Haddad confirma saída da Fazenda até o fim de fevereiro para coordenar campanha de Lula
Por Redação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou a interlocutores e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua intenção de deixar o cargo até o final de fevereiro. O objetivo de Haddad é assumir a coordenação da campanha de Lula à reeleição em 2026, onde ele acredita poder fazer a defesa do governo do qual foi a figura central na área econômica.
A ideia de Haddad é se concentrar na articulação política, defendendo os resultados de sua gestão: a percepção da economia como o maior problema do país, que era de 22% entre os brasileiros em pesquisas recentes, caiu para 11%neste mês, segundo o Datafolha.
Lula, segundo integrantes do PT, aceitou a possibilidade da saída de Haddad. O ministro já sugeriu um nome para sucedê-lo no Ministério da Fazenda: o atual secretário-executivo da pasta, Dario Durigan.
Apesar de sua insistência em não concorrer a nenhum cargo eletivo, Haddad é alvo de forte pressão de lideranças do PT. O partido considera um "desperdício" a ausência de Haddad das urnas, dada sua alta notoriedade e capacidade de puxar votos em São Paulo. O PT e Lula priorizam eleger um número robusto de senadores em 2026 para reverter a maioria de direita no Congresso. Além disso, um bom desempenho em São Paulo é visto como crucial para a reeleição presidencial.
Na festa do grupo Prerrogativas, realizada na sexta-feira (12), Haddad (homenageado ao lado de Geraldo Alckmin e Simone Tebet) se tornou o centro das articulações. Deputados e líderes petistas ventilaram uma possibilidade alternativa caso Haddad mantenha sua recusa em disputar o Governo ou Senado por São Paulo. Haddad como Vice-Presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin concorrendo ao Governo de São Paulo e Simone Tebet concorrendo ao Senado por São Paulo.
Neste cenário, Haddad se tornaria o sucessor natural de Lula, abrindo, no entanto, disputas internas na legenda.
Para que Haddad seja colocado na vice, Lula precisaria deslocar o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, com quem o presidente e o próprio Haddad (que o define como "amigo") mantêm uma excelente relação. Alckmin já deu sinais de que prefere concorrer novamente à vice-presidência.
Perguntado pela imprensa na festa sobre se concorreria nas próximas eleições, Haddad optou pelo silêncio, apenas sorrindo durante o diálogo sobre a vice-presidência.
