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Entrevistas

Entrevista

Jorge Solla 2 - 24/10/2011

Por Evilásio Júnior, João Gabriel Galdea e José Marques


BN – São as UPAs, que foram anunciadas...
JS –
Até hoje. O que é que funciona muito bem? O Samu, apesar de todas as dificuldades, tem sido um grande parceiro. Inclusive, no final de semana passado, naquele acidente grave que teve na Ilha, foi uma operação fantástica do Samu na Ilha, o Hospital de Itaparica, a unidade de atendimento de Vera Cruz, que rapidamente fizeram todo o primeiro atendimento. Antes de o Graer trazer a primeira vítima aqui para Salvador, o HGE e o Hospital do Subúrbio já estavam com equipes reforçadas e a postos para receber os pacientes e, imediatamente, todos foram atendidos. Então, o Samu de Salvador funciona bem, apesar de todas as dificuldades, não tem o número de profissionais previsto, não tem condições materiais adequadas, mas tem uma equipe extremamente competente, guerreira, comprometida, eu só tenho a parabenizar.

BN – O senhor disse que não quer fazer um juízo de valor, mas, pelo que foi citado, parece que tem um problema de gestão crônico na prefeitura de Salvador. Pelo que o senhor pode falar, que é a questão política. O senhor como integrante do PT, o que acha desse namoro do deputado Nelson Pelegrino (pré-candidato a prefeito petista) com o prefeito João Henrique. O senhor acha que trará bons frutos para a campanha dele ano que vem em Salvador?
JS –
Primeiro, eu não estou sabendo de namoro nenhum. Você já pegou os dois em flagrante assim? (risos)

BN – Não, Pelegrino me disse que vai querer o apoio de João Henrique...
JS –
Querer apoio de todos os partidos é natural. Qualquer candidato quer ter o apoio de todos os partidos. Disso eu não tenho a menor dúvida. Qual o candidato que não quer ter o apoio de todos os partidos? (risos)

BN – Mas o que é que o senhor acha dessa aproximação do partido com o prefeito?
JS –
Eu não posso falar pelo partido, eu não estou acompanhando essas negociações, agora eu acho que às vezes as pessoas confundem os limites das esferas partidárias com as relações institucionais. Eu, por exemplo, não posso me queixar da relação com o prefeito João Henrique. Todas as vezes que eu precisei procurá-lo fui recebido, e todas as vezes que ele entrou em contato comigo foi atendido. Recentemente até me ligou e pediu uma reunião. Temos feito todo o esforço para trabalhar o mais próximo possível com a prefeitura. Com todas as dificuldades, você podia me perguntar: “você vai continuar ajudando, apesar de tudo isso, com tudo o que você já fez, e toda a acusação que te fazem de querer melar o processo?”. Vou. Apesar de tudo o que nós fizemos, sei que ninguém faria. Duvido que alguém fizesse o que nós já fizemos para ajudar a prefeitura de Salvador. Mas vou continuar ajudando, no que o prefeito precisar, no que o doutor Gilberto precisar, ou qualquer órgão da prefeitura precisar, porque eu não estou ajudando o prefeito ou o secretário. Estou ajudando a população de Salvador. Nós não podemos permitir agravar ainda mais as dificuldades. Até porque, como eu falei, quem vai ter que resolver o abacaxi são as unidades do Estado, porque quando o posto da prefeitura não funciona, não controla hipertensão, esse paciente, mais na frente, vai ter uma crise hipertensiva, vai ter um Acidente Vascular Cerebral e vai parar no Roberto Santos e no HGE. Quando o posto de saúde da prefeitura não funciona, não entrega um medicamento para diabetes, não faz o controle, esse paciente vai ter uma complicação vascular, vai parar no Ernesto Simões precisando amputar. Então, o dano para a população nós temos que contribuir para ajudar a superar. Então, eu não tenho nenhuma vaidade. Podem me acusar, como o secretário Gilberto José tem feito na mídia, eu soube que teve uma rádio sexta de manhã, ele e um locutor – tem um locutor que não gosta de mim, faz campanha contra mim o tempo todo...

BN – Ele te chamou de incompetente...
JS –
Não vou citar o nome, mas faz campanha contra mim o tempo todo, no dia que eu achar que devo entrar com alguma medida judicial, vou entrar. Enquanto isso, para mim ó (dá tapas nas mãos). Até porque ele não tem Ibope, não tem mídia junto à população, a não ser uma pequena parcela da classe média que houve alguns horários no carro. Mas ele tem atacado tanto, que está evidente que é uma campanha difamatória. Então, não tenho nenhum problema de vaidade pessoal. Pode o secretário Gilberto José dizer o que quiser dizer que eu não para a mídia disputar com ele. Não tenho nada a disputar com ele. Podem me acusar de ter criado dificuldades, por mais que eu esteja mostrando e comprovando que ninguém está ajudando tanto a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador quanto eu, mas vou continuar a postos para ajudar sim. Se o prefeito me disser: “Solla, preciso que você vá lá comigo conversar com o ministro Padilha”, estou a postos prefeito.

BN – Já que candidatos querem o apoio de todos os partidos, o PT deve querer o apoio de Mário Kertész?
JS –
Mário Kertész não é candidato oficial ainda. Agora, se ele for candidato, acho que vai ser interessante. Ele vai ter que explicar muita coisa da sua gestão e é bom porque a memória da população já esqueceu, né? Tem muita gente que não lembra mais como é que foi a gestão Mário Kertész na prefeitura de Salvador. E ele sendo candidato é bom, porque aí os outros candidatos vão lembrar o que aconteceu, a população vai reavivar a memória e ele vai ter que explicar muita coisa, inclusive o endividamento que todos os prefeitos depois dele tiveram que onerar. Você sabe que esse endividamento vem de lá de trás. O último dado que eu vi, parece que a dívida da gestão dele ainda vai levar uns quatro anos para terminar de ser paga, se a prefeitura mantiver o nível de pagamento que está tendo nesses últimos anos. É muita coisa para querer voltar, né?