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Prefeito é responsável pela crise no transporte público

Por Everaldo Augusto

Prefeito é responsável pela crise no transporte público
Foto: Divulgação

Caro, ruim e desconfortável. Estes três adjetivos servem bem para resumir o serviço de transporte público de Salvador. Bastaria apenas acrescentar mais um, inexistente, pelo menos para metade da cidade, já que o atual prefeito extinguiu mais de cem linhas de ônibus nos últimos anos, dados do Sindicato dos Rodoviários da Bahia.

 

A falência do transporte público de Salvador é parte da crise de mobilidade urbana da cidade que, só não está pior, graças ao governo do estado, que construiu o metrô, começa a implantar o VLT do Subúrbio e investe pesado na abertura de novas avenidas, construção de viadutos, elevados e túneis.

 

A decisão do prefeito ACM Neto em 2014 de impor a outorga onerosa na licitação das linhas de ônibus da cidade, em substituição ao mecanismo da menor tarifa, aprofundou a crise do transporte público e criou um quadro irreversível de falência do sistema. Por este mecanismo, a prefeitura sugou os recursos das empresas, que pagaram pela outorga um total de R$ 180 milhões, mas se negam a recuperar a frota, "faltou dinheiro", segundo os eternos donos das licitações do sistema.

 

Só para lembrar, a citada licitação da outorga há cinco anos atrás estabelecia que o tempo de uso máximo de cada veículo seria 4 anos, e a partir de 2016 seria 3,5 anos, todos os veículos teriam acesso para deficientes e ar condicionado.

 

Cinco anos depois, temos ônibus velhos, em pouca quantidade, sem ar condicionado, sem acessibilidade, cem linhas extintas e a passagem custando R$ 3,70 podendo chegar a R$ 4,00 agora, com um aumento em torno de 8,11%, o dobro do reajuste do salário mínimo, que foi de 4,6%.

 

Como o direito de exploração do sistema concedido às empresas foi de 25 anos, e o prefeito nada faz para exigir o cumprimento do celebrado por parte delas, a saída desta crise pode está longe. O que coloca diante das forças progressistas a prioridade da tarefa de lutar hoje por um transporte de qualidade, confortável e barato e construir uma alternativa política para o ano de 2020, quando podemos mandar os malditos embora e repactuar a construção de um sistema de mobilidade urbana sustentável para o povo de Salvador.

 

* Everaldo Augusto é presidente do PCdoB Salvador e ex-vereador.

 

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias