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Entrevista

Prefeitura quer trabalhar 'folião do futuro'; mudanças são discutidas com blocos - 19/02/2018

Por Ana Cely / Luana Ribeiro | Fotos: Cláudia Cardozo

Prefeitura quer trabalhar 'folião do futuro'; mudanças são discutidas com blocos - 19/02/2018
Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias

Um dos principais envolvidos, no âmbito da gestão, no Carnaval de Salvador, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Setur), Isaac Edington, avalia que o modelo pensado pela atual administração para o Carnaval está entrando em fase de consolidação. “E a gente percebeu também que – e aí a gente entra no terceiro objetivo – trabalhar um pouco nessa formação do folião, do novo folião, o folião do futuro”, afirmou, sinalizando qual o objetivo da criação das festas de pré-Carnaval, a exemplo do Fuzuê, do Furdunço e do recente Pipoco, que neste ano teve a participação de Léo Santana. Segundo Isaac, as transformações sofridas pelo Carnaval, principalmente as que são elaboradas pela prefeitura de Salvador, são pensadas de forma de forma conjunta com as entidades – em franco declínio, os blocos são preservados com algumas estratégias. “Então acho que essa decisão que a gente fez, acertada, em comum acordo inclusive com os blocos – bom a gente ressaltar bastante isso. O que a gente fez: dialogamos bastante com os blocos, durante todo o ano. Diversas vezes, inclusive, encomendamos uma pesquisa – só para se ter uma ideia da importância desse assunto em relação aos blocos”. 

 

Para começar, gostaríamos de fazer um balanço: quais foram os erros e os acertos do Carnaval deste ano?

O Carnaval, na verdade, para nós, começou com o pré-Carnaval. E para nós o pré-Carnaval é uma iniciativa muito importante para o Carnaval como um todo. Se pudesse resumir, a gente tem três objetivos muito claros, quando ele foi criado. Um deles é antecipar a vinda dos turistas para a cidade de Salvador. A gente entende que, quando ele foi feito, tinha muito esse formato, onde o modelo era: estimular para que esses turistas pudessem antecipar a vinda para a cidade, porque muitas vezes ele não quer passar o pré-Carnaval aqui. Mas Salvador será uma cidade super atrativa, com áreas de patrimônio histórico, nossa gastronomia. Então a ideia era criar um produto que pudesse antecipar a vinda desses turistas e eles pudessem sentir um pouco o gostinho do Carnaval, mas um Carnaval um pouquinho diferente. O outro objetivo é até inverso: justamente fazer com que o soteropolitano retardasse a saída dele da cidade. Imaginar que tem pessoas que já se antecipam e uma semana antes do Carnaval já se deslocam para fora da cidade, para descansar, porque não querem a confusão do Carnaval. Então a gente ofereceu um Carnaval diferente, mais intimista, com o Fuzuê, que esse ano superou completamente nossa expectativa. A gente tem observado o desejo das pessoas pelo Carnaval, por esse Carnaval um pouquinho mais light; as pessoas que queriam sair da cidade, famílias inteiras, participando, todo mundo fantasiado. E a gente percebeu também que – e aí a gente entra no terceiro objetivo – trabalhar um pouco nessa formação do folião, do novo folião, o folião do futuro. Então a gente percebe as famílias inteiras levando as crianças para o Carnaval – sem medo de estar na rua, as crianças todas fantasiadas, se preparando para o Carnaval. A gente viu isso durante todo o circuito. Gente com carrinho de bebê, com criança de colo, com criança no pescoço. Todas fantasiadas, jogando confete. São esses três objetivos que acaba que o pré-Carnaval acaba atingindo, na medida que ele retarda a saída do soteropolitano, atrai esse turista para a cidade, e já começa a fazer com que as famílias coloquem, introduzam as crianças nesse Carnaval. E de uma forma muito tranquila. Na opinião da gente, as pessoas que a gente tem ouvido, o feedeback que a gente tem recebido, foi muito bem-sucedido. Acho que ele foi na medida certa, tanto o Fuzuê quanto o Furdunço. Apesar do que, isso sim, se pudesse destacar algo, tivemos um Carnaval maior, os próprios dados da Semob [Secretaria Municipal de Mobilidade] apontam isso, teve uma movimentação de 25% a mais de pessoas transportadas, que é um dado importante. A gente via mais gente na rua, mais turistas na cidade de Salvador e, ao mesmo tempo, a gente teve muito menos incidentes de violência. Foi o Carnaval mais tranquilo na história da cidade.

 

Então foi uma avaliação positiva?

