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Live do BN: Wagner critica reunião ministerial de Bolsonaro: 'Passa longe da liturgia'

Por Fernando Duarte / Ulisses Gama

Live do BN: Wagner critica reunião ministerial de Bolsonaro: 'Passa longe da liturgia'
Foto: Bahia Notícias

Entrevistado na Live do BN desta segunda-feira (25), o senador Jaques Wagner (PT) fez críticas ao conteúdo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada pelo ministro do Superior Tribunal Federal, Celso de Mello. De acordo com o ex-governador da Bahia, os comportamentos apresentados não configuram uma reunião e o fato da pandemia do novo coronavírus não ser pauta principal causou choque.

 

"A ampla maioria está com a reação semelhante da maioria das pessoas de bom senso. Para ser uma reunião ministerial, falta muito. Passa longe da liturgia. Se fosse um churrasco na casa do presidente, aí sim você fala algumas coisas... Eles afrontam as determinações, não guardam distância... Imagino que alguém propôs e o presidente não aceitou. Quase nenhuma estava com máscara... Mas o que choca é que 22 de abril a gente caminhava para 40 mil contaminados e 3 mil óbitos. Já vivi momentos como esse, um pouco menos dramáticos. Tinha aquele problema da chikungunya e me reunia todos os dias com a presidente Dilma. A gente se reunia com empresas de repelente, negociamos preços, mandamos embalar para distribuir. A gente monitorava todos os dias e fui em vários estados. Numa reunião daquela, ninguém nem toca no assunto", declarou.

 

Vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Wagner indicou que vai conversar com o presidente da Comissão, Fabiano Contarato, para pedir o impedimento do ministro Ricardo Salles, que falou em "passar a boiada" enquanto a imprensa foca na cobertura da pandemia (leia mais aqui). O senador também criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e propôs que os políticos contribuissem financeiramente neste momento.

 

"Eu conheço o pensamento dele e estou até discutindo com o Senador Contarato se cabe uma representação ao Supremo para uma interdição. O Guedes, também só está ali por vaidade. Quando ele viu Moro sendo demitido, ele percebeu que o presidente faz o que dá na telha. Ele já era ultrapassado e ficou super ultrapassado durante a pandemia. Com esse quadro da economia, ninguém vai ter condição de dar reajuste aos servidores. A arrecadação baiana caiu e precisando investir na Saúde, não vai dar. Eu tenho minha receita garantida no fim do mês e acho que Senado e Câmara deveriam economizar. Uma contribuição de cada um será importante para ajudar as comunidades mais carentes. Política são gestos e ninguém vai morrer por dar uma contribuição. É uma tristeza", indicou.

 

Questionado sobre a possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro, Wagner disse nunca ter gostado da ideia. No entanto, declarou entender que Bolsonaro tem atrapalhado o país no tratamento da pandemia e por isso deve ser impedido. Até o momento, o Brasil registra 22 mil mortes por conta da doença.

 

"Diria que a gente está no meio a meio, em uma sinuca de bico. Nunca gostei da ideia, quando já estávamos entrando na pandemia. Ele foi eleito e tem que tocar o governo dele. O eleitor que tem que dizer se fez besteira. Quem votou nele, votou em uma eleição toda arquitetada. Cabe aos jornalistas desvendarem. Não foi uma eleição comum. Muitos esperavam que não desse o presidente que está. O primeiro movimento foi o impeachment da Dilma. A gente sabe que não teve crime nenhum e nem toda a culpa foi dela. Acabou criando um rombo e se deu renúncia fiscal para todo mundo e o objetivo era ajudar quem estava lutando contra o exterior. Sentindo que a popularidade era grande, fizeram um movimento para tirar Lula. Acharam que daria uma direita ou um liberal razoável dentro do padrão. Eu dizia para o PSDB que eles estavam incriminando a gente avisei que não daria eles. Se é para esculhambar a política, é melhor botar um de marca, que é ele [Bolsonaro] do que um genérico. O ódio contra a classe política e a questão da segurança. Ele foi eleito nesse binômio e vai tentar de novo. Agora ele está se relacionando com o centrão. Que bicho vai dar isso? Não sei. Eles são o que mais fazem esse jogo da política", afirmou.

 

"Qual é o problema dele? Ele é o maior atrapalhador para cuidar da pandemia. Ele atrapalha. Fique quieto, no Palácio, brincando de tirinho e vê se para de falar bobagem. Ele está estimulando as pessoas a fazerem bobagem. Ele tem que ser interditado. A maioria dos gestores no mundo inteiro teve aumento na popularidade. Ele aqui está declinando porque só sabe falar bobagem. Virou um elemento de atrapalhação. Nesse caso, teria que ser interditado", completou.

 

Wagner também falou sobre a inserção dos militares no governo Bolsonaro, o número de partidos políticos no Brasil e o trabalho em conjunto do prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa neste momento.

 

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