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Entrevista

'Vivemos na Bahia um momento de muito otimismo', diz secretário Bacelar sobre o turismo - 07/03/2022

Por Mauricio Leiro

'Vivemos na Bahia um momento de muito otimismo', diz secretário Bacelar sobre o turismo - 07/03/2022
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

O momento é de otimismo para o turismo baiano. Segundo o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, mesmo sem a realização do Carnaval em 2022, o estado perdeu foliões, mas ganhou turistas em busca de outras atividades espalhadas pelo estado. Em entrevista ao Bahia Notícias, Bacelar ressaltou que a Bahia cresceu mais que o dobro em atividades do setor do que o Brasil. 

 

"Levamos muito tempo no isolamento em áreas urbanas, agora que, por conta da vacinação, as pessoas demandam por locais que possam ter atividades a céu aberto. A Bahia tem diversas baías, enseadas, barras e rios, que atraem as pessoas. O interior do estado, com a Chapada de Diamantina, é um lugar muito aprazível. Por conta disso, estamos tendo no mês de janeiro, tivemos uma movimentação semelhante à pré-pandemia", disse. 

 

Entre outros assuntos, o secretário comentou que o estado e o trade turístico têm alta expectativa com relação aos próximos meses para o setor. "Tenho tido reuniões constantes com técnicos e a Secretaria de Saúde. Temos visto os dados, tem se observado uma estabilidade em nível alto, mas com tendência de queda. Toda vez que ela cedeu, foi precedida por uma estabilização. Queremos que ela ceda e a retomada ocorra mais forte. Vivemos na Bahia um momento de muito otimismo com relação a movimentação de turistas", explicou. Leia:

 

Secretário, teríamos acabado de passar o período de Carnaval no estado, como a secretaria avalia o período mesmo sem realização da festa? Recebimento de turistas foi satisfatório? 

Pela tradição da Bahia, é óbvio que houve uma perda na atividade turística da cidade e estado. Infelizmente, as condições sanitárias não permitiram a realização do evento da forma que ele sempre foi realizado, por conta disso, para preservar vidas. [Para] Manter a Bahia com um dos menores índices de mortalidade do Brasil, o governador entendeu que não tivéssemos o evento. Por outro lado, pela Bahia ser muito rica em atividades turísticas, temos 50 atividades turísticas, o impacto ficou amenizado. Perdemos os foliões, mas ganhamos turistas que vem buscar o lazer, o sol e praia, o turismo étnico afro, religioso, aventura, esportivo. Diversas atividades que continuam atraindo pessoas. Levamos muito tempo no isolamento em áreas urbanas, agora que, por conta da vacinação, as pessoas demandam por locais que possam ter atividades a céu aberto. A Bahia tem diversas baías, enseadas, barras e rios, atraem as pessoas. O interior do estado, com a Chapada de Diamantina, é um lugar muito aprazível. Por conta disso, no mês de janeiro, tivemos uma movimentação semelhante à pré-pandemia. Ainda não fechamos os números de fevereiro, mas em comparação com janeiro de 2021, tivemos uma movimentação maior. 

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Estamos tendo uma flexibilização maior com relação às medidas restritivas pelo governo. Será que teremos uma retomada plena a partir de que mês? E o trade turístico como está?

É nossa expectativa. Tenho tido reuniões constantes com técnicos e a Secretaria de Saúde. Temos visto os dados, tem se observado uma estabilidade em nível alto, mas com tendência de queda. Toda vez que ela cedeu, foi precedida por uma estabilização. Queremos que ela ceda e a retomada ocorra mais forte. Vivemos na Bahia um momento de muito otimismo com relação a movimentação de turistas. No Brasil, em 2021, cresceu 21% no turismo, aqui crescemos 47%. Mais do que o dobro do país, esses números se refletem na movimentação dos equipamentos. Trazem otimismo e esperança por esse movimento. 

 

Um dos processos da volta do Turismo é a alta demanda por infraestrutura para a retomada do turismo. Como a pasta tem analisado os investimentos e acompanhado a atuação privada para o setor?

