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Minha vocação!

Por Davidson Botelho

Minha vocação!
Foto: Acervo pessoal

Primeira capital do Brasil, diversidade religiosa, cidade da música, terra da felicidade, gastronomia, maior carnaval do mundo, berço da cultura, mais de 50 km de belas praias, história, etc. Alguém ainda tem dúvidas que a vocação da nossa cidade é o turismo? Alguém tem dúvidas que o turismo é a mola propulsora da nossa economia?

 

O turismo é solução ou problema? Não resta dúvidas que o turismo é de longe a nossa melhor e mais eficiente atividade econômica. E por que não tratamos como prioridade? Aí são outros 500. O último gestor público que tratou o turismo como prioridade, gostava da atividade e vivia de fato as coisas da Bahia: foi Antônio Carlos Magalhães

 

Mais do que gostar do turismo, essa atividade precisa ser compreendida ao ponto do gestor público entender que ela é a que mais emprega, que é uma indústria limpa, é de longo prazo e, ao contrário do que muitos dizem, salta as vistas sim dos eleitores, pois a nossa economia indo bem, a cidade transpira felicidade.

 

Precisamos urgentemente criar uma política pública voltada ao turismo. Assim como toda atividade econômica, ele tem nos seus nichos. Nas regiões com vocação agrícola existe políticas claras e incentivadoras aos produtores rurais, nas regiões industriais existem políticas pré-estabelecidas assim como onde existe a exploração de recursos minerais e ambientais.

 

Nossa vocação é o turismo e precisamos ter sim uma ampla política de incentivo a esta indústria. Ao contrário do que muitos chamam de “renúncia fiscal”, essa política servirá para qualificação, consolidação e fortalecimento dessa cadeia produtiva.

 

Os hotéis precisam e devem ser beneficiados com impostos municipais e federais subsidiados, se comprometendo a reinvestir parte do incentivo na renovação dos equipamentos e qualificação de pessoal.

 

Bares e restaurantes não sobrevivem dos nativos em nenhuma cidade turística do mundo, mas precisam ter um serviço melhor, precisam ter cardápios e funcionários bilíngues, os guias e ambulantes precisam de qualificação e ordenamento assim como os pontos turísticos.

 

Os gestores precisam ser mais turistas pra entenderem o que os turistas necessitam. Precisamos ser mais profissionais sem perder as nossas características, mas é notório que nosso serviço precisa de um choque de qualificação, comprometimento. Só assim iremos agregar valores e buscarmos uma qualidade de receita compatível ao nosso potencial.

 

Precisamos ter equipamentos melhores, mas precisamos de um plano de ação efetivo, mais eficiente e de longo prazo. Nossa visão de turismo está restrita a festas. Aliás, os órgãos de turismo se assemelham mais a produtoras de shows do que órgãos de fomento a essa atividade.

 

Empresários do seguimento me confessaram que realizar um evento em Salvador, às custas com taxas e licenciamento são o dobro de São Paulo. Tem alguma coisa errada. Se essa é nossa vocação não podemos explorar o empreendedor, temos que explorar a atividade com inteligência.

Precisamos de um freio de arrumação, precisamos que alguém suba na cadeira e diga: “O turismo é a nossa praia, e precisamos surfar essa onda”. Mas isso não pode ser um discurso político, precisa ser uma decisão estratégica e de futuro para nossa cidade.

 

* Davidson Botelho é empresário

 

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias