IG4 assume controle da Brasken em acordo de R$ 20 bilhões
Por Redação
A novela sobre o controle da Braskem (BRKM5) chegou a um capítulo decisivo. Na última semana, a gestora IG4 Capital confirmou a aquisição de R$ 20 bilhões em dívidas da Novonor que estavam garantidas por ações da petroquímica. O movimento encerra uma era de mais de duas décadas sob o comando da antiga Odebrecht e sinaliza um novo ciclo para a maior petroquímica das Américas.
Segundo informações do site BP Money, o anúncio foi recebido com otimismo pelo mercado, refletido na alta das ações, que chegaram a saltar mais de 11% logo após a divulgação dos detalhes da transação e dos resultados operacionais do terceiro trimestre.
A transação redesenha o tabuleiro da governança na Braskem. Com a saída da Novonor, que reterá apenas 4% das ações (sem direitos de governança), a configuração passará a ser A IG4 Capital assumirá 50,1% das ações votantes e cerca de 34,3% do capital total. Enquanto a Petrobras mantém sua fatia histórica e negociará um novo acordo de acionistas com a IG4 para exercer o co-controle. A estatal já sinalizou que busca maior paridade e sinergia operacional, visando ocupar até 5 cadeiras no conselho e 4 diretorias.
Bancos Credores como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES aceitaram trocar a dívida da Novonor por derivativos atrelados à valorização futura da empresa, apostando no sucesso do plano de turnaround.
Os dados financeiros mais recentes reforçam a tese de recuperação. O EBITDA recorrente do 3T25 atingiu R$ 818 milhões, um salto expressivo de 91% em comparação ao trimestre anterior. Esse desempenho operacional ajudou a reduzir o prejuízo líquido para R$ 26 milhões, aproximando a companhia do equilíbrio financeiro.
Foi firmado um acordo de R$ 1,2 bilhão com o estado para a quitação integral de danos sociourbanísticos. Cerca de 99% do programa de compensação financeira já foi pago, reduzindo drasticamente as incertezas jurídicas que afastavam investidores estrangeiros.
Apesar do otimismo, a troca de controle ainda precisa superar etapas burocráticas e regulatórias. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica precisa aprovar a transação para que o novo acordo de acionistas entre em vigor. A IG4 possui 60 dias de exclusividade para finalizar a documentação definitiva.
A empresa ainda enfrenta um cenário global de margens apertadas e sobreoferta de resinas, o que exigirá uma gestão focada em eficiência e corte de custos no médio prazo.
A IG4 sinalizou que manterá a atual equipe de gestão no curto prazo para garantir a continuidade operacional, enquanto prepara um plano estratégico abrangente para os próximos cinco anos.
