Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

Paulo Azi comemora aliança com Leão e diz que Roma não tem projeto para a Bahia - 28/03/2022

Por Lula Bonfim

Paulo Azi comemora aliança com Leão e diz que Roma não tem projeto para a Bahia - 28/03/2022
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

O deputado federal Paulo Azi (UB) foi conduzido recentemente a presidente da comissão provisória do União Brasil na Bahia. Ao lado de ACM Neto (UB), o pré-candidato do grupo político ao governo do estado, é ele quem comanda as articulações do partido para as eleições de outubro, quando a nova sigla terá seu primeiro grande desafio. Em entrevista ao Bahia Notícias, o parlamentar avaliou que a candidatura de João Roma (PL) não visa apresentar um projeto, mas sim conceder um palanque local para o presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

“O ministro sempre colocava que precisava dar o palanque ao presidente da República. É uma candidatura que dialoga muito com isso. Não é uma candidatura que efetivamente busque apresentar um projeto para a Bahia, discutir os problemas, mas sim dar um palanque ao presidente da República. Isso aí já ficou muito claro”, declarou o deputado.

 

Azi também comemorou a aliança entre ACM Neto e o vice-governador João Leão (PP). Para ele, a candidatura do novo aliado ao Senado não “envelhece” a chapa aos olhos do eleitorado, mas sim garante o ganho do fator “experiência”, que o deputado considera fundamental para a construção de pontes entre o presidente da República e o governador da Bahia.

 

“A candidatura de Neto, por si só, já sinaliza para a modernidade, para a renovação, para um novo modelo de fazer política, como ele implantou e fez em Salvador. E essa conjugação com Leão só vai ampliar isso, fazer com que o eleitor tenha uma chapa completa, cobrindo todos os pontos que efetivamente uma chapa majoritária precisa ao ser apresentada à população”, analisou Azi.

 

O parlamentar também previu que o União Brasil deve eleger a maior bancada de deputados federais nas próximas eleições e também fez uma ousada previsão para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Para ele, os números só não serão melhores porque o partido está articulando para que outros aliados também desempenhem bem nas eleições proporcionais.

 

Confira abaixo a entrevista completa.

 

A gente sabe que o União Brasil é o resultado da fusão de dois partidos. Como está a situação dos diretórios no interior da Bahia? Tem enfrentado dificuldades para estruturação, já que dois partidos viraram um?

A gente não iniciou ainda essa discussão interna, porque só agora, semana passada, que foi eleita a comissão provisória estadual aqui na Bahia. Eu tive a honra de ser conduzido à presidência. A nossa ideia é deixar essa discussão municipal para um pouco mais à frente, porque não tem necessidade de se definir isso agora, ainda tem um ano para as disputas municipais entrarem em jogo. Então as questões municipais devem ser tratadas em um segundo momento, mas a gente acredita que não teremos maiores problemas em relação às comissões anteriores, que eram do Democratas e do PSL.

 

O DEM e o PSL eram partidos grandes, com bancadas fortes na Câmara. Qual é agora a perspectiva do União Brasil para outubro? Com qual número de deputados vocês trabalham para eleger na Câmara e na AL-BA?

A gente trabalha aqui na Bahia com um horizonte de fazer de 8 a 10 deputados federais e de 13 a 15 deputados estaduais. Essa é a nossa meta. É claro que esse número até poderia ser um pouco maior, mas a gente tem procurado agir com um olhar amplo, para todos os outros partidos que compõem nosso arco de alianças. Eles também precisam apresentar chapas competitivas na eleição proporcional e, portanto, a gente não pode simplesmente ficar pensando em trazer todo mundo para o União Brasil. Tem determinados pré-candidatos que até poderiam ficar conosco, mas, em função de toda essa conjuntura aí das alianças visando a candidatura de ACM Neto, a gente tem tido também esse olhar de contemplar a todos. Mas, ainda assim, a nossa ideia é fazer esse número aí que eu passei.

 

E nacionalmente, o União Brasil também trabalha com um número, com uma meta, para o Congresso Nacional?

Nós temos um cenário muito otimista. Temos muita confiança de que seremos o maior partido do Brasil em número de deputados federais. Todas as contas que são feitas demonstram que a gente tem aí uma possibilidade de fazer entre 65 e 80 deputados federais, que provavelmente se constituirá na maior bancada federal a partir do próximo ano.

 

O prefeito Bruno Reis foi a Brasília recentemente, para cobrar um maior apoio do governo federal às prefeituras brasileiras, que estão encontrando problemas para sustentar os custos do transporte público. Como anda a articulação para que o governo ajude os municípios com o subsídio do transporte coletivo?

Isso é um problema seríssimo que, se não tiver realmente uma solução a curto prazo, todos os sistemas públicos de transporte das principais cidades do Brasil vão entrar em colapso e as prefeituras efetivamente não vão aguentar subsidiar as tarifas. Isso muito em função do aumento ocorrido no óleo diesel, que é o principal insumo do transporte coletivo. Nós estamos buscando alternativas, pressionando o governo federal. Essa semana, inclusive, votamos uma urgência para votar um projeto em que o governo federal assume o custo da passagem gratuita que é oferecida hoje aos idosos. E esse recurso, que o governo federal assumiria no custo dessas passagens, seria revertido para as prefeituras bancarem todo esse sistema. Existem outras propostas, também tramitando na Câmara, mas efetivamente esse é um assunto que tem sido tratado como prioridade lá, para que a gente possa, dentro desses 30 dias, já ter uma solução e que o governo federal efetivamente assuma esse compromisso, para amparar as prefeituras e evitar, como eu disse, um colapso no sistema de transporte público, não só de Salvador, mas todas as capitais do Brasil. Até porque a outra solução para isso seria o aumento da passagem de ônibus, coisa que a população infelizmente não suportará. Você só tem duas alternativas: ou você subsidia a tarifa ou você aumenta a passagem. A população não aguenta mais, em função de toda a crise econômica que se encontra. A população não suporta mais um aumento no patamar necessário para equilibrar o sistema. Então não há outro caminho: o governo federal realmente dar a mão, amparando as prefeituras neste momento de crise, como eu disse, com esse aumento exponencial dos preços dos combustíveis.

 

Como está o andamento das negociações para apoio do União Brasil a um candidato para a presidência? Um apoio a Ciro ainda é ventilado? Quais seriam os prós e os contras de apoiar Ciro?

O partido está, ainda durante esse mês de março, debruçado sobre a definição de todas as comissões executivas estaduais. Tem estados que ainda inclusive esse processo não se concluiu. Então, pelo cronograma estabelecido pelos membros que compõem o diretório nacional, vencida essa etapa de definição da composição das comissões em cada estado da federação, é que o partido vai abrir as conversas para discutir qual será o seu posicionamento nacional. O presidente Luciano Bivar é quem está aí conduzindo essas tratativas, é quem está conversando não apenas com alguns pré-candidatos, mas também com os presidentes de outros partidos, para se tentar construir uma candidatura que possa oferecer ao Brasil um novo ambiente, um cenário de equilíbrio, de prosperidade, fruto de uma candidatura que possa surgir ainda daqui até as eleições. Mas, efetivamente, essa pauta nacional ainda não está na prioridade do partido. Vai estar a partir de abril, como disse, quando a gente vencer essa etapa aí da construção das comissões nos diversos estados da federação.

 

E aqui na Bahia, como estão as negociações para encontrar um nome para vice para ACM Neto? Há um perfil que o grupo está buscando?

