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Líder em enquete sobre novo vocalista do Araketu, Tonho Matéria dispara: ‘Não morri’

Por Júlia Belas

Líder em enquete sobre novo vocalista do Araketu, Tonho Matéria dispara: ‘Não morri’
Fotos: Reprodução / Facebook
Tatau ainda não deixou o Araketu, mas o público já pensa em nomes que poderiam substituir o cantor no tradicional grupo afro baiano. E, segundo enquete realizada na coluna Holofote do Bahia Notícias, Tonho Matéria é o mais lembrado para ocupar o posto. No momento o artista, que foi vocalista do 'Ara' na década de 80, continua o trabalho na carreira solo, com shows internacionais e lançamento de CD. Segundo ele, em entrevista ao BN, sua passagem pela banda foi um sucesso e ele não fecha portas para um retorno. "O Araketu foi uma escola, foi onde eu coloquei pela primeira vez a capoeira no palco", lembra o cantor. No entanto, ainda não surgiu um convite para assumir os microfones. "Se o Araketu me fizer um convite, se a gente puder fazer um bom trabalho, é uma entidade pela qual eu tenho um carinho muito grande. Eu e a Vera [Lacerda, fundadora do grupo], nós nunca tivemos problemas, somos amigos e sempre tive as portas abertas para ela. Se isso acontecer, acho bacana, mas hoje não sou simplesmente cantor. Tem muitas coisas que tem que ajeitar, já que eu promovo formação cidadã com música, capoeira...", explicou o músico ao BN.
 

O artista, que acaba sendo lembrado mais recentemente por músicas como "Melô do Tchaco" e "Rum Bragadá", sucessos nos anos 1990, é autor de diversas canções que ganharam o Brasil. O 'Tonho Matéria compositor' tem a autoria de muitas músicas para o Olodum e o Araketu - bandas que já liderou -, além de sucessos em outras vozes. Clássicos como "Arco-Íris Madagascar" (Olodum)"Dia dos Namorados", "Auê" (Cheiro de Amor, com Márcia Freire) "Se Me Chamar Eu Vou", "Reino de Daomé", "Sonho Aventureiro", "Cara ou Coroa", "Encontro dos Orixás", "Araketu Semente da Memória", entre tantas outras. O CD "Cantando História", de dezembro de 2013, conta com regravações desses e de outros sucessos, como "Menina Me Dá O Seu Amor", "Durvalino meu Rei", "Olodum Pra Balançar" e o famoso "Melô do Tchaco".
 

Tonho falou também sobre o momento atual da música afro-baiana. Para ele, os blocos estão perdendo a essência das músicas antigas. "A música da Bahia ficou muito na questão do mexer a mão, mexer bundinha. A música pode fazer uma transformação na sociedade baiana. Eu tenho um projeto de um festival só com samba reggae e músicas antigas dos blocos afro. Cantei músicas do final da década de 70 para o começo de 80, e essa música fica no subconsciente das pessoas, e o Araketu é uma entidade que tem inúmeras canções, e precisa fazer essa releitura. Vera me ligou na semana passada e perguntou se eu tinha alguém para colocar para cantar no Araketu", revelou. Segundo ele, a permanência de Tatau à frente da banda não deve durar muito mais. "Ela me comunicou, dizendo que não dá mais para eles viverem essa parceria. Ela própria não quer mais. Ela não disse que queria que eu fosse, só perguntou se eu sabia de um cantor para indicar", comentou.
 
 
O cantor afirma que tem uma boa relação com Tatau, mas não falou com ele desde a conversa com a produtora e proprietária do grupo e a enquete do Bahia Notícias. "Eu e Tatau, a gente está sempre conversando, ele é um amigo irmão meu, temos uma amizade muito bacana. A gente não se falou desde que eu vi essa enquete, vou deixar para ver o que vai acontecer. Continuo fazendo minhas coisas. Vi que as pessoas, mesmo eu não estando nas TVs ou nas rádios, ainda me admira, gosta do meu trabalho. Vi gente falando mal também. Como disse Nelson Rodrigues, 'toda unanimidade é burra', mas tem muita gente se posicionando bem", afirmou. O artista aproveitou para agradecer pela lembrança do BN. "Achei interessante, porque tem muito tempo que não sou citado, que artistas não me convidam. Isso me comoveu, deu um upgrade na minha possibilidade de continuar. Eu não morri", avisou.
 

E não morreu mesmo: Tonho tem shows programados para Cingapura, China e Estados Unidos, além do lançamento do novo CD, que trará participações de peso como Saulo, Bell Marques, Beto Jamaica, Marcia Freire e Reinaldo do Terrasamba. "Se rolar o Araketu, viro esse repertório para lá, teria que ver como fica", comentou. Ele encerrou a entrevista falando da banda que tanto admira. "Quero que o Araketu volte a ser uma banda de referência. A gente precisa da música do grupo Araketu e se, por acaso, eu retornar, acredito que conseguirei fazer um grupo com posicionamento diferente", concluiu.