Câmara: Confusões impedem debate e principais projetos do ano são aprovados sem oposição
Por Felipe Campos
Fotos: Tiago Melo/ Bahia Notícias
De toda a poeira levantada nos últimos dois dias a respeito das votações de projetos do Executivo soteropolitano na Câmara dos Vereadores, ficou a certeza de que, da mesma maneira confusa e atrasada que as propostas chegaram, do mesmo modo acabaram aprovadas pelos edis, em sessão extraordinária nesta quinta-feira (29), a três dias do final do ano. A começar pela suposta saída de Téo Senna da liderança governista por não conseguir pregar a união na bagunçada bancada – episódio negado pelo vereador [ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui também] – até a nova designação de “oposição diferenciada”, liberada a votar a bel-prazer sobre projetos cruciais como a Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Louos), contanto que fechasse questão pela aprovação do Termo de Anuência a respeito da mobilidade urbana, pauta capital para o governo do Estado.
Mas, se o grupo majoritário começava a ruir justamente no partido do alcaide, do outro lado surgiu um novo colaborador de JH, que resolveu convocar seus pares petistas (Alcindo, Moisés e Dr. Giovanni) a votar “em solidariedade” a favor de todos os projetos do Executivo. Henrique Carballal, líder do PT, tomou o microfone para defender o projeto que tirou o caráter deliberativo do Conselho da Cidade, uma agenda que foi eternamente combatida por ele e todos os seus correligionários. Com lobo em pele de cordeiro e cordeiro em pele de lobo, os projetos que regulamentavam as áreas de proteção Cultural e Paisagística (APCPs) e de Recursos Naturais (APRNs) passaram rapidamente pela pauta, com vários vereadores a admitir o desconhecimento sobre o conteúdo dos projetos. Ao chegar o momento mais esperado do ano na Câmara Municipal, os desentendimentos, discordâncias e desconhecimentos dos vereadores evaporaram após um acordo entre a confusa situação e a oposição diferenciada.