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Entrevista

Mário Kertész garante que não joga a toalha no pleito soteropolitano - 24/09/2012

Por Evilásio Jr / David Mendes

Mário Kertész garante que não joga a toalha no pleito soteropolitano - 24/09/2012
Fotos: Max Haack/ Agência Haack/ Bahia Notícias

Bahia Notícias - Pergunta da leitora Milena Marques: “Sabemos que a questão da Segurança Pública é prioridade. O Estado precisa do Município para juntos garantirem segurança à população. O tráfico de drogas é um problema na capital. Qual a sua proposta para combater esse problema?”
 
Mário Kertész – Atuar diretamente contra o tráfico de drogas, a prefeitura nada pode fazer. A única coisa que pode fazer é ajudar aquelas pessoas que são dependentes, através de um convênio que a prefeitura tem com a Cetad, que é um órgão que trabalha com muita seriedade com isso. Em relação à Segurança, a prefeitura pode ajudar muito, sobretudo com iluminação da cidade, saneamento básico, a Central de Monitoramento, que eu pretendo fazer, onde estará lá as câmeras da cidade. Agora fiquei sabendo que o Estado colocará mais 200 câmeras e a gente pretende fazer essa junção disso. E nessa Central, como a do Rio de Janeiro, funcionar o Samu, Defesa Civil, Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, enfim, todo mundo que atue nessa área. Além disso, a ação da prefeitura, colocando uma boa educação e um bom atendimento na área de saúde, ajuda e muito a diminuição da criminalidade, de jovens que são atraídos para o crime. E ainda com áreas de lazer, ou seja, a gente tem que ganhar essa juventude antes que ela seja ganha pelo tráfico de drogas, que a gente sabe que está pegando exatamente os jovens, e você vê isso pelo número de assassinatos e de jovens que estão morrendo em função da guerra de drogas.

BN - Pergunta de Jéssica Sandes: “Gostaria de saber do candidato como ele pretende tirar recursos para fazer a nova orla, em qual grau de prioridade ela está e qual o prazo de entrega. E os antigos barraqueiros? Eles estarão inclusos nos novos quiosques ou serão entregues aos grandes empresários?”
 
MK – Não. Os barraqueiros estão inclusos, os empresários vão entrar também, mas os barraqueiros estão inclusos. O projeto da nova orla está estimado em R$ 300 milhões. Os recursos advirão de uma Parceria Público-Privada e vamos criar um fundo específico para que essa parceria seja viável. A ideia fundamental é que a gente tenha um sistema de transporte de massa por VLT do Farol da Barra ao Farol de Itapuã. E todos os empreendimentos serão colocados no calçadão e não mais na praia. Com isso, você independe da Justiça Federal, que hoje está nesse embargo, ‘vai ou não vai’, ‘coloca ou não coloca’. Então, nós vamos fazer uma coisa que é somente da prefeitura. Vamos fazer um calçadão, com ciclovia, com tudo, uma coisa decente. E em todo o empreendimento, as barracas, os restaurantes, bares e quiosques para venda que funcionarão 24 horas, com policiamento ostensivo da Guarda Municipal armada para permitir que a gente circule pela orla, como você vê em Copacabana (RJ), sem medo de ser assaltado.
 
BN – Em seu plano de governo, o senhor fala da municipalização de hospitais considerados estratégicos, administrados hoje pelo Estado, como o João Batista Caribé, o Eládio Lasserre, o São Jorge e a Maternidade Albert Sabin. Qual a necessidade de passar a administrar esses hospitais, já que o próximo prefeito terá que resolver, com urgência e prioritariamente, os atuais problemas dos postos de saúde?
 
