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Marca Bahia Notícias

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Marcio Meirelles chora ao comentar incêndio na Cinemateca: 'Era uma tragédia anunciada'

Por Jamile Amine

Marcio Meirelles chora ao comentar incêndio na Cinemateca: 'Era uma tragédia anunciada'
Foto: Reprodução / Youtube

Um dos entrevistados do programa Bahia Notícias No Ar, na Salvador FM, nesta sexta-feira (30), o dramaturgo e ex-secretário de Cultura da Bahia, Marcio Meirelles, se emocionou ao comentar o incêndio ocorrido na Cinemateca Brasileira nesta quinta (29), em São Paulo (saiba mais aqui, aqui e aqui).

 

“Era já uma coisa esperada, é impressionante como isso era uma tragédia anunciada. E a gente fica incapaz de fazer alguma coisa. Nossa memória, nossa identidade toda indo por água abaixo em troca de outras memórias e outras identidades que estão sendo forjadas pra um país tão rico, tão incrível, tão diverso, tão especial, que o mundo inteiro aprecia”, disse o diretor teatral. “Nosso cinema está indo embora. Isso é... Eu fiquei muito mal, estou muito mal e eu acho que o Brasil todo deve estar muito mal hoje por conta disso. É um país com Alzheimer”, acrescentou, com lágrimas nos olhos.

 

Marcio Meirelles salientou ainda que o espaço consumido pelas chamas guarda toda a memória do cinema nacional, desde a sua origem, e lembrou de um projeto realizado durante sua gestão à frente da Secretaria de Cultura da Bahia, com o material da Cinemateca. “Foi um trabalho incrível que eu quando era secretário acompanhei um pouco. A gente conseguiu lançar uma coleção, por exemplo, dos 100 anos do cinema baiano. E todo esse material estava lá preservado, organizado, limpo, enfim, pronto para ser reexibido, relançado, e a gente relançou”, contou o ex-secretário.

 

Destacando que ainda não se sabe a “proporção do desastre” e tampouco o que exatamente virou cinzas, o artista avalia que o estrago é grande, mas aponta a necessidade de preservar o que as chamas não alcançaram. “É muita coisa e eu temo pelo resto, porque, enfim, Ministério Público, Justiça, etc. e tal, ok, mas e o resto, como é que a gente preserva o que não foi devorado pelo fogo ontem? E o que não está sendo devorado pela ganância, pela loucura, pela ignorância, pela estupidez, selvageria, pelas milícias, por tudo isso aí”, questionou Meirelles, em tom de indignação. “Pelo autoritarismo que está se implantando no país está se querendo destruir uma memória de um momento de luta”, criticou.