A prioridade do nosso grupo aqui na Bahia era definir a chapa com o candidato ao Senado. Já foi definido, com a aliança com o Progressistas, que terá o vice-governador João Leão como parceiro de chapa de ACM Neto. Neste momento, a prioridade absoluta nossa é concluir todo esse arranjo de apoio a todos os partidos [do arco de alianças], para que cada um deles possam efetivamente apresentar também uma chapa de deputados, seja estadual e principalmente federal, que é isso que fortalece os partidos a nível nacional, a sua representação no Congresso Nacional. E aí, o próprio ACM Neto tem dito que ele vai ter tempo suficiente para, pouco mais à frente, se debruçar para fazer as tratativas visando a definição do candidato ou candidata a vice-governador. Nós temos hoje um bom problema: são vários nomes que estão à disposição, a cada dia aparecem novos quadros que podem efetivamente preencher esse espaço na chapa ao lado de ACM Neto. Mas, é claro, nós ainda temos um bom tempo à nossa disposição, para que se possa realmente fazer uma escolha que case com tudo aquilo que Neto pensa em apresentar agora na campanha e, principalmente, quando ele, se Deus quiser, assumir o governo a partir de janeiro do próximo ano.

 

Leão esteve por 14 anos no governo do estado e já tem uma longa trajetória na política baiana. Com a chegada dele para a vaga do Senado, a oposição perdeu o argumento de ser “o novo” frente ao grupo que governa a Bahia hoje?

De maneira alguma. Leão é um político respeitado, com uma história construída ao longo do tempo, conhece muito o estado, sabe exatamente quais são os principais problemas, tem diversos projetos, que ele já estudava e apontava isso como solução. Ele, eu diria, vai complementar esta chapa que será comandada por Neto. É claro que a posição do Senado exige efetivamente alguém com experiência, alguém que saiba transitar no Congresso Nacional, que possa fazer a ponte entre o governador e o presidente da República, seja lá quem for, e eu acho que João Leão se coloca como uma luva exatamente nesse espaço. Por ter a experiência necessária, por conhecer os caminhos do Congresso Nacional e ser um futuro interlocutor entre o governador e o presidente da República. A candidatura de Neto, por si só, já sinaliza para a modernidade, para a renovação, para um novo modelo de fazer política, como ele implantou e fez em Salvador. E essa conjugação com Leão só vai ampliar isso, fazer com que o eleitor tenha uma chapa completa, cobrindo todos os pontos que efetivamente uma chapa majoritária precisa ao ser apresentada à população.

 

Te surpreendeu João Roma confirmar a candidatura ao governo do estado? Qual é o impacto que a candidatura de Roma pode ter no desempenho de Neto?

A gente já esperava. O ministro sempre colocava que precisava dar o palanque ao presidente da República. É uma candidatura que dialoga muito com isso. Não é uma candidatura que efetivamente busque apresentar um projeto para a Bahia, discutir os problemas, mas sim dar um palanque ao Presidente da República. Isso aí já ficou muito claro. A gente respeita, é do jogo democrático. Acho que a população vai ter aí mais uma opção para fazer a sua escolha no dia 2 de outubro.

 

A gente soube que teve uma pequena confusão recentemente em Camaçari, acerca de uma suposta quebra de acordo do prefeito Elinaldo com lideranças do PSDB, do Cidadania e do Republicanos aqui no estado, em que ele liberaria parte da sua base de apoio para as candidaturas de Joceval Rodrigues, Adolfo Viana e Márcio Marinho. Agora, Elinaldo teria recuado desse acordo e dito que o único apoiado por ele seria o senhor, Paulo Azi. Você teve alguma ingerência nesse acordo?

Não houve nenhuma quebra de acordo. A Bahia toda conhece e sabe da relação de amizade e de respeito que eu tenho e o prefeito Elinaldo tem por mim e, ao mesmo tempo, o compromisso que eu tenho com a cidade de Camaçari. Foi a minha principal base política na minha última eleição, o município que eu fui mais votado na Bahia. E todo mundo sabe a relação que eu tenho com Camaçari e com o prefeito Elinaldo. Portanto, não houve quebra de acordo, porque não houve esse acordo. O que houve, na realidade, foi que, na eleição municipal, alguns partidos apoiaram o prefeito e pediram que o prefeito de alguma forma ajudasse esses partidos agora na eleição. E isso será feito. Alguns candidatos a deputado serão votados lá e o prefeito vai saber respeitar. Agora, é óbvio que o candidato do prefeito é o deputado Paulo Azi e a Bahia toda sabe disso.