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O difuso e inexplorado potencial da geração distribuída

Por Rafael Valverde

O difuso e inexplorado potencial da geração distribuída
Foto: Divulgação

Recentemente a principal distribuidora de energia do Estado comemorou a marca de 6 milhões de consumidores atendidos na Bahia. A marca expressiva é algo que realmente deva ser comemorado, pois traz o esforço desprendido nas últimas duas décadas para universalizar o acesso à energia elétrica. Contudo esse número representa o quanto ainda podemos avançar na geração distribuída (GD).

 

No último mês de setembro, em um levantamento próprio, a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), identificamos que a Bahia possuía cerca de 3.500 consumidores beneficiados pelos mecanismos das resoluções 482/2012 e 687/2015, que criaram o mercado para mini e microgeração distribuída. Essa mesma análise apontou que 55% desses consumidores estão concentrados em apenas dez cidades do Estado.

 

Ora, então temos 45% do mercado distribuído por mais de 400 municípios no território baiano, como Jequié, Irecê, dentre outras. Mais ainda, se pensarmos que apenas 1% do número de consumidores sejam potenciais clientes para GD, estamos falando de um mercado que pode crescer mais de dezessete vezes em curto prazo.

 

Temos que considerar também os custos decrescentes que tornam a energia solar fotovoltaica mais competitiva a cada dia. Estes serão responsáveis por ampliar aquela base de 1% para um universo bem maior, uma vez que o custo da energia comercializada é crescente, fazendo com que seja vantajoso cada vez mais investir na GD.

 

Atualmente, uma forte agenda regulatória é debatida e envolve as mudanças para a regra deste mercado, o que pode representar uma ameaça. Por outro lado, neste momento o setor também mostra a sua força, pois vemos as principais distribuidoras no país se estruturarem para atuar neste segmento. Ou seja, as novas regras podem impactar, mas não conseguirão frear o avanço que estes sistemas representam, motivado inclusive pela entrada de novos players, que dinamizarão ainda mais o mercado.

 

Neste cenário, é possível afirmar que as mudanças setoriais a longo prazo já estão sendo preparadas e a próxima onda será capitaneada pelos veículos elétricos, armazenamento de energia e o prosumidor (aquele consumidor que também é produtor de energia).

 

Enquanto estas mudanças ainda não ocorrem, vamos aproveitar o pujante mercado atual da GD. Há milhares de consumidores esperando por nós, para usufruírem das benesses de ter sua GD e de reduzirem os custos com energia elétrica. Nem a entrada de novos agentes, nem as ameaças regulatórias são suficientes para impedir o desejo de uma energia mais barata.

 

*Rafael Valverde é CEO da Eolus e Organizador do Bahia Energy Meeting, maior evento de energia já previsto para a Bahia

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias