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Marca Bahia Notícias

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Em show no TCA, Vanessa da Mata assume papel de ‘contadora de histórias musicadas’

Por Jamile Amine

Em show no TCA, Vanessa da Mata assume papel de ‘contadora de histórias musicadas’
Foto: Marcos Hermes / Divulgação

De volta a Salvador nesta sexta-feira (25), Vanessa da Mata apresentará pela primeira vez na capital baiana a turnê “Caixinha de Música”, em cartaz, a partir das 21h, na sala principal do Teatro Castro Alves. O show, que rendeu um CD e um DVD ao vivo, tem como proposta proporcionar um ambiente de aconchego. “É uma grande caixa musical de assuntos, uma grande sala, um caminho dialogando com o público ao mesmo tempo. Mas ainda na ideia de todos estarem dentro da caixa, protegidos, embevecidos nos diálogos, participando e ouvindo uma contadora de histórias musicadas que sou eu”, explica a cantora e compositora mato-grossense, que lembra ainda como se deu a definição das músicas que entrariam para o show. “Esse repertório foi difícil definir, mesmo porque tenho apenas um DVD e a ideia era ser abrangente e ao mesmo tempo termos um DVD harmônico com momentos definidos e não cansativos. Então não era a ideia de amontoar músicas ou apenas registrar. Elas tinham que ser, estar frescas, com uma sensação novidadeira, jovem!”, conta Vanessa, acrescentando que escolheu canções que o público cantaria, mas que ficassem em harmonia com os instrumentos eletrônicos, além das mensagens “dos assuntos imprescindíveis que algumas abordavam”. 

 

Para alcançar o objetivo a cantora selecionou 24 músicas e um making off no DVD e 14 faixas para o CD, tudo isso registrado em áudio e vídeo em São Paulo, na Casa Natural Musical, espaço cultural de propriedade da própria artista, em sociedade com outros empresários. Por ser o segundo DVD ao vivo da artista, ela buscou um diferencial. “Bom, era um DVD que precisava registrar músicas ainda não registradas em imagem. Essa era uma prioridade! Muitos artistas tem para cada disco, um DVD. Esse era apenas o meu segundo e já com cinco discos de carreira autoral!”, explica a cantora. Neste contexto entraram, então, sucessos de várias fases de sua carreira, como "Vermelho", "Ainda Bem", "Não Me Deixe Só", "Ai Ai Ai", "Baú", "Boa Sorte" e "Segue o Som" – faixa-título de seu último CD de inéditas, de 2014 -; e três regravações: “Impossível Acreditar Que Perdi Você” (de Márcio Greyck e Cobel), “Vá Pro Inferno Com Seu Amor” (composta por Mineirinho e gravada pela dupla Milionário e José Rico) e “Mágoas De Caboclo” (de autoria de J. Cascata e Leonel Azevedo, e gravada por Orlando Silva). O projeto tem ainda quatro novas canções autorais, "Caixinha de Música", "Orgulho e Nada Mais", "Gente Feliz" e “É tudo o que eu quero ter”, sendo as duas últimas em parceria com o BaianaSystem e Felguk, respectivamente. “Felguk fez a parceria nos arranjos eletrônicos de uma música minha. Gosto muito do que eles fizeram. Danço com eles. Baiana veio depois e é uma explosão. Gosto da força musical deles, do eletrônico junto ao folclórico, com as letras necessárias, a doçura dos meninos nada injetados na capacidade que o mercado tem de tentar nos colocar, etc.”, elogia Vanessa da Mata. “Felguk foi apresentado por meu empresário. Baiana foi enquanto eu me maquiava em um festival onde eles estavam tocando, me preparando para entrar logo depois, prestei atenção e fui ficando impressionada com a força musical deles! Feliz pela aparição de artistas assim”, conta a cantora.

 

Confira o vídeo oficial do encontro de Vanessa com o BaianaSystem em "Gente Feliz":

 

Na canção inédita, “Caixinha de Música”, Vanessa da Mata retoma com força a veia poética,  transportando o público àquele lugar de aconchego e proteção usado por ela para descrever o novo projeto. “Um segundo / Foi o que precisou / Pra mudar como eu estava / Eu já não queria amar mais / Voltei a cantar”: em alguns versos, a artista canta um amor redentor e a beleza das relações humanas, mesmo em um momento de polarizações e violência no Brasil e no mundo. “Esse amor guardado nesse silêncio precisa estar vivo. Acho que é uma essência de todos nós e depende dele termos paz, quietude e um contato com um encantamento mais puro, sem estratégia de mercado, desilusões, facebooks, distorções. É o que nos causa encantamento pra viver e precisa estar puro, guardado para quando precisamos e buscamos! Nos encantarmos pela vida e com nós mesmos é fundamental!”, avalia a compositora.

 

Por outro lado, dentro deste mesmo trabalho, Vanessa da Mata faz uma leitura bem crítica sobre a contemporaneidade. “Pois é. ‘Mágoas de caboclo’ invoca o cuidado com o outro no dizer não. Mostrando a ele que nada é pessoal e aquele ‘fora’ não tem nada a ver com gostar ou não daquela pessoa. ‘Orgulho e nada mais’ tem a ver com a era de não termos o cuidado com o outro! Dar o ‘fora’ querendo que o outro se curve, numa eterna autoafirmação pessoal, tentando fugas de um ser humano egocêntrico mal estruturado que busca na tristeza do outro o fortalecimento próprio e não percebe que o defeito de não se garantir está nele! O cuidado com o outro está cada vez mais largado”, declara a cantora. “O importante é o self service da boa foto falsa autoafirmativa vendendo o vencedor permanente que não existe”, ironiza. 

 

Em "Caixinha de Música", Vanessa canta um novo amor:

 

Exceto as canções inéditas gravadas no “Caixinha de Música”, as últimas composições próprias de Vanessa saíram no livro “A Filha das Flores”, de 2013, e no disco “Segue o Som”, de 2014. Mesmo assim, ela, que diz estar cada vez mais convencida de que é de trabalhos autorais, revela estar disfrutando o papel de intérprete. “Funcionar em histórias alheias me fez me divertir e passear em mundos diferentes, letras, histórias, percepções”, avalia. O público, no entanto, pode aguardar, porque a Vanessa da Mata compositora segue mais viva do que nunca. “Já tenho ideias e muitas melodias! Não sei se esse ano, pois minhas turnês são de geralmente dois anos, mas quem sabe daqui a pouco teremos novidades em disco e ou livro? Acho que sim!”, diz a artista, mantendo um ar de mistério. 

 

SERVIÇO
O QUÊ:
Vanessa da Mata - Caixinha da Música
QUANDO: Sexta-feira, 25 de maio, às 21h
ONDE: Teatro Castro Alves – Sala principal – Salvador (BA)
VALOR: A a P - R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia) | Q a Z6 - R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia) | Z7 a Z1 - R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)