MK  As duas coisas podem ser feitas simultaneamente. Existe a gestão plena da saúde determinada para o Município. O sistema SUS, que é muito inteligente e bem bolado, não funciona como deveria. O SUS diz que Salvador tem a gestão plena. A gestão plena incluiu esses hospitais que o Estado segura na mão. Então, o que o Estado tem que fazer é criar mais hospitais no interior para evitar essa imensa demanda que vem para Salvador. Se você chegar no HGE ou Aristides Maltez e outros hospitais, você vê a quantidade de ambulâncias de cidades do interior. Então, nós vamos ter a gestão plena, levar o Estado para o interior, fazer com que o governo do Estado vá mais para o interior, com hospitais, aumentar o Programa de Saúde da Família e colocar os postos para funcionar mesmo. Os médicos terão que cumprir os seus horários, você terá que ter remédios. Enfim, vai ter que colocar para funcionar. Isso é uma questão de gestão. Junto com a Guarda Municipal armada, porque muitos postos hoje não funcionam por conta da insegurança. Simultaneamente, dá para fazer isso e, inclusive, existe recurso. Quinze por cento do orçamento da prefeitura tem que ser dedicado à saúde. Se você usar bem esse dinheiro, dá para fazer muita coisa. É uma questão de você ter boa administração. Aí eu entro naquela história que eu não vou dividir a prefeitura com nenhum partido, nem aceitar nenhuma indicação de partido. Posso colocar técnicos bons do Democratas, do PT, do PSOL, ou de qualquer partido, mas eu não vou ter que dividir como (Nelson) Pelegrino vai ter ou como ACM Neto vai ter. Eles podem negar a vida toda, mas vão ter que dividir direitinho como a gente vê que o sistema funciona no Brasil. Então, você tendo uma boa administração e uma boa gestão, dá para melhorar e muito o que está aí.
 
 
BN Tem uma proposta interessante em seu plano de governo que fala da criação de 100 escolas em caráter emergencial e ainda a criação de 100 Centros Municipais de Formação Integral. Com a atual arrecadação da prefeitura, não seria melhor colocar primeiro todas escolas que já estão aí com toda a sua capacidade? Como fazer para adequar as antigas e fazer as novas sem comprometer o orçamento?
 
MK - Essas coisas podem também ser feitas simultaneamente. Muitas das novas escolas vão surgir em escolas que já estão em funcionamento em salas precárias, em escolas precárias e em prédios alugados. Vinte e cinco por cento do orçamento da prefeitura vai para a Educação. Este ano serão R$ 3,7 bilhões em arrecadação. Para o ano (2013), deve atingir R$ 4 bilhões e nós vamos ter que gastar R$ 1 bilhão, mais ou menos, em educação. Então, dá para fazer muita coisa, desde que você não fique comprando livros para servir até 2050, como a gente sabe que existe. Outra coisa equivocada é você colocar um político para gerir a educação. O Jornal da Metrópole denunciou o secretário de Educação, que disse que iria fazer uma revolução, mas a revolução que ele está fazendo é apoiar ACM Neto e quer de qualquer jeito eleger um vereador que é mais ligado a ele. Isso é uma falta de vergonha e isso não pode acontecer. Você não pode colocar na Educação, e aqui na Bahia tem uma tradição disso, o próprio Antonio Carlos Magalhães nomeava secretário que depois virava deputado federal, usando a estrutura da Educação, ao invés de se tentar dar uma educação séria. Eu estou falando Antonio Carlos Magalhães, o original, e não o genérico, que é o velho. E isso é errado e tem que acabar. Para você melhorar a vida do povo, você tem duas coisas fundamentais: Educação e Saúde, que você tem que dar com decência. Ora, se 40% do orçamento da prefeitura vai para esses dois setores, não é possível que você não chegue e diga assim: ‘eu vou fazer isso com decência e, com uma gestão séria, direta que coloque as coisas para funcionar’.
 
BN - Mário Kertész, que diz não estar com João Henrique, como Nelson Pelegrino e ACM Neto têm brigado aí, pretende aproveitar algum dos quadros atuais do primeiro escalão do atual governo?
 