Extremamente positiva. Aí o próprio Carnaval começou na terça-feira, não era ainda a abertura oficial, mas foi o Pipoco – foi uma iniciativa que deu tão certo no ano passado que a gente decidiu repetir com Léo Santana para fazer uma apresentação, que também superou nossa expectativa, o que a gente tinha imaginado. Foi uma multidão. Se você me perguntar, sem dúvida esse foi o Carnaval de Léo Santana, o público enlouquecido com ele. E ele começou esse Carnaval com o Pipoco e terminou com o Arrastão. Ele fez questão de oferecer à cidade esse espetáculo lá do Arrastão. Então foi superpositivo. Quarta-feira, aquela grande movimentação bastante esperada, que faz parte também, de um Carnaval que é multifacetado, é o único que reúne praticamente tudo em um Carnaval só. Então você tem um Carnaval das bandas de fanfarras e você tem, durante o Carnaval como um todo, os blocos de trios muito fortes na sexta-feira no circuito Barra-Ondina. E a gente teve também esse ano, coisa que deu muito certo, que foi aquela torre eletrônica que a gente colocou no Farol da Barra justamente para que o Carnaval não acabasse tão cedo, por conta das limitações que a gente tem na área de segurança pública, a gente limita a saída dos blocos de trio. De forma que a gente fez de saírem todos até meia-noite do Farol da Barra para iniciar o circuito. A gente fez Djs se revezando a partir da meia-noite até as três da manhã. Deu muito certo, a gente tinha uma média de 5 mil pessoas por dia acompanhando a Torre Eletrônica lá no Farol da Barra. Na quinta, a gente convidou Cláudia Leitte para fazer uma apresentação, abrir o Carnaval – acho que foi outro artista que se destacou muito. Cláudia Leitte está em uma fase espetacular, seguindo uma carreira internacional, começou a se posicionar lá fora, e ao mesmo tempo não deixou de estar aqui conosco no Carnaval, fez questão que está aqui para participar,trouxe convidados. Ela se esmera muito em tudo que ela faz, nas músicas. Foi alguém que agradou muito.

 

No ano passado houve muita gente no Furdunço e a gente recebeu algumas críticas, comentários de que estava muito cheio, por conta de BaianaSystem e Léo Santana. A prefeitura resolveu então separar: BaianaSystem foi no Furdunço e Léo Santana no Pipoco. Como isso funcionou, qual foi a avaliação das duas atrações separadamente?

Acho exatamente isso, que Léo Santana no ano passado foi uma surpresa muito grande. E Léo Santana não entrou como atração especial. O edital do Furdunço prevê isso: a gente recebe os projetos, tem uma comissão de fora que participa da seleção desses projetos, e é lógico que a gente tem uma limitação de entidades que podem participar. Léo Santana, no ano passado, participou como uma dessas entidades. Só que ele estava hiperestourado no ano passado e acabou tendo um público maior do que o que se esperava. Mas esse ano separamos isso, então BaianaSystem a gente fez questão de colocar encerrando o pré-Carnaval, a gente teve 40 entidades participando, fechando com BaianaSystem. Deu super certo, não tivemos nenhum problema, muito pelo contrário. BaianaSystem também é um grupo que fez um Carnaval fantástica. A gente achou que o Furdunço esse ano foi sob medida. Eu não tenho o que dizer do Furdunço; todo o feedeback que a gente tem recebido, a gente conseguiu corrigir as distorções do ano passado. Acho que o que mais chama a atenção no Carnaval, a gente percebeu isso já na terça-feira, são as pessoas de fato ávidas pelo Carnaval. E você sabe muito bem que o Carnaval, nos últimos meses, uma pequena minoria colocando mau agouro no Carnaval, que o Carnaval ia ser fraco e tal… Então acho que essa decisão que a gente fez, acertada, em comum acordo inclusive com os blocos – bom a gente ressaltar bastante isso. O que a gente fez: dialogamos bastante com os blocos, durante todo o ano. Diversas vezes, inclusive, encomendamos uma pesquisa – só para se ter uma ideia da importância desse assunto em relação aos blocos. Foram ouvidos foliões de Salvador e de algumas capitais do Brasil. Temos demanda de muitos turistas para a cidade. Fizemos uma apresentação especial para o trade do Carnaval, em especial para a turma dos blocos. Uma pesquisa que inclusive não foi aquela coisa burocrática, simplesmente entregar a pesquisa. O prefeito ACM Neto pessoalmente fez essa apresentação, colocando todos os pontos que foram destacados na pesquisa; doamos essa pesquisa para os blocos, no intuito de ajudá-los a encontrar novos caminhos. Porque não adianta nós falarmos, empresários falarem, segurança pública falar, todo mundo falar e não ouvir o folião. Era uma coisa que faltava. Então o folião deu sua opinião de tudo que estava acontecendo antes do Carnaval, do que ele acha errado, o que ele acha certo, e entregamos para os blocos. Então acho que isso pode ajudar a uma leitura maior, para que os blocos possam se reposicionar, enfim. Queremos que os blocos sejam cada vez mais fortalecidos…

 

Na quinta-feira, pela primeira vez, não teve blocos de corda, e na terça-feira também houve menos blocos. Como a prefeitura vê essa questão? É uma tendência a redução de cordas ou isso aconteceu porque alguns blocos ficaram economicamente impossibilitados de sair? A prefeitura busca, de certa forma, manter essa diminuição de blocos?

A crise econômica tem uma característica interessante: a crise chega, apenas. Ela acontece. E a crise não tem partido político, classe social. Ela não quer saber se é bloco A, bloco B. Ela simplesmente se instala. E é lógico que os blocos sofreram, evidentemente. O que a gente fez? Sentamos com os blocos, fizemos o diagrama do Carnaval e nesse diagrama a gente viu: “Onde é que vocês estão?”. “Ah não, nós estamos no circuito Barra-Ondina, vamos nos concentrar aqui”. Na Avenida, por exemplo, neste ano, nós tivemos um movimento muito grande no domingo, segunda e terça e investimos para que o circuito não ficasse vazio, ao contrário, para que os circuitos ficassem animados em detrimento dos blocos estarem mais concentrados no circuito Barra-Ondina. E ainda a gente teve todo o cuidado, a gente tratou isso com muita responsabilidade, a gente teve todo o cuidado de inclusive anunciar essa novidade, as atrações que a gente contratou, para domingo, segundo e terça, para reforçar o circuito do Campo Grande. A gente fez questão de dialogar com os blocos e só contratamos atração justamente para contribuir para, onde não tinha bloco de Carnaval, a gente pudesse complementar as atrações, justamente para que o circuito continuasse vibrante. A gente teve esse ano talvez o melhor domingo, segunda e terça da história da cidade, justamente complementando. Ainda tivemos o cuidado de só anunciar essas atrações contratadas já na beira do Carnaval, para que isso não prejudicasse a venda dos blocos. Acho que isso foi muito acertado, um diálogo feito diretamente com eles, sem intermediários. Funcionou muito bem, com grandes atrações se apresentando domingo, segunda e terça. Pegamos também na quinta, deslocamos o Furdunço para a quinta justamente para encher o circuito. Contratamos atrações a exemplo de Carlinhos Brown, Daniela Mercury e Alinne Rosa na quinta-feira, e que foi talvez a quinta-feira mais animada da história da cidade. Deu super certo. A terça-feira também nós percebemos que estava mais complicado, também contratamos atração para a terça. O que a gente percebeu? Os circuitos ficaram muito equilibrados. A gente tinha circuito Barra-Ondina muito forte, com os blocos nos dias regulares; complementamos muito a quinta-feira, a terça-feira. E domingo, segunda e terça foi bombadíssimo esse ano, com grandes atrações. O papel nosso é justamente esse: identificar onde tinha problema e em comum acordo com os blocos, contratamos atrações sem cordas para complementar isso e foi dando super certo.

 

Alguns artistas tem comentado que esse tem sido um dos Carnavais mais democráticos, tanto em relação à divisão dos circuitos, quanto ao gênero musical das atrações mesmo, além da diminuição de cordas. Existe uma mudança nesse sentido?

Eu não diria necessariamente que é uma mudança. Acho que é uma necessidade que acabou sendo atendida por nós justamente para que o Carnaval não caísse. Como tinha esse problema, que afeta diretamente as entidades, nós do poder público temos que abordar isso de uma forma mais sistêmica. A gente tem um problema localizado aqui e temos que abordar para que o Carnaval não diminua de peso, justamente o contrário. O que a gente fez acabou dando muito certo. E a gente teve esse equilíbrio, como eu falei; investimos mais ainda no Carnaval dos bairros. Esse ano a gente teve mais de 250 apresentações. A gente totalizou quase um milhão de pessoas. Ou seja, você tinha os bairros lotados; os circuitos rodando muito bem também, graças a Deus. A gente conseguiu levar também, no Palco Multicultural, dando espaço para outras manifestações, como reggae, hip hop, e funcionou super bem. Eu tenho orgulho de dizer que o Carnaval de Salvador é o único que tem Carnaval, até para quem não gosta, com o Palco do Rock lá em Piatã. O que a gente percebeu foi essa democratização do Carnaval e ao mesmo tempo tendo espaço para todo mundo. As pessoas que tem recurso de ir para o camarote, teve seu camarote – o camarote também registrou dados interessantes. Salvador é o único Carnaval que você tem a pessoa que vai para o camarote e também vai para a pipoca, que também tem oportunidade de sair em bloco. Ou seja, essa característica faz o nosso Carnaval diferente de todos. Quando vejo alguns pseudocríticos, eu brinco muito às vezes que o Carnaval de Salvador tem aquela característica: você tem aqueles que se dizem especialistas, mas que não passam o Carnaval em Salvador, não conhecem de fato o Carnaval de Salvador, mal pisam os pés nos circuitos, muitas vezes estão no Litoral Norte, ou na Chapada Diamantina, sem nem ao menos ter sentido o Carnaval. Quem melhor vai julgar o Carnaval de Salvador é o folião. Acho que o folião é quem tem que ser ouvido, para que esse Carnaval seja muito bom para todos: para quem gosta de camarote, para quem gosta da pipoca, para quem gosta de blocos. Agora lógico que o que a gente gostaria mesmo é de que todos tivessem um equilíbrio. Isso que a gente procurou saber esse ano e ao contrário do que aconteceu, tudo leva a crer que realmente foi o maior Carnaval da história da cidade, animado o tempo inteiro. Lógico que ainda tem coisas para corrigir – sempre tem coisas para corrigir. E a gente está justamente trabalhando nesse sentido, de evoluir a cada ano. E o próprio Google fez uma pesquisa e divulgou que Salvador foi o Carnaval, passando ao largo de outras cidades. Acabou dando tudo certo, apesar de todo o mau agouro de certos grupos que queriam de alguma forma levar alguma vantagem, talvez, dessas críticas antecipadas.

