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Entrevista

Zé Neto avalia que eleição em Feira de Santana será vencida por oposição a Colbert Martins - 09/12/2019

Por Mauricio Leiro

Zé Neto avalia que eleição em Feira de Santana será vencida por oposição a Colbert Martins - 09/12/2019
Foto: Priscila Melo / Bahia Noticias

O deputado federal e pré-candidato a prefeito de Feira de Santana em 2020 Zé Neto (PT) acredita que a oposição sairá vencedora na próxima eleição. Com a pré-candidatura lançada em abril (reveja aqui), o petista acredita que mesmo após quatro derrotas as urnas o cenário é outro. "Hoje já estamos pelas pesquisas com cerca de 32%. Tenho muita humildade para analisar, pode ser que mude para melhor ou pior", comentou.

 

Em sua atuação em Brasília, o deputado participa da Frente Parlamentar pelo Pacto Nacional contra as Fake News, que segundo ele é um ataque a política nacional e a vida de qualquer cidadão. "Temos que combater as Fake News para a credibilidade do estado e das instituições democráticas do país", ressalta Zé Neto.

 

Com voto favorável a ampliação do fundo eleitoral, o deputado explica que o debate ainda não foi encerrado. Seu posicionamento deriva de uma postura do partido e segundo ele, a ideia era de "que não se mexesse muito nisso" e se mantivesse os valores já existentes. Leia a entrevista completa:

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

O pacote anticrime aprovado nesta quarta-feira (4) na Câmara dos Deputados deixou de fora alguns pontos do texto original, apresentado em fevereiro pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. Além do cargo o senhor é advogado, como analisa o projeto aprovado? Ele efetivamente vai trazer alguma melhora na segurança do Brasil?
O pacote anticrime aperfeiçoou algumas coisas e tirou alguns exageros que eram mais para fazer mídia do que para resolver os problemas do processo penal brasileiro. Por outro lado, posso lhe dizer com tranquilidade que não vamos resolver as questões processuais e sociais com normas tendenciosas. Temos que equilibrar as forças e os poderes, e diria que o pacote que saiu do Congresso é um pacote equilibrado que vai beneficiar muito.

 

O senhor participa da frente Parlamentar pelo Pacto Nacional contra as Fake News. O de fato a CPI das Fake News buscam encontrar e combater? Toda e qualquer Fake News vem sendo apurada ou apenas as relacionadas ao atual governo?
Tem que apurar tudo. Fake News não coloca em risco somente a política, coloca em risco a vida das pessoas. A própria credibilidade das instituicões. Não é a toa, que o rádio começou a crescer novamente, os próprios sites começaram a recuperar a credibilidade em função da necessidade de buscar a informação com mais critério, conteúdo e eu diria responsabilidade. As Fake News começaram a ser trabalhadas após a 'Primavera Árabe', e com o próprio Donald Trump [presidente dos EUA], que para mim ele próprio já um 'fake', e em diante o Brasil sofreu um grande golpe, está claro agora, com essa coisa absurda. Existia um comitê dentro do governo para trabalhar imagens das pessoas. Temos que combater as Fake News para a credibilidade do estado e das instituições democráticas do país.

 

A Comissão do Congresso responsável pelo Orçamento aprovou na última quarta-feira o relatório preliminar para aumentar para R$ 3,8 bi o fundo eleitoral para 2020. Para inflar os recursos das campanhas nos municípios, o Congresso prevê cortes em saúde, educação e infraestrutura. Como o senhor analisa essa medida pela casa que atua?

