receio.

 

Em relação à Isabela Sousa, com a sua saída da Câmara de Salvador, Isabela assumiu já que era suplente. Como é essa relação com Isabela, ela participou das conversas com Abílio?
Não, a Isabela só orou, pediu que desse tudo certo. Ela estava acompanhando tudo por mim, a presidência do Cidadania. Mas as tratativas foram através do meu irmão que é amigo da família de Abílio, o filho de Abílio e eu somos amigos.

 

Dentro dessa história corre que haveria uma disputa entre vocês e Isabela. Isso é verdade?

Se houvesse disputa eu já tinha acabado, bastava eu não assumir a Câmara Federal e ela não seria vereadora. Não existe disputa, Isabela foi indicada por mim como a presidente municipal do partido. E agora com a minha ida a Brasília Isabela assume a Câmara de Salvador. Vivemos em harmonia. Cuidei da posse dela, estou fazendo de tudo para que ela seja uma das deputadas bem votadas do partido, pois ela optou em sair deputada federal, estamos cuidando para que isso aconteça e o Cidadania vai estar muito bem representado na Bahia.


Eu vi que Roberto Freire está bem presente nessas deliberações aqui na Bahia. Ele tem dado alguma recomendação, tem aconselhado vocês sobre as candidaturas no estado?
Roberto Freire é um pai na política para mim, é uma pessoa que tem uma atenção com a Bahia muito grande, ele veio, caminhou aqui no sol quente em Dois de Julho. Ele participa de vários grupos aqui do partido, do grupo de mulheres, da Juventude, do movimento negro com a igualdade e nós temos certeza de que com a orientação de Roberto o Cidadania vai estar crescendo muito mais.

 

O senhor tem uma atuação muito forte junto com a Igreja Católica. Além disso, quais são as bases para você nessa disputa para deputado?
Nós temos uma missão muito forte aqui na terra: é defender princípios e valores cristãos. Como Cristão - agora já não falo mais como deputado, eu falo como Cristão que sou antes de estar deputado - eu digo que aprendi muito com a doutrina social da Igreja Católica, com a postura dos documentos da igreja que são sempre muito determinantes e muito objetivos, os documentos e as campanhas da Fraternidade me levaram a pensar a sociedade de outro jeito. Então pautando e defendendo princípios e valores cristãos, hoje, eu tenho uma grande quantidade de pastores, de evangélicos, que também nos acompanham porque o nosso mandato ele hoje ele tem essa organicidade católica, nós não deixamos isso, pois é a nossa origem, mas o que ele defende ficou mais amplo. Então o que nós hoje defendemos o Brasil está carecendo muito de uma pauta do bem comum.

 

No Dois de Julho a gente percebeu uma aproximação muito grande do Roberto Freire com a Simone Tebet. Aqui na Bahia o partido dela, o MDB vai apoiar Lula. Então quer dizer que aqui na Bahia Tebet não vai estar sozinha? O PSDB e o Cidadania vão estar com ela?
Um grupo do MDB - que eu não eu não desqualifico, ao contrário, é um grupo que gerou muito para a Bahia - está com Lula, mas o partido na Bahia tem muitas pessoas apoiando Simone Tebet, que para mim é a melhor candidata. Fiquei muito feliz por um dia andar com ela nas ruas pelo Pelourinho, na Lapinha, e ver pessoas inclusive com camisas vermelhas e adesivos do PT pedindo para tirar foto com ela.