Silvinei Vasques e Anderson Torres dividem cela na Papuda após prisão de ex-diretor da PRF no Paraguai
Por Redação
O cenário carcerário de Brasília registrou uma movimentação incomum nesta segunda-feira, dia 29, com a confirmação de que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, passará a dividir cela com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A informação foi ratificada pelo Núcleo de Custódia da Polícia Militar e ocorre após Vasques ter sido capturado em Assunção, no Paraguai, em uma tentativa de fuga que resultou em sua extradição imediata para o Brasil na última sexta-feira. Ambos os ex-membros da cúpula da segurança pública foram condenados a mais de 24 anos de prisão por envolvimento em planos que visavam desestabilizar o resultado das eleições de 2022.
A escolha do local de custódia, conhecido popularmente como "Papudinha", responde a critérios rigorosos de segurança e logística. O espaço, situado nas dependências do 19º Batalhão da Polícia Militar, é destinado especificamente a agentes de segurança e autoridades que correm riscos se alocados junto à massa carcerária comum. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a decisão de colocar os dois condenados no mesmo ambiente deve-se à capacidade física da unidade e à necessidade de garantir a integridade física dos detentos sob critérios técnicos operacionais, uma vez que o local funciona como uma Sala de Estado Maior adaptada.
A estrutura onde Torres e Vasques agora coabitam oferece condições diferenciadas em comparação ao sistema prisional convencional. A cela possui uma área interna de aproximadamente 54 metros quadrados, complementada por um espaço externo de 10 metros, e é equipada com itens como televisão e geladeira. Embora tenha sido projetada originalmente para comportar até quatro pessoas, a unidade vinha sendo utilizada de forma individual por Anderson Torres desde o final de novembro, quando ele iniciou o cumprimento de sua pena em regime fechado após as condenações referentes à trama golpista.
A transferência de Silvinei Vasques para o complexo encerra um curto período de incerteza após sua detenção no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi. O ex-chefe da PRF estava sob monitoramento eletrônico, mas violou o dispositivo para tentar deixar o continente, o que motivou sua prisão preventiva e posterior entrega às autoridades brasileiras. Com a unificação dos custodiados, o Complexo da Papuda concentra agora dois dos principais nomes investigados e condenados nos processos que apuram as ameaças às instituições democráticas brasileiras no último ciclo eleitoral.