A conversa não está encerrada. Na minha opinião, é que não se mexesse muito nisso. Mas precisamos balancear as coisas e equilibra-las. Ou se tem uma política de permissão de financiamento privado ou de público. O privado e a sociedade acharam que gerou muita corrupção. Se optou pelo público, mas não existe nem um nem o outro. Ou então, vamos pensar em um novo modelo, como nos Estados Unidos, que quem alimenta as campanhas são os comitês, que evidentemente ficam isento de fiscalização fiscal, e recebem dinheiro de empresa, e escolhem seus políticos. Então burla tudo e se faz uma das campanhas mais caras do mundo, com os políticos mais caros do mundo. Eles lá são santinhos e nós somos bandidos. Temos que equilibrar o jogo. Pessoalmente, eu acho que não deveria mudar, mas é uma questão partidária que em um conjunto de situações e interesses, ainda está em debate.

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

O senhor também participa da Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios em Risco de Extinção.  Qual o prejuízo o senhor percebe caso a PEC 188, proposta pelo governo, seja aprovada pelo Congresso Nacional?

Não tem que criar mais novos municípios, mas acho absurdo extinguir municípios. Então, você precisa transferir uma população para outros municípios maiores mais próximos, sem passar o recurso para pagar os serviços. Então teremos dois problemas, o do município que foi extinto, e o do maior que recebe a população e serviços sem recurso. Eles querem economizar, mas por um lado é uma economia de palito de um lado com uma deturpação muito grande que vai afetar a vida de quem mora nesses municípios. O que o Brasil precisa ao contrário do que eles falam é de investimento público, melhorar a condição de ver o dinheiro circular, e ele só circula se estiver na mão do pobre. Cada vez mais precisamos dessas políticas para os mais empobrecidos para rodar a máquina do estado circular. Chega a ser uma covardia.

 

O ex-presidente Lula foi solto há pouco tempo por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que revogou a prisão em segunda instância. Para 2020, o que a presença de Lula nas campanhas políticas pode pender para um bom resultado do PT nas urnas?

Lula é nosso maior líder politico. Não só do PT, mas do país. Juntando todos os conservadores, não dará um terço de trabalho prestado [por Lula], pois não vou dizer que nada foi feito por eles. Não chega nem perto do que foi Lula na presidência, na nossa política internacional, de inclusão, econômica. A política que conseguiu demonstrar a melhora da economia quando o pobre tem dinheiro. Lula mostrou isso a todos, e na campanha faz diferença e ajuda. Mas acho que ainda mais, ele vai colocar com clareza a necessidade de pacificar o país, buscar o relacionamento com os setores produtivos e eixos para nos tirar dessa tragédia que estamos vivendo. Estamos comemorando um 'pibinho', pois chamavam o de Dilma [Roussef] e que agora está acompanhado com o crescimento da inflação. Com Lula na política será mais fácil encontrar um eixo.

 

Feira de Santana é seu reduto eleitoral e está em sua história política desde o início da sua atuação. Existe um projeto de um Centro de Convenções em processo de construção pelo governo do estado na cidade. Essa obra perdura desde a última gestão do ex-governador Paulo Souto. Por que essa obra não foi concluída ainda mesmo depois de diversas promessas do senhor enquanto líder governista?

Nós encontramos uma obra complicada realmente. Teve uma discussão judicial, a empresa queria receber mais de R$ 6 milhões, pagamos metade do que ela queria, ela ficou parada na gestão [Jacques] Wagner, depois tivemos que fazer a atualização da obra, projeto ficou defasado, fizemos outra licitação. A segunda etapa foi feita, chegamos a muito esforço, quando chegamos em 2015, o ex-prefeito [Zé Ronaldo (DEM)] não passou a propriedade do terreno para o estado, que não pode fazer mais nenhum financiamento, até por questões relacionadas ao Tribunal de Contas do Estado. Passamos alguns anos na dependência, o município não deu a propriedade, alegando que só dariam por uma troca por quatro patrimônios do estado para eles e ficou nessa. Fizemos um acordo, propomos que o município ficasse com o projeto, fizemos um convênio para acabarem a obra. Então o atual prefeito [Colbert Martins (MDB)] não vem pagando a policlínica regional, então, o estado não deixou claro que não pagaria nenhum convênio paga quem atrasasse os pagamentos das policlínicas. Está nesse impasse, se depender de mim resolveria. Acho uma obra importante, mas do lado de lá não tem muito boa vontade de ter as coisas resolvidas.

Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Em relação ao cenário eleitoral em Feira, o senhor é o pré-candidato pelo PT e tem emplacado nas últimas eleições o segundo lugar no número de votos, ficando atrás do ex-prefeito Zé Ronaldo. Com a não disputa de Ronaldo, o senhor acredita ter mais chances de ser eleito em 2020?

Eu fui o último nome a aparecer na cena da eleição. Tinha um radialista que tinha o nome, um ex-deputado estadual, um deputado estadual, uma federal ou o marido, todos com o nome lá. O PT não funciona assim, lá para colocar tem que passar pelo crivo do partido, para mim era para ser no fim do ano, só que no encontro do partido decidimos ter a pré-candidatura e por unanimidade, pela primeira vez, indicou meu nome. Não vou negar fogo. Tenho muita vontade, o partido em harmonia e eu tenho vontade de enfrentar a batalha de 2020. Hoje já estamos pelas pesquisas com cerca de 32%, tenho muita humildade para analisar, pode ser que mude para melhor ou pior. O campo de oposição pode ser comigo ou outro político ganhará as eleições em Feira. O comércio está pior, o centro de abastecimento está degradado, a micareta pior. Já deu, eles fizeram alguma coisa mas deixaram um espaço o nosso campo ganha.

 

Recentemente, uma audiência capitaneada pelo seu mandato, pelo deputado Robinson Almeida e por representantes do sindicato dos rodoviários para debater a obra do BRT de Feira. Uma das sugestões foi a de uma intervenção por parte do governo do estado e que não foi bem recebida pelo prefeito Colbert Martins. Qual a situação da obra e como o estado poderia intervir? O projeto Trivia seria uma alternativa?

O prefeito anda nervoso, ninguém pode tocar nesse assunto. Tenho uma boa relação com ele, mas o assunto é a maior fraude da história de minha cidade. Está claro, o BRT era para ser os corredores de tráfego para facilitar a vida na cidade, eu e Wagner na época era ministro na disputa para garantir que Feira fosse contemplada. O bairro Tomba era para ser ligado com o centro da cidade, não aconteceu, logo que o prefeito recebeu R$ 90 milhões ele construiu duas trincheiras que eles chamam de túnel e a cidade vive hoje com o pior transporte coletivo do Nordeste, por preço, qualidade. Eles têm um problema grande, a Justiça tem que responder e espero que possam punir quem pegou o dinheiro de um equipamento público e fizeram o uso inadequado. O Trivia era para ser discutido com a sociedade, quem vive o dia-a-dia da cidade, para mim faltou o feedback da cidade e estamos cobrando uma atitude.

 

O senador Flávio Bolsonaro disse ao Bahia Notícias ontem que Zé Ronaldo seria “aqui na Bahia, uma impressão muito boa”, para assumir como comandante do estado pelo Aliança pelo Brasil. Como o senhor analisa esse movimento, especialmente para a cidade de Feira de Santana?

Nada de novo. O ex-prefeito apoiou ele mesmo contra o DEM. Quando viu o vento para o lado de lá, abandonou o barco do DEM. Ventos a parte, eles precisam investir na Bahia, no governo Dilma e Lula de investimentos em Feira foram R$ 5,2 bilhões. Do governo [Michel] Temer para cá o que foi feito de investimento? Os grandes investimentos foram todos eles alcançados nos governos Lula e Dilma, e agora essa turma ciscando para um lado, para outro e sem investimentos. Os hospitais e policlícas de Ilhéus e da Chapada não foram credenciados pelo SUS. O que vão fazer da vida me importa muito e sim pela vida dos baianos. Deveriam ter uma atitude menos rancorosa, odiosa e perseguidora. Minha cidade o ex-prefeito entregou os grandes investimentos que não era do nosso time por conta da nossa visão de estado. Quero que respeitem mais o povo baiano.