A atividade turística para o pleno desenvolvimento, precisa que os governos, nas suas três esferas, o trade turístico, a iniciativa privada e a sociedade atuam na mesma direção. Aqui estamos unidos, do governo federal e estadual e o trade. Isso se reflete na movimentação que existe no estado. Rui Costa orientou, enquanto estávamos no alto da pandemia, os técnicos da secretaria se debruçaram na retomada. O Viva Turismo Bahia tem quatro eixos. O da biossegurança sanitária, os técnicos da Secretaria de Saúde elaboramos protocolos de segurança. Temos protocolo do hotel, que é diferente do restaurante e isso nos dá uma segurança. O segundo eixo é a capacitação da mão de obra. Nos unimos com as secretarias de Educação e a do Emprego e Renda, a Ufba, Sebrae e Senac, além de empresas, para promover uma qualificação até de gestores. O turismo se processa nos municípios, eles controlam questões específicas. O terceiro eixo são as obras de infraestrutura, onde com parcerias, por exemplo, a construção do aeroporto de Bom Jesus da Lapa, isso interessa a Setur. Temos melhorias de vias. A própria secretaria também tem feito obras, são 70 milhões de dólares de investimentos. E o quarto eixo é a promoção do destino Bahia. Estivemos na feira de turismo de Madri, foi importante pois não tivemos a de Berlim. Estaremos em Lisboa e temos promovido dentro do Brasil. Aqui dentro do estado, temos feito eventos para promover o destino e a circulação dos baianos. 

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Secretário, tivemos a criação da Rede Baía de Todos-os-Santos para unir empreendedores em prol do desenvolvimento do turismo sustentável na região. Como vai funcionar?

Isso vem de encontro com a união de esforços dos governos e rede privada. A intenção é dar sustentabilidade para nossa geração desfrutar e deixar o mesmo patrimônio para outras gerações. Todos os atores do turismo, do entorno, estejam cientes das responsabilidades. Criamos a rede, que unidos, fazem o fomento, promoção e trabalhando para a sustentabilidade da Bahia.

 

Podemos ter a expansão do mesmo formato para outros locais do estado?

Sim. A gente pode estender isso para outras baías. A questão é dos recursos. Temos que recorrer a empréstimos externos. Essa ação é financiada pelo banco interamericano, que entrou com 60% dos recursos e a Bahia com contrapartida de 40% do recursos. 

 

Por falar em locais do estado, tivemos a aprovação dos Jogos de Azar pela Câmara dos Deputados. Como o estado tem se planejado para receber esse modelo de atrativo turístico?

Os jogos não são uma atração propriamente dita. Por um destino ter um cassino ou bingo é um atrativo a mais. Eles causam uma estadia por dois ou três dias nos locais, é mais um instrumento para potencializar. Temos que obedecer a legislação aprovada, o número está ligado ao número de habitantes. Vamos esperar a matéria ser aprovada para ver os destinos e cidades da Bahia para abrir para a iniciativa privada operar. Teremos 12% de impostos para a Embratur promover o turismo brasileiro no exterior. Fomos procurados por empresários. Desde a tramitação que tem procurado a secretaria sobre o interesse do estado em implementar a atividade. É uma vontade do governador abrir essas atividades, porém os destinos ainda não. Tem limitações para a implementação. Temos uma infraestrutura turística, hoteleira. Temos a região do São Francisco, do litoral norte até o extremo sul do estado. Um local muito bom também no interior do estado. 

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Secretário, a Rede hoteleira Rosewood ganhou a licitação do Palácio Rio Branco... o que a empresa tem pensado para o Palácio, o que podemos esperar? E como tem sido o diálogo com a corporação?

Está previsto no edital que o Palácio será adaptado para a atividade hoteleira de seis estrelas. É um nível muito alto de qualidade e acomodação. Ficamos muito felizes, por conta da empresa já ter tradição em hotéis. O projeto foi aprovado pelo Iphan e Ipac. Agora a empresa quer transformar o anteprojeto em projeto. Estamos otimista pela bandeira da empresa, que vai atrair a atenção de outras bandeiras. Não foi uma coisa por um acaso do governo essa sessão. Faz parte de um planejamento, pois já investe no centro antigo, como o Fasano, Fera. Estamos indo de encontro a uma tendência mundial de entregar prédios históricos, o que dá vida é sua utilização, possibilitar que os baianos tenham acesso ao museu dos governadores é o que dá vida ao equipamento. Tem sustentabilidade também, nossa geração vai se admirar com o projeto e deixar para outras gerações. 

 

Gostaria de saber também sobre o diálogo com o Ministério Público, que vem tentando suspender a licitação. Como ficou a relação com MP?

No regime democrático que vivemos no Brasil, instituições como Ministério Público são de extrema importância. Mas nesse caso, o governo tomou todos os cuidados, cumprimos todos os passos. Por conta disso, a justiça não deu conhecimento das denúncias do MP e MPF. 

 

Temos algumas incertezas políticas dentro deste grupo que o senhor faz parte por questões eleitorais. Como fica a situação do senhor na secretaria de Turismo da Bahia e como vê o futuro político na secretária?

Em relação à questão política, sou militante do Podemos. É dirigido por Bacelar e ele sempre diz que é ao lado de Rui Costa e do grupo. Não só pela posição que Rui e vamos continuar ao lado de Rui Costa.