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Falta de merenda: escolas servem broa e pipoca

Escolas servem broa, por falta de complementos, ou professores fazem 'vaquinha da pipoca'

A falta de merenda nas escolas municipais de Salvador, relatada ao Bahia Notícias por professores e gestores, poderá ter uma solução no mês de julho. Educadores reclamam que precisam, muitas vezes, fazer “vaquinha” para complementar os itens necessários ao cozimento das refeições. Em muitos casos, de acordo com a denúncia, há carência de temperos, óleo e açúcar e, sem ter como dispor de pratos completos, os estudantes ficam limitados a consumir broa seca e até mesmo pipoca, fornecida com o empenho dos docentes. “Hoje (segunda, 6), só tivemos broa, sem suco nem nada. Semana passada demos sopa sem tempero aos meninos. Quando fazemos pipoca é quando não há nada. Aí os professores se juntam para comprar o milho e o óleo. O problema é sério, pois, sem merenda, temos que dispensar os alunos mais cedo. Sem merenda não dá para continuar a aula”, lamentou uma profissional de um centro de ensino do Subúrbio Ferroviário, que preferiu manter o anonimato. 

Foto: Tiago Melo/Bahia Notícias

João Carlos Bacelar diz que há 'descasamento' na entrega dos fornecedores

Segundo o secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, João Carlos Bacelar, o problema com a merenda nas escolas municipais de Salvadorocorre pela falta de sintonia na logística dos fornecedores. “A distribuição é descentralizada. Cada alimento tem um fornecedor diferente. Ele sabe qual é a sua cota e leva, o que está ocasionando um ‘descasamento’. Por exemplo, um fornecedor entrega o suco e outro demora 24h, 48h para levar o açúcar. Um leva o macarrão, mas é outro que leva o tempero”, explicou. Conforme o gestor, uma estratégia já tem sido construída para que o sofrimento dos alunos seja amenizado. “Estamos estudando uma forma de centralizar a distribuição. O estudo está acabando este mês para que, no retorno das férias, a entrega esteja normalizada. Mas, para isso, vamos ter que criar uma logística especial”, salientou. Em contato com as unidades, a reportagem pode identificar que, atualmente, para driblar a situação, diretores e coordenadores regionais têm remanejado comida dos educandários onde há um pequeno excedente para os que sofrem com a escassez. Muitas escolas já lidam com a falta de estoque.

A creche Sonho Encantado, localizada no bairro de Águas Claras, na periferia de Salvador, que reclama da falta de assistência da Secretaria Municipal de Educação Esporte e Lazer, é, na verdade, uma “creche fantasma”, segundo o titular da pasta, João Carlos Bacelar. Em resposta à ouvinte Juciara Souza, do programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102,5, o gestor disse que o espaço que deveria ser destinado a cuidar de crianças carentes é usado para ilicitudes. “Segundo relatos de técnicos da secretaria, há denúncias até de prostituição infantil e tráfico de drogas no local. Ela tem padrinhos políticos que ficam pressionando, mas a creche não tem convênio conosco. Não é uma unidade municipal”, descartou Bacelar. Juciara entrou no ar, ao vivo, nesta segunda-feira (6), para reclamar de uma suposta falta de fornecimento de merenda e assistência da Secult ao educandário. O secretário, entretanto, avisa que não poderá auxiliá-la. “Não tem como ajudar. As vezes em que tentamos ajudar, de uma forma humanitária, não foram encontrados alunos lá”, denunciou.