MK - Nenhum. Para dizer a verdade, eu nunca vi tanta mediocridade nesta prefeitura. Eu, quando fui prefeito a última vez, você podia ver lá quem tava. João Figueira Lima, João Santana, que hoje é o marqueteiro mais importante do Brasil, Antonio Risério, Gilberto Gil, Waly Salomão, quer dizer, tinha gente de peso. A secretária de Educação, não era porque era a minha mulher na época, Eliana Kertész, até hoje é uma referencia e todos falam da sua atuação. E eu nunca interferi politicamente na Secretaria de Educação, eu nunca fiz um pedido, nunca encaminhei nada, nem ninguém, nenhum vereador foi atendido no sistema de ‘vamos ajudar aqui, fazer isso, fazer aquilo’. Então, as reformas de João Henrique foram as piores possíveis. O único momento em que ele teve melhor e levou ele à reeleição foi quando o PMDB entrou lá e fez uma intervenção. Ele praticamente não mandava mais. Quando o PMDB saiu, depois que ele foi reeleito, porque ele trai todo mundo, o lema dele é ‘traição’, aí ele faz a reforma. Primeiro, a chamada ‘reforma maridão’, indicada por dona Maria Luíza. Depois a segunda reforma, agora a segunda esposa. Salvador não merecia isso, sinceramente.
 

BN A prefeitura preparou um estudo com a Fundação Getúlio Vargas sobre a questão da coleta de lixo em Salvador, que teria 20 anos de prazo e valor total que pode chegar a R$ 5 bilhões....
 
MK – Um absurdo fazer isso no final de uma gestão. Por trás disso deve estar uma negociata. Isso é um escândalo. Eu já denunciei isso várias vezes antes de ser candidato. Denunciei, inclusive no Jornal da Metrópole, porque isso é uma coisa escandalosa. Como é que pode se admitir uma prefeitura no chão, porque o prefeito é um dos piores do país, faltando poucos meses para entregar a prefeitura, ele quer comprometer a prefeitura pelos próximos 20 anos? A que nível de preço, você sabe? Eu não sei. Ninguém sabe. Será que esse é o preço adequado para se fazer esse contrato por 20 anos? Eu acho uma falta de ética total do prefeito querer, neste momento que ele está saindo, comprometer a cidade pelos próximos 20 anos. Ele já comprometeu a cidade em muitas coisas, deixou a cidade arrasada. Concedeu licenças de construção à vontade. No dia que alguém for fazer um levantamento e estudar isso com seriedade, você verá como ele comprometeu o futuro da gente. Essa é a nossa cidade, que vocês e eu moramos. Agora quer comprometer pelos próximos 20 anos. Isso é uma negociata. Isso é um escândalo. Isso tem que ser negociado e eu vou sempre denunciar porque isso não é possível. Isso é uma coisa que o próximo prefeito é que tem que sentar e fazer uma licitação aberta, discutida com todos. E esse respaldo da Fundação Getúlio Vargas, me perdoem. Ora, ela que tem um nome ótimo, serve para isso, serve para o setor de transporte, mas eu fico desconfiado, sinceramente. 
 
BN - Essas denúncias todas que Mário Kertész sempre fez no microfone, como é que vai ser voltar para a rádio, caso não vença a eleição? Mário Kertész, no final da reta, não acha que a estratégia foi equivocada, já jogou a toalha ou acha que ainda pode ganhar?
 
MK - Eu espero ganhar a eleição. Não joguei a toalha e nem pretendo jogar a toalha. Até mesmo porque, embora todas as pesquisas feitas até agora indiquem a polarização entre dois candidatos, mas eu não sei. A gente tem visto exemplos de pesquisas aí, mas eu não vou nem puxar isso aqui. Mas, suponha, vamos trabalhar na suposição um pouquinho só: que eu não vá para o 2º turno, eu volto para a rádio, qual o problema? Nenhum. Primeiro, eu me desligo de qualquer atividade política partidária, porque eu disse que não queria reiniciar a minha carreira política. Estou fora do partido, volto para a rádio, inclusive a Rádio Metrópole, o Jornal da Metrópole e o Portal da Metrópole, nenhum deles entrou na campanha a meu favor. Nós mantivemos isenção absoluta, não foi usado nada. Ninguém poderá dizer que eu usei. Eu fiz questão de manter esses veículos a parte, preservados para que eles tenham independência e continuem ‘comigo ou sem migo’. Eles vão continuar com total independência. Se eu tiver que voltar, volto do mesmo jeito que saí, como uma vantagem a mais. Eu conheci mais a cidade, revi muitos amigos. Essa campanha está me dando muita alegria, eu estou muito alegre. Eu vivia encapsulado na rádio, chegava 6h30 e saía 20h30. Não andava, não via ninguém, mas agora não, revi vários amigos, estou aqui com vocês, já fui entrevistado várias vezes lá na Tudo FM e isso tudo é muito bom. Esse negócio ajuda a desenvolver um raciocínio, a ter uma nova visão. Quantas coisas eu aprendi e estou aprendendo, entendeu? Então, estou muito alegre e feliz com essa campanha.

