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Ameaças e avanço do crime organizado fazem grêmios de escolas estaduais interromperem atividades em Salvador

Por Redação

Ameaças e avanço do crime organizado fazem grêmios de escolas estaduais interromperem atividades em Salvador
Foto: Marcelo Camargo / EBC

O avanço da insegurança e as disputas entre facções criminosas em bairros periféricos de Salvador levaram grêmios estudantis de colégios estaduais a suspender temporariamente suas atividades presenciais. A decisão foi tomada pela Associação dos Grêmios Estudantis de Salvador (AGES) na última semana, após integrantes de uma chapa vencedora em uma eleição interna terem sido ameaçados na saída da escola.

 

De acordo com a AGES, ao menos uma estudante foi agredida nas proximidades da unidade de ensino. Por questões de segurança, o nome da escola não foi divulgado. Lideranças estudantis afirmam que os agressores não eram alunos, mas indivíduos ligados ao crime organizado na comunidade.

 

Em nota enviada para a Folha de São Paulo, a AGES e a União Estadual dos e das Estudantes relataram que integrantes de outra chapa, derrotada no processo eleitoral, teriam acionado “poderes paralelos” para intimidar os vencedores. “Repetiram-se cenas de barbárie, violência e perseguições”, afirmaram as entidades. Outros jovens precisaram se esconder até a chegada da ronda escolar, que não encontrou suspeitos.

 

Conforme a reportagem da Folha, o governo da Bahia trata o caso como uma disputa interna entre estudantes, sem ligação com facções criminosas. A Secretaria de Educação (SEC) afirmou que as eleições ocorreram “dentro da normalidade” e que não houve prejuízo às atividades letivas. “Desentendimentos pontuais, comuns em processos democráticos, foram solucionados sem maiores problemas”, disse a pasta.

 

Já a Secretaria da Segurança Pública  da Bahia (SSP-BA) determinou que a Polícia Civil investigue a denúncia com rapidez, incluindo coleta de depoimentos, análise de mensagens e busca de imagens de câmeras. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que não recebeu denúncias relativas ao caso.

 

As entidades estudantis classificaram como “dolorosa e extrema” a decisão de suspender as atividades, e alegam que a insegurança em escolas da periferia de Salvador vem se agravando. Segundo líderes dos grêmios, situações semelhantes ocorreram em outras unidades, com brigas internas que resultam em ameaças externas.

 

Para evitar associações com facções como Comando Vermelho e Bonde do Maluco, as chapas nas eleições estudantis passaram a ser identificadas por letras, e não por números, que poderiam remeter a grupos criminosos.

 

“A atuação dos grêmios está sendo comprometida por interferências externas e disputas de poderes paralelos, que se infiltram nos territórios, nos corredores escolares e nas relações comunitárias”, disseram as entidades.

 

Os estudantes também cobraram políticas públicas que ofereçam oportunidades de estudo, trabalho e proteção social à juventude negra da periferia, destacando que “a sociedade não pode aceitar que a única porta aberta seja a do crime e da violência”.

 

RONDA ESCOLAR
A SSP informou que atua de forma integrada com a SEC, por meio de ações de conscientização e do Batalhão de Ronda Escolar, que visita diariamente unidades de ensino. A pasta destacou que o combate às facções segue orientado pela inteligência policial. Denúncias sobre grupos criminosos podem ser feitas de forma anônima pelo disque-denúncia 181.