Curtas do Poder - Zeca de Aphonso - 08/04/2014

* Victor Ventin foi reeleito presidente do Fórum Empresarial da Bahia. Só aqui mesmo para isso acontecer. Depois do desastre nas negociações do IPTU para os empresários, eles o reconduziram. Só devo achar que é masoquismo da classe.

* Aliás, o Galegão (Ventin), se vocês não lembram, não tem empresa. Soube que vive de aluguel.

* Outro muito engraçadinho essa semana foi o irmão de Maurício Trindade ao afirmar que assumiu a secretaria em substituição ao irmão por mérito próprio. Se ser irmão é meritocracia, concordo com ele.

 

* Não digo nada. A chapa da oposição está querendo limar João Gualberto. Vão perder votos da Vila de Praia do Forte, da orla de Camaçari, além de um bom jatinho e, muito provavelmente, também perderão as cestas básicas do Hiper Ideal. 

 

* Geddel foi avisado por amigos próximos que iria tomar um “pedala Rodinho”. Não acreditou. Agora tá com a bola debaixo do braço gritando para tudo que é lado, bem ao seu estilo. 

 

* Incrível como Lúcio – o Gordo parou de fazer gracinhas nas redes sociais. Calou-se.

 

* Soube que uma das grandes lideranças da oposição vem a ser Vitor Souto. Pense num cabra que tem ligação com prefeitos...

 

* Tem muita gente pressionando Neto para que divulgue a chapa antes da Semana Santa. Acho que o Soberano, já que passou o Carnaval, deveria anunciar só depois do São João. Afinal, a eleição será em outubro. 

 

* Por falar no Soberano, soube que tem secretário bem proximo dele mais preocupado com a Saúde do  povo que o próprio José Antônio Rodrigues. A grande preocupação do jovem com a pasta é a compra  e distribuição de remédios, e não me refiro ao irmão de Trindade, secretário da Pobreza. Aliás, de pobreza não tem nada. Comenta-se que o garoto  já garantiu um teto no Morro Ipiranga. Ou seja, já tem sua independência.

* já os servidores já foram contemplados com Hapvida 
 

 

* Marcelo Nilo, pelo visto, vai ressuscitar o voto camarão. Para quem não sabe, o voto camarão é quando o político faz campanha apenas para o cabeça de chapa, nesse caso o candidato a governador. Descontente com Otto por imputar a ele o veto ao seu nome, e com ciúmes de Leão, muito provavelmente só vai pedir votos para o Língua Plesa (Rui Costa).

 

* Eu só quero ver vão colocar Negromonte no Tribunal de Contas depois de tanto escândalo na mídia nacional. Tô no aguardo.

 

* Aliás, se João Henrique for eleito e empossado, a Lei da Ficha Limpa deve ser jogada no lixo e os tribunais de contas extintos.

* Porque será que dona Eliana não consegue dinheiro e estrutura para campanha?
 

EU E O CABEÇA BRANCA

 

O CASO DO BARCO VOADOR

 

O sistema ferry-boat foi construído durante o mandato do governador Luiz Viana Filho pelo secretário dos Transportes Francisco Benjamim de Carvalho. Não somente os terminais de São Joaquim, como o de Bom Despacho, e, ainda, a rodovia que corta a ilha, a Ponte do Funil que a liga ao continente às cidades de Nazaré das Farinhas e Santo Antônio de Jesus, até o entroncamento da BR-101. Nesta época eu vivia em Mar Grande, onde até hoje permaneço pescando as minhas quatingas e olhando Salvador do outro lado da baía. ACM não pensava ainda em ter uma casa na localidade da Penha. Era governador do Estado quando começaram os problemas com a velha Companhia de Navegação Baiana, que não dava conta da travessia, mesmo com ferries novos, construídos em um estaleiro do Rio Grande do Sul. Alguém, então, deu ao Cabeça Branca a luminosa ideia de adquirir um hovercraft, barco anfíbio que desliza sobre um colchão de ar. O Cabeça comprou de imediato a ideia de entregar à população uma embarcação rápida, embora cara. Creio que a compra foi feita na Inglaterra, porque os hovercrafts eram por lá muito utilizados. Disseram-lhe, também, que eram utilizados para a travessia do Canal da Mancha. Mentira. Enfim, ACM mandou buscar um e logo, logo alardeou, inclusive na televisão, dizendo  que os pobres iam atravessar a baía em um barco moderno, super rápido, que iria deixar  para trás as lanchas dos ricaços da época. Dando adeus e até mandando bananas para eles. De Mar Grande eu ouvia, curioso, os comentários sobre o diabo do barco que voava acima das águas. Sonhava embarcar nele para também mandar bananas para as lanchas dos ricos. Passados alguns meses, o tal hovercraft chega, recebido em festas pelo governo do Cabeça Branca. Então, para a viagem experimental, ACM inventou usá-lo para transferir o seu governo para a heroica cidade de Cachoeira. Tudo pronto, o governo embarcou, com o Cabeça, vaidoso, explicando aos secretários os prodígios e as maravilhas do novo barco que iria fazer a travessia com os ferries, entre São Joaquim e Bom Despacho. Acontece que a maré estava baixando, e como o tal barco voava, ninguém se incomodou com o fato, muito menos o governador. Atravessou a baía, entrou no Rio Paraguaçu e quando já se avistava Cachoeira, um banco de areia apareceu à frente e o hovercraft encalhou. O Cabeça se transformou em satanás chupando manga. Xingava quem aparecesse à frente, secretários, assessores e o comandante da embarcação que lhe dissera que o jeito era esperar a maré subir para desencalhar a nova maravilha baiana. Piorou. A cada momento, o Cabeça Branca se exasperava, enquanto o povo e as autoridades de Cachoeira aguardavam pelo governo, com bandeirolas enfeitando a cidade. O final da história é que, quando a maré permitiu o desencalhe, o Cabeça deu ordem de retorno. “Não tem transferência de governo p. nenhuma. Vamos voltar!” Depois do banco de areia, o barco voador que iria acenar para as lanchas dos ricos, poucas vezes foi visto na Baía de Todos-os-Santos. Acho que o Cabeça Branca mandou devolver o hovercraft  à Inglaterra.

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