 

A fiscalização do horário de saída dos trios foi muito marcada neste Carnaval. Essa é uma postura adotada esse ano? Por qual motivo? Houve alguns trios multados, como é que foi esse trabalho?

Na verdade, nosso papel é justamente regular esses circuitos. Cada entidade tem seus próprios interesses, mas a gente tem que estar preocupado com o interesse geral da cidade. Por isso que a gente tem um grupo de pessoas – são mais de 800 pessoas que trabalham nesses circuitos – com 12 postos de observação, com controle de fiscalização, acompanhando cada evolução do Carnaval. Temos que controlar isso o tempo inteiro, senão acaba desregulando. É muito ruim quando você pega uma entidade, por exemplo, que poderia fazer o percurso em 3, 4 horas, e faz o percurso em 6, 7 horas. A gente teve um problema esse ano, por falar em críticas, com o Olodum. O Olodum fez todo o percurso em 6 horas e todos os blocos e entidades que vieram atrás acabaram sendo prejudicadas. É possível fazer um percurso em 4 horas e meia no máximo, mas é inadmissível fazer em seis horas sendo uma primeira das entidades a participar. Não prejudicou tanto por justamente a gente ter esse aparato de fiscalização, a gente conseguiu, durante o percurso, e até depois desse desfile, ajustar esses horários e acabou dando tudo certo. Essa é uma das coisas que acabou acontecendo; aconteceu durante um dia, mas nos outros dias acabou sendo corrigido.

 

Até relacionado com isso, a gente recebeu informações sobre o engarrafamento de trios na Barra: um exemplo foi Anitta, que estava atrás de Márcio Victor, e aí em algumas partes do percurso ela ficou parada – algumas pessoas reclamaram que não ouvia nem um nem o outro. Vocês acreditam que tenha havido superlotação de trios?

Eu não acredito necessariamente em superlotação. Em determinados momentos, por exemplo, em um momento você tem uma entidade dessa fazendo um percurso maior e tem algum problema, isso acaba prejudicando. Então se teve uma pessoa passando mal na frente do Olodum. Ou então teve um trio elétrico que, como o de Tayrone, a bateria descarregou. Teve um problema de descarte, ele demorou mais tempo no descarte. Quando você tem um fluxo desse com várias entidades participando, acaba gerando um efeito cascata de um tempo atrás, acaba acontecendo esse tipo de coisa. Mas quando você fala no geral, são pequenos incidentes que, claro, merecem nossa atenção – a ideia inclusive é de que a gente sente novamente com todo mundo, como a gente faz todo ano, para corrigir isso, para que a gente possa evoluir, melhorar ainda mais no próximo ano.

 

Houve controle de decibéis nesse ano?

Sempre. Por meio da Semop, que faz todo esse monitoramento, a gente teve muito pouco problema desse tipo.

 

O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa?

É fato de que a cada ano a gente está conseguindo fazer com que essa festa se sofistique, na logística. Acho que Salvador é a única cidade brasileira que consegue oferecer uma gama de estrutura invejável, uma festa que reúne 2,5 milhões de pessoas. Acabou dando tudo certo em função desse aparato de serviço público. Uma maturidade também dessas entidades, que na grande maioria fez os horários corretamente. O folião teve capacidade de escolha. Essa é a característica fundamental do Carnaval de Salvador: é multicultural, multifacetado e feito para qualquer tipo de bolso.