BN - Geddel e Mário Kertész têm concordado em relação a um possível apoio a algum candidato no 2º turno?
 
MK - Não tenho nenhum problema com Geddel, ao contrário. É um excelente companheiro, meu querido amigo, independentemente de qualquer coisa política. Eu gosto muito de Geddel. Estive ao seu lado, não tenho nenhum problema com ele, nem com Lúcio (Vieira Lima), nem com o PMDB. O que vai acontecer no segundo turno, eu não sei. Não sei se eu não estarei lá. Eu sei que está tendo esse rumor todo, mas não sei. Agora, nós temos uma relação que, além de tudo, é uma relação de afeto. Eu tenho uma relação com Geddel e Lúcio que vem de Afrísio (Vieira Lima), que é meu querido amigo. Então, eu não tenho nenhum problema, mesmo que um siga para lá e outro para cá, não sei, não acredito que isso aconteça, mas se acontecer, a minha amizade com ele está preservada com a família toda.
 
BN - Mas Mário já disse que teria dificuldade em apoiar ACM Neto e não teria dificuldade em apoiar Pelegrino. Mantém esse discurso?
 
MK - Eu não gosto de ficar falando isso, porque aí fica aquela especulação que eu já estou definido, e eu não estou. O que vai acontecer será resolvido na noite do dia 7 de outubro. Acabou de sair o resultado da eleição, sentarei com o PMDB e nós vamos discutir qual será o caminho. Ou vamos para o 2º turno, e aí vamos ver quem vai nos apoiar, ou não vamos para o 2º turno, e aí vamos ver qual caminho seguir.
 

BN - O senhor tem dois minutos para pedir o voto aos leitores do Bahia Notícias. Por que Mário Kertész é a melhor opção entre os candidatos a prefeito de Salvador?
 
MK - Eu quero voltar porque eu não tenho nenhum compromisso que me obrigue a dividir a prefeitura. Eu quero voltar porque tenho experiência e conheço a máquina. Eu quero voltar porque não quero reiniciar uma carreira política. Eu quero voltar porque tenho a certeza de que terei força suficiente para enfrentar as adversidades e inimizades que terão que ser compradas para por em ordem esta cidade que está completamente caótica. E eu quero voltar porque eu me entendo bem com todo mundo, eu não vou dividir a cidade, porque Salvador não pode ficar mais dividida entre o PT e o carlismo. Essa divisão não é boa para cidade, principalmente na situação que se encontra. Então, eu sou essa pessoa que posso juntar essas partes e que posso fazer a união de todos os políticos de Salvador em benefício da reconstrução de Salvador que se encontra em um estado lastimável. Eu desejo muito também que os vereadores de Salvador tenham a decência de desaprovar as contas de João Henrique para bani-lo da vida pública por oito anos pelo mal que ele causou à nossa cidade. E eu quero voltar porque, realmente, eu vivo aqui e amo essa cidade e acho que tem muita coisa que pode ser feita. 
 
BN - O candidato ainda tem 30 segundos. Há mais algum recado que Mário Kertész queria dar?
 
MK - O recado que queria dar é que gosto muito do site Bahia Notícias, sou um leitor assíduo, frequento ele três a quatro vezes por dia. Gosto muito da forma como vocês trabalham. Quero parabenizar essa equipe que, realmente, faz a diferença em informação na Bahia. Uma coisa extraordinária e pode ter a certeza que falo do coração.


BN - E quem quiser votar em Mário Kertész, como faz?
 
MK - Vota 15, rapaz!