Lula defende fim da escala 6x1 e exalta “vitória" sobre tarifas de Trump
Por Redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou o tradicional pronunciamento de Natal, transmitido em rede nacional na noite desta quarta-feira (24), para consolidar as bandeiras que devem nortear sua provável campanha de reeleição em 2026. Com um discurso focado no "direito ao tempo" e na justiça tributária, o petista fez um balanço de um ano marcado por tensões diplomáticas e avanços em pautas sociais e econômicas.
O tema central do discurso foi o apoio explícito ao fim da escala de trabalho 6x1. Lula defendeu que a redução da jornada, sem corte salarial, é uma demanda urgente da sociedade. Segundo o presidente, não é justo que o trabalhador tenha apenas um dia de folga para descansar, cuidar da casa e acompanhar o crescimento dos filhos. Ele reiterou que a economia brasileira e os avanços tecnológicos de 2025 permitem essa mudança, reforçando o coro de propostas que já tramitam no Congresso Nacional.
Um dos momentos de maior destaque foi a celebração do que o presidente chamou de "vitória da soberania brasileira". Lula relembrou o período crítico de agosto, quando o governo de Donald Trump impôs uma sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros. No pronunciamento, o presidente afirmou que a diplomacia e a firmeza do país evitaram demissões em massa e permitiram o fim do "tarifaço" em dezembro.
Com as negociações recentes, o governo estima que o percentual de exportações brasileiras sobretaxadas caiu de 60% para 22%, com a reabertura de mercados agrícolas estratégicos, como os de carne e café. Lula destacou que o Brasil mostrou ao mundo que prioriza o diálogo, mas não foge da luta pela defesa de suas empresas.
A economia doméstica também ocupou espaço nobre na fala presidencial. Lula comemorou a sanção da lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, uma promessa de campanha que se tornou realidade em novembro. O presidente explicou que a medida vai injetar dinheiro extra no bolso de milhões de famílias a partir de janeiro de 2026.
Para financiar essa desoneração da classe média, o governo lembrou a criação do imposto mínimo de 10% sobre os super-ricos, contribuintes com renda superior a R$ 600 mil anuais. Lula classificou a medida como "justiça tributária", argumentando que o ajuste nas contas públicas agora é feito por quem está no "andar de cima".
Respondendo a uma das maiores preocupações da população, o presidente destacou os resultados da Operação Carbono Oculto, que desarticulou esquemas financeiros do PCC. Ele afirmou que o combate às facções criminosas mudou de patamar em 2025, atingindo os setores econômicos que lavam o dinheiro do crime e garantindo que "nenhuma influência" impedirá o avanço da Polícia Federal.
O discurso foi encerrado com um apelo emocional e direto aos homens brasileiros sobre o combate ao feminicídio. Diante do recorde de casos registrados em grandes centros como São Paulo neste ano, Lula pediu que os homens assumam um "compromisso de alma" e se tornem aliados das mulheres contra a violência doméstica, prometendo liderar um esforço interministerial para enfrentar o problema em 2026.
