Retirada de poder de decisão do Conselho da Cidade terá repercussão nacional
Por Evilásio Júnior/ Rafael Rodrigues
Marli Carrara é integrante do Conselho Nacional das Cidades
A integrante do Conselho Nacional das Cidades, Marli Carrara, prometeu, em entrevista ao Bahia Notícias, levar a proposta do prefeito João Henrique (PP), de retirar o poder de decisão do colegiado em Salvador, à reunião do grupo, no próximo dia 7, em Brasília. Ela questionou o fato de o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Roberto Muniz, responsável pelo diálogo com os membros dos conselhos de todo o país, ser do PP, o mesmo partido do gestor soteropolitano. “Governos do DEM, do PSDB ou qualquer partido desse país sempre preservaram o poder deliberativo do conselho. A mensagem desse projeto é assinada pelo prefeito João Henrique, mas não consigo entender quem teve a coragem de escrever essa justificativa. Vou levar essa questão à reunião do Conselho Nacional. Isso vai ter repercussão nacional”, alertou. De acordo com Marli, atualmente tem sido discutida uma reforma do colegiado no país, mas nada que se assemelhe à proposta de JH. “Em hipótese alguma foi cogitada a perda do poder deliberativo do conselho”, contestou. “Esse mesmo governo, com praticamente essa mesma bancada, foi quem aprovou o conselho como deliberativo”, ponderou, ao referir-se à aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), em 2008. Entre os vereadores, enquanto a líder da oposição, Vânia Galvão (PT), corroborou com o argumento de Marli Carrara, ao classificar a mudança de “absurda”, questionado, o edil-chefe da gestão Carneiro, Téo Senna (PTC), procurou justificar com voz miúda o efeito camaleônico: “É, erramos”. A meta do prefeito João Henrique com a limitação do poder do Conselho da Cidade é concentrar em si a decisão sobre o uso dos recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Fundurbs), espécie de poupança da arrecadação da prefeitura, hoje com R$ 19 milhões em caixa.