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O centro do caos mundial

Por Anilton Santos

O centro do caos mundial
Foto: Acervo pessoal

Assisto ao progresso do caos mundial e fico cada vez mais cético, quanto a sua possível reversão no curto e médio prazo, no cenário global. Vejo o mal prevalecer cada vez mais nos governos e na justiça, cega para os ricos e cruel para os pobres. O mundo está virado ao avesso e será que ninguém vê?

 

A ganância do capitalismo global expande a concentração de renda, com poucos ricos detendo a maior parte da riqueza mundial, ao tempo em que a fome e a pobreza se alastram pelo mundo.

 

O governo do Brasil está ampliando a fome, expandido a degradação ambiental, entregando a riqueza do país aos estrangeiros e ao setor privado, via privatização. No curso de sua gestão, permite a manipulação da renda do país, por grupo de deputados, dito Centrão (que divide os seres humanos em instrumentos e inimigos, prática habitual dos políticos) cuja pretensão é ampliar sua bancada, beneficiada com emendas parlamentares, que turbina de recursos seus filiados e alinhados, favorecendo suas reeleições e ampliação da bancada já em 2022, com isso objetiva eternizar-se no poder e manipular o executivo, refém deles.

 

No mundo, ganha-se muito mais dinheiro com o capital especulativo (financeiro), do que com o capital produtivo. A pandemia tornou ricos mais ricos e pobres mais pobres enfim, os maiores prejudicados com a pandemia foram justamente a população pobre e sofredora, que sem emprego fixo caíram na vala da amargura do desemprego e da fome. Diante de tantas mazelas, reservo-me no direito de ser cético, quanto a mudanças profundas, quando se trata da crise mundial, porquanto ela favorece à classe dominante, que pouco fará para alterar esse panorama, até o momento que ela seja afetada pela crise.

 

A aliança espúria entre política e religião remonta ao período da Inquisição quando da aliança entre a igreja católica e alguns países (Portugal e Espanha, principalmente), visando combater a heresia, com base no código canônico e seu regimento, isso transformou a Igreja Católica num estado poderoso, com seu próprio exército, comandado pelo Vaticano. Por trás dessa prática, havia uma estratégia da igreja católica em aumentar seu poder e protagonismo no ambiente mundial. Os neos pentecostais no Brasil se infiltram no mundo político, reproduzindo a antiga aliança Igreja/Estado, objetivando galgar mais poder e com isso rivalizar, em termos de protagonismo com outras religiões poderosas, notadamente a católica.

 

No mundo político, os conservadores de setores da extrema direita, que sempre foi impiedosa com os mais pobres, conquista cada vez mais governos e galga mais poder no mundo global, apoiando a expansão do fascismo, que aumenta sua participação no protagonismo da cena política mundial.

 

O início desse 3° Milênio, realmente se configura como a Era da Incerteza, cf. a célebre obra do historiador britânico Eric Hobsbawm. Prevê-se uma grande crise na produção mundial de alimento, por conta da degradação ambiental e do impacto do aquecimento global, elevando a temperatura mundial e transformando áreas férteis em deserto, o que provocará transformações no espaço terrestre (o sertão brasileiro não irá virar mar, torná-se-á um grande deserto).

 

A globalização tem seus benefícios e seus males, tipo a expansão da alienação política, quando a desinformação lançadas em redes sociais, vale muito mais do que a verdade, o fake tem muito mais like do que os fatos reais, manifestando a hipocrisia, a ignorância e o negacionismo, que de alguma forma, favorece a eleição de governantes com baixa capacidade de gestão dos estados e do país.

 

O mundo está um caos e o Brasil, inegavelmente é o centro desse caos, a questão é: aonde vamos parar com isso? Se você olha muito para o abismo, o abismo atrai você. O Brasil está olhando há muito tempo para o abismo.

 

*Anilton Santos é arquiteto, urbanista e escritor

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias