Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Regina Duarte critica 'facção' que tenta desestabilizar sua gestão ocupar Cultura

Regina Duarte critica 'facção' que tenta desestabilizar sua gestão ocupar Cultura
Foto: Reprodução / TV Globo

Em entrevista ao Fantástico neste domingo (8), Regina Duarte, que assumiu a Secretaria Especial da Cultura na semana passada (clique aqui e relembre), comentou sobre seus primeiros passos na função e contou algumas dificuldades enfrentadas. Segundo ela, a experiência tem sido de altos e baixos, com momentos “maravilhos” nos quais se sentia “muito viva” como há muito não se sentia e também “momentos angustiantes” por perceber que tinha que lidar com questões complicadas da política às quais não esperava.


“Você percebe que tem pessoas que estão ocupando cargos e usando esses cargos pra fazer ativismo, pra se eleger nas próximas eleições. No nosso caso, meu e da equipe, o que a gente quer é fazer cultura”, disse a atriz ao jornalista Ernesto Paglia. Apesar dos entraves, Regina se mostra otimista com a missão. “Nossa, dá pra fazer muita coisa. Temos muitas pautas positivas já. Eu só lamento ter perdido tanto tempo desfazendo intrigas que foram criadas, fake news, acusações não verdadeiras a respeito da proposta da equipe que está comigo. Na verdade, a gente está começando a trabalhar na semana que entra, porque até aqui estivemos ocupados com enormes dificuldades de toda uma facção que quer ocupar esse lugar. Quer que eu me demita, que eu me perca”, disse a artista, lembrando que mal iniciou os trabalhos e já tem recebido ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (clique aqui e saiba mais). “Já tem uma hashtag #foraregina. Eu nem comecei! Esta semana eu estive lá tentando apagar alguns incêndios que as nomeações e exonerações provocaram, como se fosse a primeira vez na vida que em política alguém entrasse pra gerenciar, digamos, uma pasta pública e fizesse esse tipo de coisa. Exonerações são necessárias. Eu quero ter uma equipe na qual eu possa confiar”, explicou.


Uma das questões sensíveis foi o caso de Sérgio Camargo, que está à frente da Fundação Palmares, mas tem discursos rejeitados pelo movimento negra, como a opinião de que a escravidão foi benéfica ao Brasil. “Voltamos aí a essa situação da política, que interfere no fazer cultural, na medida que temos uma pessoa que é um ativista, mais que um gestor público”, disse Regina, em referência a Camargo. “Estou adiando esse problema porque essa é uma situação muito aquecida. Não quero que esse desequilibro que eu tô percebendo aí ganhe mais espaço. Quero que baixe um pouco a temperatura. E logo, logo a gente vai ver. O que tem força vai ser”, ponderou.


Ao assumir o cargo, Regina Duarte reiterou que pretende pacificar a relação entre governo e classe artística. Ao ser questionada se sente desconforto de se tornar secretária de um presidente apreciador da ditadura, a atriz negou. “Eu tô vivendo a história do meu país do jeito que ela vem. Porque a história ela é... Ela anda”, disse ela, reforçando que não acredita que o país corre risco de andar pra trás. “Eu acho que pra trás não existe, ninguém vive olhando pro retrovisor. Vamos ficar no presente e vamos olhar pra frente”, declarou. O jornalista pontuou ainda que parece haver um movimento conservador que tenta coibir algumas formas de expressão artística e perguntou como a pasta pode atuar nestes casos. “Eu acho que o dinheiro público deve ser usado de acordo com algumas diretrizes importantes, porque é o que população que elegeu esse governo espera dele”, respondeu. Paglia então perguntou se o governo não governa para todos. Ela respondeu que sim, mas fez ressalvas. “Governa pra todos. E todos estão livres pra se expressar. Contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil. Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público”, disse ela, afirmando que as minorias “têm espaço”, mas “devem buscar seus patrocínios”.