Maçonaria questiona na Justiça regra que obriga policiais de Londres a declarar filiação
Por Redação
A Maçonaria no Reino Unido ingressou com um pedido de liminar no Tribunal Superior Britânico para suspender uma nova diretriz da Polícia Metropolitana de Londres que obriga policiais e funcionários a declararem vínculo com organizações hierárquicas, como a própria Maçonaria. A ação foi protocolada na véspera do Natal, pouco antes de a norma entrar em vigor.
Segundo o BP Money, parceiro do Bahia Notícias, a diretriz foi implementada agora em dezembro pelo comissário da Polícia Metropolitana, Sir Mark Rowley, com o objetivo de ampliar a transparência e reduzir riscos de conflitos de interesse em investigações policiais. Para a corporação, a medida se baseia em uma pesquisa interna que apontou apoio de parte dos agentes e servidores à iniciativa.
MAÇONS ALEGAM DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA
Nos documentos encaminhados à Justiça, representantes da Maçonaria afirmam que a exigência configura discriminação religiosa e viola direitos humanos. A entidade argumenta que a filiação maçônica envolve aspectos de fé e, por isso, deveria ser considerada uma característica protegida, não sujeita à declaração obrigatória.
Os maçons também criticam a ausência de consulta prévia antes da adoção da política e alertam para o risco de exposição indevida de policiais, caso informações sensíveis sejam vazadas. Outro ponto levantado é o temor de que a regra alimente teorias conspiratórias sobre uma suposta influência da Maçonaria dentro da corporação.
Caso a liminar seja concedida, a diretriz ficará suspensa até a conclusão de uma revisão judicial completa. Diante do impasse, a Federação de Polícia recomendou que agentes filiados à Maçonaria não façam a declaração enquanto o caso estiver sob análise do Judiciário.
POLÍCIA METROPOLITANA DEFENDE MEDIDA
A Polícia Metropolitana de Londres respondeu às críticas em nota publicada nas redes sociais na última segunda-feira (29). A corporação afirmou que vítimas de crimes têm o direito de saber se houve declaração de possíveis conflitos de interesse por parte dos responsáveis pelas investigações.
“Vítimas devem poder confiar que houve transparência quanto a qualquer potencial conflito”, destacou a instituição. A polícia acrescentou que pedidos por maior clareza sobre o tema vêm sendo feitos há anos e que a falta de informações pode prejudicar tanto o público quanto os próprios agentes.
A ação judicial foi apresentada pela Grande Loja de Londres. Em declaração ao jornal The Guardian, o diretor-executivo da entidade, Adrian Marsh, classificou a política como “ilegal, injusta e discriminatória”, afirmando que os direitos fundamentais dos membros foram violados com a exigência.
